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quarta-feira, 19 de junho de 2013

A aviação é hoje uma prioridade para a Rússia


Ontem foi inaugurado o maior show aéreo de Le Bourget. Os primeiros quatro dias se destinam aos profissionais e de sexta-feira a domingo a entrada é aberta a visitantes. Apesar da implacável crise financeira, a organização é otimista por se terem ultrapassado os indicadores recorde da última exposição em 2011.

Dessa vez, foram registados 2.113 participantes e foram apresentados cerca de 150 aviões. Hoje foram 2.215 participantes e se espera que Le Bourget seja visitado por, pelo menos, 350.000 pessoas. Um lugar especial do show comemorativo foi atribuído à Rússia, a qual irá apresentar o seu caça multifuncional Su-35S, o avião de treino e combate Yak-130 e o helicóptero de combate Ka-52.

O comissário-geral do salão Emeric d’Arcimoles comentou numa entrevista à Voz da Rússia as especificidades do Le Bourget 2013.

– Este é o 50º show, comemorativo, e nós acompanhamos a evolução da indústria aeronáutica mundial. Isso é igualmente demonstrado pelos seus números: este ano tivemos um número recorde de 2.215 participantes, o que supera em quase 10% o show anterior de 2011, que nós já tínhamos considerado como de muito sucesso.
Yak-130

Uma segunda notícia importante foi o regresso dos aviões russos. É agradável verificar que a aviação voltou a ser uma prioridade para a Rússia e que nós obtivemos mais um parceiro credível para a realização de novos projetos. Na aeronáutica de hoje tudo depende da cooperação. Os tempos, em que por trás dos projetos aeronáuticos se encontrava apenas uma empresa, já pertencem ao passado.

– A Rússia esteve sempre representada em Le Bourget. Porque fala de um regresso?

– Até recentemente, a aviação não era uma prioridade para a Rússia. Os gabinetes de projetos sobreviviam graças a algumas encomendas ocidentais. Todos sabiam que a Rússia tinha dos melhores especialistas nessa área, mas que estes não tinham trabalho. Na última década, no entanto, a Rússia tenta elevar a indústria aeronáutica para um nível mundial. Hoje nós já assistimos a esses resultados: eles são maravilhosos. O Sukhoi Su-35, o Yak-130, os Antonov, há toda uma série de aparelhos excelentes que nós não víamos já há uns dez anos.
ka-52

– Podemos falar num regresso da Rússia ao grupo de líderes da indústria aeronáutica? Porque antes ela era uma referência?

– É possível que ela tenha sido uma referência, mas não na aeronáutica civil. É importante que a Rússia percebeu, neste momento, que toda a produção aeronáutica está interligada. Num show do nível de Le Bourget estão presentes pessoas que detêm nas suas mãos o futuro da aeronáutica mundial. Quando eles discutem projetos, ou formam equipes, eles selecionam os melhores especialistas e não se preocupam qual é o seu país de origem. Apenas são consideradas a sua competência e a sua capacidade de integração num projeto multinacional.
SU-35 photo Pascal Rossignol

– Já se sabe quais serão os contratos a discutir e a assinar durante o show?

– Regra geral, em exposições tão importantes como a de Le Bourget são oficialmente anunciadas as assinaturas de grandes contratos. Contudo, todos percebem que contratos no valor de muitos milhões não se discutem em quatro dias. Isto é o culminar de negociações que, por vezes, demoram anos a realizar. A Boeing e a Airbus irão anunciar novos negócios, mais eles ainda são confidenciais. Por tradição, no show será feito o balanço aos novos contratos assinados, e eu penso que este ano não será mau. Contudo, o objetivo principal do show é permitir um encontro em ambiente informal dos dirigentes das empresas para discutirem os seus projetos futuros. O presidente de uma grande companhia norte-americana disse-me que Le Bourget é, para ele, o show mais lucrativo: pelo preço de um ingresso ele contata com todo o mundo.

– A indústria sente alguma influência da crise? Os salões automóveis, por exemplo, são um exemplo vivo dos efeitos da crise no setor automóvel. Há menos participantes, há mais veículos econômicos, etc.

– Em primeiro lugar, o automóvel e o avião têm ciclos de vida completamente diferentes: se um novo automóvel tem de ser lançado a cada cinco anos, no máximo – dez, já na aviação um ciclo começa nos cinquenta anos. Os atuais grandes projetos são o resultado de decisões tomadas há 10, 15, ou mesmo 20 anos atrás. Nós trabalhamos para o futuro, os programas de hoje serão já executados pelas novas gerações. Outro aspeto importante consiste em que o mundo da aviação, ao contrário do mundo do automóvel, é muito unido. Uma companhia não consegue criar um produto sozinha e colocá-lo no mercado. Por fim, nós apostamos no mercado asiático porque hoje a Ásia, especialmente a China, voa muito pouco em comparação com a Europa ou a América do Norte. Como na China o poder de compra está em rápido crescimento, eu não vejo razões para que o crescimento do número de voos abrande. Ele irá continuar a crescer e, de acordo com diversas previsões, a região irá necessitar de importar 6-7 mil aviões nos próximos 20 anos. Concluindo, a crise, entendida globalmente, não atingiu a aeronáutica.

FONTE: Voz da Rússia

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