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quarta-feira, 22 de agosto de 2012

O que o Irã pensa do ocidente e de sua febre da guerra

Pepe Escobar

Dado que não é possível acompanhar pessoalmente o robô Curiosity em suas andanças em Marte, não há como escapar da histeria do “Bombardeiem o Irã” que emana, incansável, de Telavive e dos sentinelas avançados de Telavive em Washington. Agora já há até opinionismo de terceira classe, a sugerir que o presidente Barack Obama dos EUA voe pessoalmente a Israel, para acalmar o duo pirado Bibi-Barak. [1]

Assim sendo, é hora de tomar rumo completamente diferente – e totalmente ausente das páginas da mídia-empresa ocidental – e ouvir o pensamento iraniano qualificado que se dedica a analisar o que realmente fermenta por baixo do rugido dos tambores de guerra – no que diga respeito a Irã, Turquia, mundo árabe e toda a Eurásia.

Hossein Mousavian

Pode-se começar com o embaixador Hossein Mousavian, pesquisador do Woodrow Wilson School of Public and International Affairs da Universidade de Princeton; ex-porta-voz da equipe de negociadores iranianos para a questão nuclear de 2003 a 2005; e autor de The Iranian Nuclear Crisis: A Memoir.

Escrevendo na página internet da Arms Control Association [2], Mousavian vai diretamente ao ponto: “A história do programa nuclear do Irã sugere que o ocidente, inadvertidamente, está empurrando o Irã na direção de armas nucleares”.

Em sete passos chaves, Mousavian mostra didaticamente como o processo se desenrolou – começando pela “entrada do Irã no campo nuclear”, possibilitada, aliás, por Washington: “nos anos 1970s, o Xá [do Irã] tinha planos ambiciosos para explicar o programa nuclear, prevendo 23 usinas nucleares até 1994, com apoio dos EUA”.

Mousavian mostra como, de 2003 a 2005, durante o primeiro governo Bush,
O Irã apresentou várias propostas [nucleares], que incluíram o compromisso declarado de que limitariam o enriquecimento no nível de 5%; de que exportariam todo o urânio baixo-enriquecido [orig. low-enriched uranium (LEU)] ou bastões de combustível nuclear que produzissem; de que assinariam um protocolo adicional aos acordos de salvaguardas com a AIEA e com o Código 3.1 dos arranjos subsidiários, que assegurariam nível máximo de transparência; e autorizavam a AIEA a inspecionar instalações não declaradas. Essas propostas visavam a superar as preocupações do ocidente sobre a natureza do programa nuclear iraniano, garantindo que nenhum urânio enriquecido seria desviado para algum programa de armas atômicas. A proposta iraniana também teria facilitado o reconhecimento, pela comunidade internacional, do direito de o Irã enriquecer urânio, nos termos do Tratado de Não Proliferação. Em troca desses compromissos que o Irã assumia, o dossiê iraniano na AIEA seria normalizado e o Irã teria acesso a uma mais ampla cooperação política, econômica e de segurança com a União Europeia. Além disso, também interessava ao Irã garantir o suprimento de combustível para o reator nuclear de pesquisas em Teerã, motivo pelo qual estava disposto a enviar o urânio enriquecido para algum outro país onde pudesse ser convertido em bastonetes/combustível.
O governo Bush recusou todos os oferecimentos do Irã. Mousavian recorda “encontro que tive naquele momento com o embaixador francês no Irã, Francois Nicoullaud, que me disse: Para os EUA, o Irã enriquecer urânio no próprio país é a linha vermelha que a União Europeia não pode ultrapassar”.

De onde se pôde concluir que “o ocidente não está interessado em resolver a questão nuclear. A única coisa que o ocidente deseja é obrigar o Irã a abandonar completamente seu programa de enriquecimento”. Efeito disso foi, como não poderia deixar de ser, que o Irã foi compelido a “modificar sua diplomacia nuclear e a acelerar o programa de enriquecimento, para assegurar-se a autossuficiência na produção do combustível nuclear”.

