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sábado, 19 de janeiro de 2013

Islamistas do Mali são mais resistentes do que a França previa, dizem diplomatas

NAÇÕES UNIDAS – Os confrontos iniciais das tropas francesas com militantes islâmicos no Mali têm mostrado que os combatentes do deserto são mais bem treinados e equipados do que a França tinha previsto antes da intervenção militar da semana passada, disseram diplomatas franceses e de outros países na ONU.

A percepção de que a luta nas semanas –ou meses– à frente poderia ser mais sangrenta do que o previsto pode tornar os países ocidentais ainda mais relutantes em se envolver ao lado da França. No entanto, as autoridades francesas esperam congregar seus aliados na ação, dizem diplomatas.

"O custo do fracasso no Mali seria alto para todos, não apenas o povo do Mali", disse um diplomata africano na quinta-feira. Como os outros diplomatas, ele falou sob anonimato para discutir questões militares e diplomáticas sensíveis.

A captura de dezenas de pessoas na vizinha Argélia, onde as tropas argelinas lançaram uma operação militar para resgatar os reféns militantes islâmicos "obstinados" em um complexo de exploração de gás no deserto, também levanta a possibilidade de que a violência dos radicais islâmicos possa se transformar numa bola de neve para além das fronteiras do Mali.

Os diplomatas deram a declaração depois que as forças francesas tiveram seus primeiros confrontos com os combatentes islâmicos nos últimos dias. A guerra terrestre pareceu seguir numa escalada na quinta-feira, quando as tropas francesas cercaram Diabaly, encurralando rebeldes que haviam tomado a cidade havia três dias.

"Nossos inimigos estavam bem armados, bem equipados, bem treinados e determinados", afirmou um diplomata francês.

"A primeira surpresa foi que alguns deles estão se mantendo no local", disse ele, acrescentando que os outros tinham fugido durante seis dias de ataques aéreos franceses destinados a deter a ofensiva dos militantes e impedir a tomada da capital do Mali, Bamako.

Os franceses, forças do Mali e de países africanos estão enfrentando uma coalizão islâmica que inclui o braço da Al Qaeda no Norte da África, o grupo Ansar Dine local e militantes de um grupo islamista do oeste da África.

A mescla heterogênea de rebeldes tuaregues, islamistas e jihadistas (combatentes islâmicos) de outros países se uniu para enfrentar a intervenção militar estrangeira, que o Conselho de Segurança endossou no mês passado.

Alguns dos militantes teriam sido treinados e armados pelo governo do líder líbio, Muammar Gaddafi, deposto e morto por rebeldes durante uma guerra civil em 2011.

Para alguns diplomatas está claro que as avaliações iniciais dos franceses sobre os militantes subestimaram suas forças. É uma visão que as autoridades francesas não contestam. Outros observaram que os 2 mil soldados prometidos pelo Chade, conhecidos por sua experiência em combates no deserto, ainda não chegaram e não se sabe como irão agir.

O diplomata ocidental mais graduado afirmou não haver nada indicando que os franceses foram sobrepujados no combate terrestre e apontou para o cumprimento do "objetivo inicial da França, que era deter a ofensiva dos militantes".

"Eles sentem que tomaram as decisões que tinham de tomar no curto prazo", disse ele. "Mas, inevitavelmente, nestas situações você nunca sabe qual será o resultado, ou as consequências, ou a estratégia de saída. Mas eles foram bem sucedidos na proteção de Bamako, que poderia ter caído (em mãos dos rebeldes)."

Naval Brasil

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