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domingo, 23 de dezembro de 2012

Rússia diz que armas químicas da Síria estão seguras.Guerra civil síria atingiu impasse e Assad não sairá, diz chanceler

A guerra civil na Síria atingiu um impasse, e os esforços internacionais para convencer o presidente Bashar al-Assad a renunciar não surtirão efeito, disse neste sábado o ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov.

Rebeldes predominantemente sunitas tentam derrubar Assad e lutam nas cercanias da capital Damasco e conquistando territórios no sul, após saírem de seus redutos no norte, nas cidades de Aleppo e Idlib.

Mas Assad, da minoria alauíta, ligada aos xiitas, respondeu com artilharia, ataques aéreos e, de acordo com a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), mísseis Scud. Isso levou a aliança a levar sistemas de defesa à fronteira com a Turquia.

O enviado do Kremlin ao Oriente Médio disse neste mês que os rebeldes podiam derrotar as forças de Assad, e que Moscou estava preparando uma possível retirada dos russos do país, no maior sinal de que a nação está se preparando para a Síria pós-Assad.

Muitos países ocidentais e árabes pediram para que Assad renuncie antes que o conflito, que já dura 21 meses e matou mais de 44 mil pessoas, cause ainda mais perdas.

Mas Lavrov disse que o presidente da Síria não está perto de ceder à pressão dos oponentes ou aos líderes de Moscou e Pequim, mais simpáticos a ele.

"Ouçam, ninguém vencerá esta guerra", afirmou Lavrov a repórteres a bordo do avião presidencial, a caminho de Moscou, após o encontro Rússia-União Europeia, em Bruxelas. "Assad não vai a lugar algum, não importa o que digam, seja a China ou a Rússia."

Lavrov afirmou que a Rússia rejeitou pedidos de países da região para pressionar Assad a deixar o país ou oferecer asilo ao líder, e alertou que sua saída pode até aumentar a violência.

Ele também disse que as autoridades sírias estão juntando as armas químicas do país em uma ou duas regiões e que elas estão "sob controle" por enquanto. "Atualmente, o governo está fazendo o que pode para deixá-las (armas químicas) seguras, de acordo com dados de inteligência que temos e que o Ocidente tem", afirmou.

Os países ocidentais disseram há três semanas que o governo de Assad pode estar preparando o uso de gás venenoso para combater os rebeldes que estão acampados ao redor da capital e controlar as áreas rurais de Aleppo e Idlib, no norte.

ALERTAS DOS REBELDES

Na província de Hama, no centro do país, onde rebeldes dizem ter tomado a maioria do território rural a oeste da cidade de Hama, combatentes ameaçaram invadir duas cidades predominantemente cristãs, que segundo eles são usadas como base para que as forças pró-Assad os ataquem.

Um video divulgado pelos rebeldes mostra sete combatentes armados da Brigada Ansar exigindo que moradores de Mahrada e al-Suqeilabiya desalojem as forças de Assad.

Em Aleppo, o líder rebelde coronel Abdel-Jabbar al-Oqaidi disse que seus combatentes consideram o céu da cidade uma zona de restrição aérea e repetiu alertas de que atacarão aviões que usarem o aeroporto da cidade.

Atiradores dispararam contra um avião que se preparava para decolar de Aleppo na quinta-feira, forçando o cancelamento da decolagem.

"O aeroporto estava sendo usado como aeroporto militar para transportar tropas e Guardas Revolucionários (do Irã)", afirmou o líder à Reuters. "Proibimos que aviões sobrevoem o espaço aéreo sírio. Estabeleceremos uma zona de restrição aérea."

Em Damasco, um carro-bomba matou neste sábado cinco pessoas e feriu dezenas no bairro de Qaboun, disse o Observatório Sírio para os Direitos Humanos. De acordo com a entidade, 44 mil pessoas já morreram no país desde o início da revolta contra Assad, em março do ano passado.

Rússia diz que armas químicas da Síria estão seguras

Consciente do perigo que seria um arsenal químico nas mãos dos rebeldes, Assad reforçou a segurança destas armas.

Soldado do Exército Livre da Síria num subúrbio de Damasco KARM SEIF/SHAAM NEWS NETWORK/REUTERS

O ministro russo dos Negócios Estrangeiros disse este sábado que a Síria concentrou o seu arsenal de armas químicas em “um ou dois” locais para evitar que os rebeldes possam capturá-las.

Sergei Lavrov explicou que antes as armas químicas estavam “espalhadas” pelo país e que agora, por enquanto, “estão sob controlo”.

O ministro russo também disse que o Presidente Bashar al-Assad não tem quaisquer planos para sair da Síria.

Numa conversa com jornalistas a bordo do avião que o levou de regresso a Moscovo, após uma cimeira EU-Rússia em Bruxelas, Lavrov citou informação russa, mas também dos EUA e da União Europeia para dizer que “o Governo sírio está a fazer tudo o que pode para garantir a segurança dos arsenais de armas químicas”.

Para Lavrov a maior ameaça das armas químicas da Síria é se estas chegarem às mãos dos militantes radicais que querem derrubar o regime de Damasco.

Assad chama "terroristas" a toda a oposição armada, mas a realidade no terreno é que as forças rebeldes são constituídas por muitos opositores ao regime, desertores do exército e alguns grupos islamistas mais radicais, alguns com possíveis ligações à Al-Qaeda. São estes últimos que podem ser considerados verdadeiras ameaças caso deitem a mão aos arsenais químicos sírios.

Do lado americano e europeu tem aumentado a preocupação de que Assad possa utilizar armas químicas contra a rebelião se a situação do regime se tornar desesperada.

O Presidente dos EUA, Barack Obama já avisou Assad de que enfrentaria “consequências” se utilizasse armas químicas contra o povo sírio, sublinhado que tal acto de guerra seria “totalmente inaceitável”.

Os EUA disseram que essa seria “a linha vermelha” que se fosse ultrapassada ira desencadear uma intervenção militar internacional.

Mas Lavrov considera que o Ocidente não está com muita vontade de intervir na Síria. “Tenho a sensação de que eles estão a rezar para que a Rússia e a China continuem a bloquear a autorização para uma intervenção internacional. Porque se essa decisão for tomada, eles terão que agir e ninguém está pronto para agir.”

O ministro russo disse também que nenhum dos lados vai conseguir vencer a guerra. Contabilizados 21 meses de conflito, já terão morrido na Síria cerca de 44 mil pessoas.

Naval Brasil

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