“Estoque zero”, quem se candidata?

Rode o filme para a frente, até fevereiro de 2010. Teerã propôs “manter o enriquecimento abaixo de 5%, desde que o ocidente assegurasse o combustível necessário para manter em atividade o reator de Teerã. O ocidente recusou essa proposta”.
Charge do Bira

Então, em maio de 2010, “o Irã construiu um acordo com Brasil e Turquia para trocar seu estoque de urânio baixo-enriquecido por combustível para o reator de pesquisas. O acordo baseou-se em proposta esboçada inicialmente pelo governo Obama com funcionários dos governo de Brasil e Turquia, em clima de entendimento que os fez crer que teriam as bênçãos de Washington para negociar com o Irã. Lamentavelmente, os EUA boicotaram o sucesso da negociação, ao rejeitar o acordo; e o Conselho de Segurança da ONU, em seguida, aprovou novas sanções contra o Irã”. Qualquer observador objetivo que acompanhe a história do dossiê nuclear iraniano conhece todos esses fatos.

Novamente, rodem o filme à frente, até setembro de 2011, “quando o Irã já dominava a tecnologia de enriquecimento a 20% e já acumulava estoque considerável; foi quando o Irã propôs suspender as atividades de enriquecimento a 20% e aceitar que o ocidente fornecesse os bastonetes-combustível para o reator de Teerã. Mais uma vez, o ocidente rejeitou a proposta; o que obrigou os iranianos a dar um passo adiante e passar a produzir seus próprios bastonetes-combustível”.

Sobre as conversações desse ano em Istambul e Bagdá, Mousavian destaca que “depois de cada bloqueio, de cada ação ocidental punitiva, o Irã fez avançar o seu programa nuclear”.

E a coisa ainda piora: “Comparação entre a declaração de 19 de junho, em Moscou, feita por Catherine Ashton, chefe da política externa da União Europeia e principal negociadora no grupo P5+1, e a declaração da mesma Ashton dia 14 de abril em Istambul mostra uma grande diferença. O P5+1, em junho, dá mais importância ao Irã cumprir suas obrigações internacionais, a saber, obedecer a resoluções do Conselho de Segurança da ONU, do que a que cumpra os deveres a que se obriga por ser signatário do Tratado de Não Proliferação. Vê-se hoje claro retrocesso em relação à posição em Istanbul. Indica que o foco volta, agora, a ser a suspensão das atividades iranianas de enriquecimento, demanda que sempre aparece para interromper quaisquer negociações, desde 2003”.

O resumo é que “não só o ocidente empurrou o Irã a buscar a autossuficiência, mas, em todas as circunstâncias, tentou privar o Irã de seu inalienável direito de enriquecer urânio. Esse movimento impulsionou o Irã a buscar, a todo galope, controlar toda a tecnologia nuclear”.

A conclusão é inevitável: “Os progressos que o Irã obteve em seu programa nuclear é produto dos esforços do ocidente para isolar o Irã, ao mesmo tempo em que se recusou a reconhecer os direitos do Irã”.

Washington e seus seguidores europeus simplesmente não conseguem entender que “sanções, isolamento e ameaças não obrigarão o Irã a ajoelhar-se. Ao contrário, essas políticas só levaram a avanços no programa nuclear iraniano”. Mesmo sob as mais devastadoras sanções e a febre de “Bombardeiem o Irã” já chegando ao surto convulsivo, só uma consequência é garantida, diz Mousavian: “o Irã tende hoje a retirar-se do Tratado de Não Proliferação e a buscar sua bomba atômica”.

