A crescente atividade militar da Rússia na região ártica é uma resposta a ações de países ocidentais. Segundo peritos, a Rússia corre o risco de se atrasar em relação ao ritmo de militarização da região por parte dos Estados Unidos e dos seus aliados da OTAN.
A reunião do Conselho Ártico em nível de chefes de Estados-Maiores Generais motivou novas reflexões sobre a militarização do Ártico. O evento coincidiu com ações dinâmicas da Força Aérea da Rússia no norte e noroeste do país. Como consequência, o fórum começou com acusações apresentadas pela Finlândia: segundo os dados de Helsinque, dois aviões russos sobrevoaram águas territoriais finlandesas. O Ministério da Defesa da Rússia declarou, porém, que pilotos russos observavam a necessária distância até a fronteira. Ao mesmo tempo, a Rússia não esconde ter intensificado a atividade militar na região polar. Moscou anunciou oficialmente que em 11 de junho foi inspecionada a disposição combativa das bases aéreas situada na Carélia e nas regiões de Leningrado e de Murmansk.
O número de inspeções da capacidade operacional das Forças Armadas russas irá crescer, e já foram aprovadas as bases da política estatal da Rússia no Ártico. Segundo o documento, na região serão formados destacamentos árticos, será desenvolvida a infraestrutura militar e haverá reforços na região da s fronteiras. Há muito tempo países da OTAN se mostram interessados na região do Ártico, sobretudo nos últimos anos, quando se tornou evidente que o clima está mudando e os gelos árticos estão derretendo. A partir de 2007, tornaram-se regulares manobras militares conjuntas na área – as Operações Nanook, com a participação da Dinamarca, do Canadá e dos Estados Unidos. Em 2009, sob a égide da mesma OTAN, Aconteceram manobras multinacionais Loyal Arrow . No ano passado, mais de 16 mil militares dos países do bloco participaram nos exercícios Cold Response. Washington não esconde que o Ártico é considerado como um novo campo de batalha estratégico.
A causa da “agiotagem ártica” está clara: o degelo não apenas abre acesso a enormes reservas de hidrocarbonetos e de outras matérias-primas, mas também à Rota Marítima do Norte, o caminho mais curto da Europa para a Ásia. Mas a concorrência pode impedir o aproveitamento destas riquezas, sustenta o vice-diretor de pesquisas do Conselho para a Política Externa e Defensiva da Rússia, Dmitri Suslov: “devemos nos preparar para uma escalada de tensão no Ártico e uma certa corrida armamentista. É uma tendência triste, porque neste caso estamos dividindo a pele de um urso não abatido. Trata-se de reservas não investigadas – não conhecemos de fato suas potencialidades. Mesmo se estes recursos existirem, hoje em dia a sua extração é muito cara e economicamente não motivada. As partes deveriam despolitizar as relações e chegar à cooperação no Ártico. Um exemplo é a cooperação entre a Rosneft russa e a ExxonMobil americana. Mas a militarização do Ártico forma um clima político negativo, que impede a realização de projetos desse tipo”.
Infelizmente, o Centro Ártico de Projetos Científicos, formado recentemente pela Rosneft e a ExxonMobil, é um dos poucos exemplos da cooperação no aproveitamento de riquezas do pólo norte. Enquanto a “confrontação ártica” não se transformar num “diálogo ártico”, a Rússia terá de reforçar consideravelmente suas posições na região, afirma Mikhail Khodarenok, membro do Conselho Social junto da Comissão Industrial-Militar do Governo da Rússia: “nos tempos soviéticos, a presença militar no Ártico foi muito sensível, mas a situação mudou drasticamente nos anos 1990. Podemos até dizer que há a formação de uma frente ártica antirussa unida em países da Europa do Norte, nos Estados Unidos e no Canadá.”
Mesmo os países afastados revelam interesse. A China, por exemplo, posiciona-se como um “país próximo ao Ártico”. O Conselho Ártico integra cada vez mais “observadores” que insistem na concessão de um regime internacional na região, por analogia com a Antártica. Mas a Rússia tem o território mais extenso ligado a mares árticos. Moscou tem interesses econômicos, energéticos e militar-políticos mais urgentes em comparação com outros países como a Dinamarca, o Canadá, a Noruega e os Estados Unidos.
Voz da Rússia
Author Details
Templatesyard is a blogger resources site is a provider of high quality blogger template with premium looking layout and robust design. The main mission of templatesyard is to provide the best quality blogger templates which are professionally designed and perfectlly seo optimized to deliver best result for your blog.
Nenhum comentário:
Postar um comentário