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quarta-feira, 31 de outubro de 2012

Avante para a Lua!

O programa detalhado do estudo da Lua para os próximos dez anos inclui dois pousos na superfície lunar, uma expedição orbital e, em perspetiva, o transporte de solo lunar à Terra. Os projetos preveem uma ampla cooperação internacional. Sua realização bem-sucedida marcará o início do aproveitamento da Lua.

O programa russo do estudo da Lua ganhou finalmente uma forma definitiva. Recentemente, o acadêmico Lev Zelioni, diretor do Instituto de Pesquisas Cósmicas da Academia de Ciências da Rússia, apresentou, em Moscou, uma descrição pormenorizada de projetos lunares e um plano de pesquisas no terceiro simpósio dedicado à investigação do Sistema Solar:

“Após a tragédia da sonda Phobos-Grunt, o programa planetário da Rússia foi suspenso. Foram revistos tanto componentes científicos, quanto aspetos tecnológicos dos projetos. Em resultado, foi tomada a decisão de concentrar-se na garantia de uma alta segurança das missões.”

Por isso, foi dividido em duas partes o projeto Luna-Glob, anteriormente unido: sondas de pouso e orbital a serem lançados em 2015 e 2016, respetivamente. O primeiro projeto visa testar tecnologias de pouso brando, motivo pelo qual será necessário reduzir o volume de experiências científicas. A segunda parte, orbital, promete ser mais interessante desde o ponto de vista de investigações lunares. Como está previsto, a sonda orbital Luna-Glob irá funcionar sucessivamente em três órbitas em altitudes de 150, 50 e 500 quilômetros. Três altitudes serão necessárias para realizar diferentes experiências científicas, em particular, para estudar partículas de raios espaciais de energias extremamente altas. Em 2017, está previsto o pouso da sonda Luna-Resurs, uma estação científica de pleno valor, que terá, aproximadamente, o dobro de aparelhos científicos em comparação com a Luna-Glob. A etapa mais importante deste programa deve ser o transporte de solo da Lua (projeto Luna-Grunt) que deve ser realizado em 2019. Embora, como reconheceu Lev Zelioni, a preparação do projeto para este prazo represente certos riscos.

Os projetos de Luna-Glob e Luna-Resurs serão realizados em conjunto com a Europa. A intenção da Rússia de efetuar projetos conjuntos é confirmada por sua orientação para a cooperação com a Agência Espacial Europeia que também anunciou recentemente os planos de transporte de solo lunar entre 2020 e 2022. O projeto Luna-Resurs deve anteceder estes planos.

Antes, fora planejado o projeto de Luna-Resurs em cooperação com a Índia, lançando a sonda russa em conjunto com o satélite lunar indiano Chandrayaan-2 com a ajuda do foguete GLSV Mk.2 (Índia). Agora, decidiu-se “dividir” duas em partes o projeto, e a sonda de pouso russa será lançada em direção à Lua com a ajuda do foguete Proton. Mas a sonda de pouso poderá transportar um “lunokhod” indiano. Possivelmente, do projeto de Luna-Resurs participará a Agência Espacial Europeia, concedendo uma instalação de perfuração. A missão terá por tarefa extrair amostras de solo de uma profundidade de 1,5-2 metros, que não sejam poluídas por produtos de trabalho de motores de pouso. Em termos gerais, a cooperação internacional pode incluir tanto a realização de experiências científicas a bordo de aparelhos espaciais, como o processamento conjunto de dados obtidos.

É simbólico que este programa tenha começado no ano do 75º aniversário da União de Pesquisas e de Produção Lavotchkin, principal empresa da Rússia (anteriormente, da União Soviética) que desenvolve satélites científicos. Em meados dos anos 60, os programas de estudo do espaço foram transferidos do Bureau de Projeção, dirigido por Serguei Koroliov, para a Fábrica de Construção de Máquinas e o Bureau de Projeção Experimental Lavotchkin, onde as funções de construtor-chefe foram desempenhadas por Gueorgui Babakin. Foi lá que foram desenvolvidos aparelhos lunares que tornaram famosa a ciência espacial russa: a estação Luna-9, que efetuou o primeiro pouso brando na Lua, a Luna-16, a Luna-20 e a Luna-24, que transportaram automaticamente solo lunar à Terra, e os mundialmente conhecidos “lunokhodes”.

Por ironia do destino, passados quase 50 anos após a expedição bem-sucedida da Luna-9 em 1966, voltamos a falar sobre testes de tecnologias de pouso brando previstos para 2015. Mas a história desenvolve-se por espiral e, possivelmente, trata-se desta vez de uma nova volta do programa da conquista da Lua.

Voz da Rússia

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