O que torna tudo isso ainda mais absurdo é que há solução que pode por fim a toda essa loucura:
Para atender às preocupações do ocidente sobre o estoque iraniano de urânio enriquecido a 20%, solução mutuamente aceitável para o longo prazo implicaria “estoque zero”. Sob essa abordagem, um comitê conjunto (Irã e P5+1) quantificaria as carências domésticas do Irã, em termos do quanto de urânio 20% o país carece para finalidades de pesquisa; e tudo que ultrapassasse essa quantia seria vendido no mercado internacional, ou imediatamente ‘empobrecido’ até voltar ao nível de 3,5%. Assim se asseguraria que o Irã não pudesse formar estoque permanente de urânio enriquecido a 20%, o que atenderia às preocupações internacionais sobre a possibilidade de o Irã construir bombas atômicas. Seria solução que salvaria as posições de todos, ao mesmo tempo em que reconheceria o direito dos iranianos de enriquecer seu urânio, assegurando ao país meios para negar qualquer interesse em construir armas atômicas.
Washington – e Telavive – algum dia aceitarão? Claro que não. Os cães da guerra continuarão a ladrar.

Um novo jogo de segurança

Também é reconfortante examinar a análise iraniana da situação síria.

Mehdi Mohammadi, na página internet IranNuc.IR [3] escreve:
“....o medo que a maioria sunita tem, de uma minoria salafista, não é fator a desprezar; e é realidade muito frequentemente censurada, relevante para entender a situação em campo na Síria. É a mesma realidade que impediu a oposição de aceitar quaisquer formas de negociações e, até, eleições livres”. 
Esse fato é absoluto anátema na cobertura que a imprensa-empresa ocidental tem dado à situação na Síria.

Mehdi Mohammadi

Mohammadi avalia corretamente as discrepâncias entre várias facções da Fraternidade Muçulmana (FM) dentro da Síria: há uma facção linha-dura que quer ver implantada a lei da Xaria; e outra, convencida de que o futuro de toda a região está, seja como for, nas mãos da FM – a qual está em missão de caráter divino; mas a maioria quer, isso sim, extrair a maior quantidade de dinheiro que consigam extrair da Arábia Saudita, aliando-se para isso com a França, os EUA, os sunitas no Líbano e na Jordânia: “esses são a espinha dorsal da oposição armada na Síria”.

O xis da questão é que, mesmo no melhor cenário, a FM “está cometendo gravíssimo erro estratégico (...). Ainda que o governo de Assad seja deposto, os EUA jamais permitirão que o governo sírio caia nas mãos da parte da Fraternidade Muçulmana que aspira a manter e, se possível, aprofundar ainda mais, o atual conflito com Israel”.

Mohammadi observa, também corretamente, como EUA, Israel, Arábia Saudita e Turquia “chegaram à conclusão de que o melhor modo de impedir que desenvolvimentos da Primavera Árabe ajudassem a aumentar o poder do Irã na região seria converter todo o real conflito em luta entre xiitas e sunitas”.

No fundo, como o Irã interpreta tudo isso? Segundo Mohammadi, “há alto grau de confiança em que o governo sírio não se deixará depor, no mínimo num prazo médio”. Além disso, “é muito pouco provável que Rússia e China cheguem a algum acordo com o ocidente sobre a Síria” e inclusive “sobre o dossiê nuclear iraniano”.

Teerã, pois, está apostando na possibilidade de que “Rússia e China consigam construir um front estratégico confiável, anti-ocidente”. E o autor conclui: “A equação estratégica da região, como resultado dos eventos hoje em curso na Síria, absolutamente não mudou em qualquer direção que possa prejudicar o Irã”.

Mohammad Farhad Koleini

Em entrevista à página internet “Iranian Diplomacy (IRD)” [4], Mohammad Farhad – ex-embaixador e analista de estratégia – comenta o modo como “alguns países árabes, que têm currículos muito sujos no campo dos direitos humanos, deram as mãos aos EUA, na atual correlação de forças na Síria, com vistas a definir um novo jogo de segurança. Mas esse jogo de segurança está sendo mal administrado e, com certeza, maculará a imagem internacional dos EUA”.

