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sábado, 4 de agosto de 2012

Após entrar no Mercosul, Venezuela recebe propostas de indústrias estrangeiras

O presidente venezuelano durante a coletiva de imprensa após voltar do Brasil.


O presidente venezuelano Hugo Chávez citou as empresas que pretendem abrir negócios no país

Assim que chegou de sua viagem ao Brasil, onde participou do ato de inclusão do seu país ao Mercosul (Mercado Comum do Sul), o presidente venezuelano Hugo Chávez concedeu uma entrevista coletiva, na quarta-feira (01/08) para enumerar as conquistas da Venezuela após sua entrada no bloco regional.

Além do acordo firmado com a Embraer (Empresa Brasileira de Aeronáutica) para a compra de seis aviões comerciais no valor de US$ 270 milhões e da aliança com a petrolífera argentina YPF, Chávez também anunciou a intenção de empresas, como a GM (General Motors), Samsung, Yamaha e Renault, se instalarem no país.

Segundo o ministro da Indústria, Ricardo Menéndez, a delegação venezuelana manteve conversas com executivos da GM no Brasil, nas quais resultou a intenção da empresa de instalar uma fábrica de peças automotivas no país, além de acrescentar à capacidade produtiva venezuelana mais 120 mil veículos por ano. Hoje a Venezuela produz cerca de 50 mil unidades ao ano. O ministro explicou que a intenção da transnacional automotiva é montar veículos com peças fabricadas na Venezuela e exportar peças e carros para o norte do Brasil e Caribe.

Chávez avaliou que, com o ingresso da Venezuela no Mercosul, será mais fácil conseguir financiamento do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social). Para ele, a aquisição de seis aviões da Embraer, destinados à companhia estatal de transportes aéreo, é o primeiro passo, já que o país caribenho recebeu um crédito do banco brasileiro que representa 70% do valor total da compra. “Chegam três aviões este ano”, comemorou a ministra Elsa Gutiérrez, da pasta de Transporte Aquático e Aéreo.

Commodities

Outro assunto comentado pelo presidente foi o potencial do seu país para exportação de commodities agroalimentares e minerais. “Nós temos uma das maiores reservas de fosfatos do mundo”, disse Chávez. “Até agora temos uma reserva aprovada de 70 milhões de toneladas e previsão de mais 80 milhões para serem aprovadas”, completou o ministro Menéndez. O fósforo é um mineral importante na fabricação de fertilizantes.

Chávez anunciou que em curto prazo também vai exportar “coque verde” para o Brasil. O coque é um subproduto do petróleo utilizado em diversos produtos da indústria brasileira. “O Brasil importa por ano cerca de 100 milhões de toneladas de coque da Nigéria, África e Oriente Médio. Nós produzimos cerca de 100 milhões de toneladas de coque. Temos aqui mesmo no Orinoco (bacia do rio Orinoco)”, afirmou.

Mas o presidente venezuelano advertiu que o país tem que agregar valor às suas matérias-primas com o objetivo de aumentar as divisas do país. “Nenhum país do mundo se desenvolveu sendo exportador de matéria-prima. Temos que dar valor agregado à nossa matéria-prima em território venezuelano e, agora, em território do Mercosul", explicou. O governo venezuelano também pretende exportar para o Brasil flores, uva, vidro e alumínio.

Pré-sal

Chávez declarou-se empenhado em finalizar a construção da refinaria Abreu e Lima em Pernambuco, uma parceria entre Petrobrás e PDVSA, empresa petrolífera estatal venezuelana. Apesar das obras da refinaria seguirem o cronograma, apenas a Petrobrás, até o momento, aportou verbas ao empreendimento. “Vamos levar 115 mil barris de petróleo para refinar e abastecer o norte do Brasil de combustível”, afirmou o político, lembrando-se da facilidade da Venezuela em extrair petróleo, ao contrário do Brasil, que vem fazendo grandes investimentos para extrair o óleo das reservas de pré-sal.

“Nosso petróleo está a 500 metros do solo. Terra plana, arenosa. Primeiro sai um jato de água doce, depois o petróleo. A nós, custa 6 dólares dólares por barril [para extrair]. A extração nas reservas do pré-sal estão debaixo de dois quilômetros de lâmina d’água e mais três quilômetros de sal”, afirmou o presidente venezuelano.

Também foi anunciado que os três navios multipropósito da frota venezuelana vão agregar força à capacidade exportadora do país, já que têm condições de entrar nos principais portos do Brasil, além da versatilidade de transportar desde grãos a contêineres.

Indústria venezuelana

A coletiva no Aeroporto Internacional Simon Bolívar, no município de Maiquetía, ns Grande Caracas, também serviu para o presidente acalmar os industriais do país. Na terça-feira (31/07), a Favenpa (Câmara dos Fabricantes Venezuelanos de Produtos Automotivos) enviou um comunicado ao chanceler Nicolás Maduro solicitando a "exclusão do setor automotivo do ingresso do Mercosul".

Para eles, as "assimetrias" que existem entre as indústrias brasileira e argentina em relação à venezuelana seriam danosas para a indústria nacional. “Temos que ouvi-los. Mas eles deveriam estar fazendo uma festa com a incorporação da Venezuela”, disse Chávez.

O presidente tratou de acalmar os empresários locais, assegurando que o Mercosul tem dispositivos que protegem setores mais “delicados” da economia dos países membros. “Não estamos em apuros. A Venezuela terá uma lista de artigos sensíveis para serem excluídos dos processos de isenção fiscal ou concedidos um prazo maior”, disse. Já o ministro Menéndez também tentou tranquilizar o setor. “No marco do Mercosul há dois produtos que estão excetuados do conjunto de normas, que é o setor automotriz e o açúcar”, assegurou.

Opera Mundi

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