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segunda-feira, 28 de outubro de 2013

"São duvidosas as vantagens do gás de xisto"

Geert De Cock, colaborador para questões de política do Programa Europeu de alimentação e água da Europe Watch, que estuda as consequências climáticas e ecológicas dos tipos não tradicionais de combustível fóssil, falou sobre os problemas da extração do gás de xisto em entrevista à Voz da Rússia.

– Que ação sobre o meio-ambiente podem exercer os projetos de extração de gás de xisto, que se planeja agora na Ucrânia?

– Nós partilhamos plenamente dos receios dos países da Europa Oriental em relação à segurança energética, por motivo da dependência de um único fornecedor de gás, que é a Rússia. Mas nós não estamos convictos de que o gás de xisto poderá excluir os receios em relação à segurança. Antes de mais nada nós devemos desistir do combustível fóssil, para nos defender das mudanças do clima. A extração do gás de xisto será um passo para o uso ulterior do combustível fóssil? Em caso positivo isto não é solução do problema. Pois será preciso escavar muitos poços, para chegar às jazidas de gás de xisto. E em último, mas não menos importantes. O efeito negativo acumulativo da escavação industrial de poços: ela produz, na qualidade de produto colateral, água poluída, sempre há a probabilidade de vazamento, de lançamentos de gás carbônico, relacionados com a extração. Estes fatos agora nos preocupam.

– Poderá contar com mais detalhes sobre a tecnologia de freking (rompimento hidráulico do extrato)? Isto é bastante complexo e perigoso, não é mesmo?

– Com minérios comuns você escava um poço, tem um reservatório sob pressão e o gás automaticamente chega ao poço. Em caso de gás de xisto tudo é absolutamente diferente. Você escava um poço vertical na direção horizontal na camada de xisto e ela é muito densa, sem poros - bombeando com isto muita água (cerca de 20 milhões de litros para um poço) sob pressão muito alta. Para acompanhamento desse processo usam diferentes substâncias químicas: no EUA usam diesel na qualidade de adição, para romper a pedra e deixar o gás escorrer. Este é um processo muito trabalhoso, e também muito caro. Quem diz que o gás de xisto levará à redução do preço da produção de gás não está bem informado. Porque o problema consiste em que o processo de freking exige muito capital, é necessário investir muito. A exploração de uma jazida de gás de xisto pode custar de 10 a 20 milhões de euros. É um problema sério. No que se refere ao retorno dos recursos, este está ainda muito longe daquele que nós temos em caso de poços comuns de gás. Nós dizemos que a Europa não deve seguir o exemplo dos EUA com o gás de xisto, ou contar com o gás russo, Nós realmente devemos usar as fontes renováveis de energia, a eficácia energética.

– Qual é o pessoal necessário para estas tecnologias?

– O estágio inicial da extração do gás de xisto é um dos trabalhos energéticos que exigem mais capital. No plano da criação de empregos não é muito vantajoso. Mais do que isto, os habitantes locais não têm nenhuma vantagem com esta escavação. É um trabalho altamente qualificado, que exige risco, você trata com substâncias químicas. Por isso você não pode pegar um desempregado e colocá-lo no equipamento de escavação.

– São possíveis na Ucrânia protestos semelhantes aos que ocorreram no Canadá?

– Isto depende das vantagens que os habitantes locais possam receber. Do ponto de vista de empregos são muito poucas. Isto trará apenas muitos problemas sociais, aumento do tráfego etc. No geral eu considero que as vantagens são muito duvidosas e será bastante complexo obrigar os moradores a aceitar a ideia.

Voz da Rússia

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