Koleini observa que, “enquanto o ocidente busca criar novo arranjo de segurança no Mediterrâneo”, Moscou tenta “não deixar que o ocidente imponha ali seu monopólio geopolítico”. Por isso, a abordagem russa “não está necessariamente focada no que realmente esteja ocorrendo dentro da Síria, mas tem em vista um pacote regional e o projeto de Moscou para regular esse pacote nas suas interações com o ocidente”.

Isso explica por que a Rússia “jamais permitirá que estados ocidentais imponham qualquer tipo de zona aérea de exclusão sobre a Síria”. É atitude confrontacional? Não, de modo algum: “A Rússia está fazendo o máximo possível para evitar, a qualquer preço, qualquer tipo de confrontação. A China sempre demonstrou, em todos os seus movimentos, que segue a mesma política”.

Mehdi Sanaei 

Mehdi Sanaei, diretor do Grupo de Estudos sobre a Rússia na Universidade de Teerã e diretor do Iran and Eurasia Research Center (IRAS), escrevendo na página internet do jornal Tabnak News [5] vai ainda mais fundo: Moscou trabalha agora sob “nível sem precedentes de desconfiança quanto aos objetivos e intenções dos EUA no Oriente Médio e Eurásia”.

Quer dizer: podem todos esquecer o famoso “reset” das relações entre Washington e Moscou.

Sanaei refere-se ao famoso artigo sobre política externa que Putin publicou [6] às vésperas da eleição presidencial na Rússia: “Putin visou diretamente os EUA, acusando Washington de mentir e manipular a estrutura e as resoluções da ONU, servindo-se de dois pesos e duas medidas em inúmeras questões globais em diferentes países, além de perseguir interesses só seus, enquanto prega democracia”.

Sanaei descreve, também corretamente, o modo como os analistas russos veem a política externa do governo Obama, como “resultado de dois tipos de teorias: “realismo de última moda” e “neoliberalismo”. Por causa disso, os EUA realmente creem que todos os países do mundo possam ser classificados ou como “amigos” ou como “inimigos” dos EUA. Países hostis, portanto, têm de ser enfraquecidos, e a presença deles nas arenas estratégicas regional e global deve ser contida e, se possível, suprimida, em termos políticos, econômicos e culturais”.

Portanto, para Moscou, “uma nova onda da ordem do mundo foi iniciada pelos EUA para criar nova versão do velho sistema unipolar. Os principais alvos dessa onda, Moscou insiste, incluem o Norte da África, o Oriente Médio, o Irã, a Eurásia e, finalmente, China e Rússia”.

Koleini, dessa vez em artigo para o jornal Emrooz de Teerã [7], introduz o tema do Oleogasodutostão no relacionamento Irã-Rússia: “Apesar da cooperação com o programa de energia nuclear iraniano, a Rússia sempre desejou cortar a mão do Irã no mercado europeu de gás natural. Nessa direção, a Rússia interagiu com Turquia e alguns países do Leste Europeu no projeto Blue Stream. Isso prova, acima de qualquer dúvida, que a Rússia tenta alcançar a liderança na engenharia da estrutura de segurança na Europa, mediante sua política de energia, e reduzir a dependência da Europa de outras fontes de energia”.

Tudo isso, enquanto “tenta desempenhar papel de equilibração no caso nuclear do Irã”.

Koleini também oferece esboço do principal desafio para a “política eurasiana” que Putin explicitou antes de eleito: “O ponto é que o ocidente está projetando novos jogos políticos, sobretudo na Ásia Central, para criar problemas novos para a Rússia e afastar da Eurásia a atenção de Moscou, atraindo-a para esferas tradicionais da extinta União Soviética”.

Egito e Irã trocam beijos

Intelectuais iranianos têm monitorado atentamente a vizinha Turquia. Especialista em Turquia e Cáucaso, Elyas Vahedi observa como “o governo turco surgiu com conceitos como “nem religião de estado, nem estado religioso”, “governo secular, não homem secular”, “civilizar a Constituição”, “abertura democrática/abertura curda/abertura alawita” e “controle e supervisão civis sobre o exército”, e tem-nos usado para fortalecer e manter o controle político sobre o Partido Justiça e Desenvolvimento (AKP)”.

