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segunda-feira, 20 de maio de 2013

A incrível fábrica de submarinos

A construção de embarcações em série movimenta o município de Itaguaí

Distante 70 quilômetros do Centro do Rio, em direção ao sul do estado, Itaguaí é hoje um efervescente canteiro de obras. No município estão em andamento o Arco Metropolitano, obra viária que vai integrar toda a região do Grande Rio, e o Superporto Sudeste, destinado à exportação de minérios. Agora, as atenções se voltam para um ambicioso projeto na área militar. Trata-se do Programa de Desenvolvimento de Submarinos, idealizado pela Marinha, que contempla a construção de quatro embarcações, ao custo de 7,8 bilhões de reais. Numa etapa posterior, está prevista a fabricação de um submarino nuclear. É uma obra superlativa. Suas instalações ocupam 540 000 metros quadrados, divididos em uma fábrica para produção de peças, um estaleiro para montagem e manutenção das embarcações e uma base naval, onde ficará o comando das operações, esses dois últimos à margem da Baía de Sepetiba. Calcula-se que sejam gerados 9 000 postos de trabalho diretos e outros 32 000 secundários. “Do mobiliário aos sensores, passando pela estrutura metálica, tudo será montado aqui”, diz o contra-almirante Newton Braga, da coordenadoria-geral do programa. A primeira unidade deve ser entregue em 2015, dando início ao incremento da frota nacional. Hoje o país dispõe de apenas cinco embarcações do gênero. Para efeito de comparação, a Marinha americana tem uma frota de setenta submarinos, sendo catorze deles nucleares.

Projetar e fabricar um submarino é sempre um desafio de engenharia, com um grau de complexidade muitas vezes comparável ao da execução de um foguete espacial. Para qualificar a mão de obra, foi feito um acordo entre Brasil e França, que possibilitou a transferência da tecnologia. Desde 2010 já foram enviados 220 funcionários brasileiros à cidade francesa de Cherbourg, onde eles aprenderam a dominar técnicas de soldagem e a ter rigoroso controle de qualidade dos materiais usados. O processo de construção envolve três etapas, que vão da fabricação das estruturas aos detalhes de acabamento (veja o quadro). Em junho, começa a ser feita em Itaguaí a primeira parte do programa.

Trata-se de uma iniciativa que traz esperanças sob vários aspectos, pois o desenvolvimento de programas militares tende a resultar em avanços para outros setores. Um exemplo é a indústria da computação americana, que floresceu em áreas próximas a bases das Forças Armadas da Califórnia, dando origem ao que hoje é o Vale do Silício. Certamente, os investimentos também vão ajudar o Rio a retomar seu papel de proa na indústria naval. Nas décadas de 70 e 80, nosso estado chegou a concentrar 80% dos fabricantes de embarcações do país, panorama que ruiu rapidamente há duas décadas, quando os investimentos minguaram e grandes estaleiros foram a pique.

De acordo com a Marinha, aproximadamente 200 empresas estão envolvidas na fabricação das embarcações e 95% das peças terão produção nacional. “É um processo que vai beneficiar todo o estado, atraindo mão de obra qualificada e corporações de alta tecnologia”, explica Braga. Herança tão importante quanto a proteção do litoral, a base militar de Itaguaí poderá ser o início de um vigoroso parque tecnológico.

Veja Rio

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