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quinta-feira, 10 de outubro de 2013

Centro canadense acusado de espionar Brasil diz que tudo que faz é legal

Toronto - John Forster, diretor do Centro da Segurança nas Telecomunicações do Canadá (CSE), acusado de espionar o governo brasileiro, disse nesta quarta-feira que todas as atividades do organismo são legais e estão de acordo com as leis canadenses.

Forster afirmou durante um discurso em Ottawa que "tudo o que o CSE faz cumpre as leis canadenses. Não vigiamos canadenses no Canadá ou o estrangeiro".

No entanto, Forster se negou a contestar se o CSE espionou o governo brasileiro como denunciou no domingo a rede "Globo", se baseando em documentos vazados pelo ex-analista da CIA, Edward Snowden.

Forster afirmou que o governo canadense já respondeu às acusações, embora o primeiro-ministro, Stephen Harper, tenha dito que está "muito preocupado" pelo surgimento da informação e que não comenta temas de "segurança nacional".

A declaração de Forster ocorreu hoje, mesmo dia da publicação de uma informação no jornal britânico "Guardian" que afirma que o CSE se reúne periodicamente e em segredo com empresas canadenses do setor mnerador e energético para passar informação.

Segundo a reportagem, as reuniões são centradas em temas como ameaças à infraestrutura energética, ações de grupos ambientalistas contrários a projetos do setor e "espionagem econômica e corporativa".

O CSE teria espionado as comunicações do Ministério de Energia e Minas do Brasil.

O Canadá é a maior potência mundial no setor minerador e um dos principais países no energético. Só no Brasil operam 55 companhias canadenses dedicadas à exploração, 45 de equipamento e 20 de serviços relacionados com o setor.

Os investimentos diretos do Canadá no Brasil estão estimados em cerca de US$ 10 bilhões, a maior parte nesses dois setores.

Na segunda a presidente Dilma Rousseff exigiu de forma pública que o Canadá explicasse as denúncias de espionagem e disse que, se confirmadas, eram inaceitáveis. Até o momento, as autoridades canadenses não confirmaram nem negaram as acusações.

O ministro das Relações Exteriores, Luiz Alberto Figueiredo, convocou na segunda-feira o embaixador do Canadá no país, Jamal Khokhar, a quem transmitiu a "indignação" do governo pelo suposta espionagem a empresas e instituições brasileiras.

Hoje, o líder da oposição canadense, o social-democrata Thomas Mulcair, declarou durante uma entrevista coletiva que a espionagem ao Brasil tinha sido um grave erro e se mostrou convencido de que o CSE realizou atividades de espionagem industrial.

"As provas são claras de que o CSE participou de espionagem industrial, e isso é totalmente inaceitável", disse Mulcair.

A organização canadense Mining Watch apontou que um dos objetivos da espionagem canadense ao Ministério de Minas e Energia do Brasil poderia ser a mudança legislativa proposta pelo Brasil.

Segundo a ONG, uma nova proposta de lei quer duplicar os royalties pagos pelas mineradoras.

"Embora não seja muito, isto poderia ser bastante para incitar o pânico em um setor tradicionalmente contrário a impostos e royalties que recentemente lançou ameaças exageradas em resposta à proposta do México de taxar royalties em 7,5%" disse Mining Watch.

Mining Watch também denunciou que documentou 12 vezes que as embaixadas canadenses no mundo todo "defenderam de forma incondicional os interesses de companhias mineiras que encaram oposição das comunidades e decisões de administrações públicas que não as agradam".

EFE

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