E, claro, antes da Primavera Árabe, toda a conversa girava em torno de “zero problemas com nossos vizinhos” e a doutrina da “profundidade estratégica” da Turquia.

Mas agora que a Turquia está metida na Síria, o governo do AKP “tenta justificar o próprio fracasso, declarando que a política de minimizar os problemas com países vizinhos teria entrado na segunda fase (...). A Turquia acredita que o principal traço da segunda versão de sua política é interação com povos de países vizinhos, não mais com governos vizinhos”.

Simplesmente não se sustenta, diz Vahedi: “Esse ponto de vista, apesar de algumas limitações, seria ainda, de certo modo, justificável em alguns países como Líbia, Egito e Tunísia; mas absolutamente não se aplica à Síria”. Além disso, Ankara “manteve-se em silêncio ante o suplício do povo do Bahrain, sob o pretexto de que os protestos políticos no Bahrain não seriam populares”.

Sobretudo, a política exterior da Turquia “também alimentou especulações de que Ankara participava do conflito xiita-sunita provocado e encenado pelo ocidente. O dano que essa ideia causará à posição e ao prestígio regionais e internacionais da Turquia custará caro demais a Ankara”.

Vahedi vê a Turquia, bem como a Arábia Saudita e o Qatar, como seguidores do ocidente, que lidera da retaguarda, no estilo típico de Obama. A Turquia “parece ter lido a mente do ocidente e tenta aceitar o papel que entende como o seu, a serviço do ocidente, à espera de obter algumas concessões do ocidente”. Mas não funcionará – por exemplo, a entrada da Turquia na União Europeia não acontecerá, ante a gigantesca oposição de França e Alemanha.

Para não falar que Ankara “enfrenta graves críticas que lhe vêm de figuras nacionalistas. Dizem que, o governo da Turquia fala da defesa dos direitos do povo sírio como sua primeira e principal prioridade, ao mesmo tempo em que direitos dos turcos são ignorados em Karabakh e nos Bálcãs, com a conivência das potências ocidentais”.

Ali Akbar Asadi, do Departamento de Relações Internacionais da University of Allameh Tabatabaei, discorre sobre os eventos chaves das semanas vindouras: o renovado relacionamento diplomático entre Irã e Egito – objeto da mais furiosa ira de Washington; o Departamento de Estado, em movimento infantilóide, insiste que o Irã “não merece” ser anfitrião da reunião do Movimento de Não Alinhados em Teerã, do qual participará o presidente Mohamed Morsi do Egito. [8]

Asadi vai direto à jugular – as petromonoarquias do Conselho de Cooperação do Golfo (CCG) estão aterrorizadas ante a possibilidade de que “o Egito retome suas relações com a República Islâmica do Irã, ou, mesmo, de que estabeleça relações estratégicas com a Turquia, minando o poder e a influência do próprio CCG no novo equilíbrio do poder regional”.

Assim sendo, o GCC está fazendo o que costuma fazer: deixando jorrar um pouco de dinheiro. “Querem manter o Egito, como ator político grande e importante no mundo árabe, do lado deles”.

Estão também exigindo de Mursi e da FM que “não tomem qualquer medida para exportar sua revolução ou para ativar outros afiliados” da FM no GCC. E esperam que “o Cairo evite adotar nova abordagem para fortalecer o Hamás contra o Fatah, ajudando a população palestina e de Gaza, e mostrando-se em aberta e firme oposição contra o regime israelense”.

A política do GCC, apoiada pelo ocidente e por Israel, é “manter o Egito estrangulado em seus desafios domésticos” e, assim, incapaz de exercer “a liderança histórica que aspira a recuperar, no mundo árabe”.

Eis, então, apenas uma amostra da discussão intelectual em curso hoje no Irã. Comparada à histeria bombardeativa de que Telavive e Washington estão acometidas, soa como se esses analistas pensassem e escrevessem em Marte.

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