Ataque a prédio da ONU mata 18 na Nigéria

ABUJA (Reuters) - Um carro-bomba explodiu nesta sexta-feira no prédio da Organização das Nações Unidas em Abuja, capital da Nigéria, causando a morte de pelo menos 18 pessoas, num ataque semelhante realizado em junho por um grupo radical islâmico local.

O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, condenou o ataque e disse que o número de vítimas deve ser grande, enquanto o presidente da Nigéria, Goodluck Jonathan, ordenou a intensificação da segurança ao redor da capital depois do que chamou de "o ataque mais desprezível".

Fontes de segurança e testemunhas disseram que o carro-bomba colidiu com o prédio e explodiu, danificando partes do complexo de escritórios onde quase 400 pessoas normalmente trabalham para as agências da ONU.

"Ainda não temos um número preciso de vítimas, mas provavelmente será considerável... este foi um ataque contra aqueles que dedicam suas vidas para ajudar os outros... nós condenamos esse ataque", disse Ban em comunicado.

Partes de corpos foram espalhados pelo chão. Agentes de emergência, soldados e policiais se juntaram ao redor do edifício, isolaram as ruas e levaram os feridos ao hospital.

"Diversas pessoas estão sendo levadas a diferentes hospitais, por isso não estamos certos quanto ao número de mortos. São pelo menos 18", declarou o comissário de polícia Mike Zuokumor.

A emissora britânica BBC informou que um porta-voz do grupo islâmico Boko Haram disse por telefone que havia realizado o ataque. A BBC não deu mais detalhes.

Falando antes da notícia da emissora, uma fonte de segurança em Abuja afirmou que se suspeitava do grupo radical islâmico Boko Haram, cujos ataques têm aumentado em intensidade e se propagado para mais longe, ou do braço da Al Qaeda no norte da África.

"Esta é uma grave escalada na situação de segurança na Nigéria", disse a fonte.

O ataque desta sexta-feira foi similar ao perpetrado contra a sede da polícia de Abuja, em junho, cuja autoria foi assumida pelo Boko Haram.

A Nigéria tem sido alvo de uma onda de atentados por parte do Boko Haram, cujo nome significa "A educação ocidental é pecaminosa", no idioma hausa, falada no norte do país. Quase diariamente o grupo está por trás de atentados e tiroteios, na maioria tendo como alvo a polícia na região norte do país.

Na quinta-feira, um atentado do Boko Haram contra uma delegacia de polícia e ataques a bancos numa cidade no nordeste do país deixaram 12 mortos, incluindo um policial e um soldado.

(Reportagem adicional de Joe Brock, em Lagos; de Robert Evans e Tom Miles, em Genebra; de Peter Apps e William Maclean, em Londres; e de Patrick Worsnip, na ONU)

Reuters BR