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quinta-feira, 28 de junho de 2012

Paraguai e Bolívia na escalada golpista dos EUA

O golpe de estado no Paraguai não surpreendeu as forças progressistas da Região. Inseriu-se na actual estratégia da Administrado Obama para a América Latina.

Washington extraiu lições da derrota do golpe de 2001 na Venezuela. A «deposição» do presidente Manuel Zelaya das Honduras ficou a assinalar a substituição dos gorilazos tradicionais por um modelo de golpismo mais sofisticado.

No Paraguai o imperialismo - empenhado numa ambiciosa escalada agressiva que visa a liquidação de todos os regimes que no Hemisfério defendem a soberania nacional - optou novamente por um golpismo palaciano, sem tiros.

Um Senado totalmente controlado por saudosistas da ditadura Stroessner (36 anos no poder) decidiu substituir o presidente Fernando Lugo pelo vice Federico Franco, uma criatura da oligarquia.

Lugo, responsabilizado pelo massacre de Curuguaty, montado pela Policia à sua revelia, nem foi ouvido. O parlamento mandou-o para casa. Tudo se fez em menos de 24 horas.

Documentos do Wikileaks agora divulgados revelam que Franco conspirava há três anos com o embaixador dos EUA. Do diplomata esperava a indicação de uma data oportuna para desfechar o golpe.

A Venezuela, a Bolívia, o Equador, a Nicarágua, a Argentina, Cuba apressaram-se a condenar a deposição de Lugo, declarando ilegítimo o governo fantoche de Federico Franco. Dilma Rousseff tomou também posição ao anunciar a suspensão do Paraguai como membro do Mercosul.

O embaixador do Vaticano dirigiu-se pelo contrário ao corpo diplomático, sugerindo o reconhecimento do governo golpista, atitude esclarecedora da rede de cumplicidades fabricada pelos EUA.

O movimento de solidariedade com Lugo assumiu rapidamente proporções mundiais. Mas a condenação do golpe não reflecte, sublinhe-se, apreço pela pessoa do presidente. Personalidade fraca, Lugo, acossado pela oligarquia, cedo arquivou compromissos assumidos com o povo e submeteu-se a múltiplas exigências de Washington. Permitiu inclusive a instalação da gigantesca base militar americana de Estigarribia, uma mais no anel bélico que ameaça toda a América do Sul. Somente na Colômbia os EUA contam com uma dezena de bases montadas pelo famoso Comando Sul.

Um dos alvos da nova estratégia imperial que visa a eliminar por implosão, sem recurso às armas, governos progressistas considerados «incómodos» é agora a Bolívia de Evo Morales.

Nos últimos dias a situação naquele país andino agravou-se muito. Uma parte da Policia Nacional amotinou-se e assaltou e destruiu as instalações do Servicio Nacional de Investigaciones. Iniciativas como essa, assim como as Marchas de Tipnis, promovidas para impedir a construção de uma estrada, são concebidas, estimuladas e financiadas pelas forças da extrema-direita e pela embaixada dos EUA.
Em poucos anos, a Administração norte-americana contribuiu decisivamente para a instalação de governos de direita na maioria dos países da América Latina.

O Peru e El Salvador já não figuram na lista dos «incómodos». No Paraguai o golpe palaciano será recordado como um êxito da nova estratégia de Obama. A Bolívia está na linha de mira do imperialismo, tal com o Equador. Mas o «inimigo a abater» é a Venezuela Bolivariana.
Nestes dias a solidariedade internacionalista com as forças democráticas do Paraguai é, por isso mesmo, uma exigência no combate á escalada imperialista no Sul do Continente Americano.

O diário Info

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