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domingo, 20 de outubro de 2013

Situação na usina nuclear Fukushima urge um alerta internacional

Na área da usina nuclear Fukushima 1, no Japão, foram registrados, durante um só dia, em 18 de outubro, dois aumentos bruscos do nível de contaminação radioativa das águas subterrâneas. A concentração de trítio, por exemplo, foi 6,5 mil vezes superior aos valores admissíveis. Trata-se do caso mais grave de entre os registrados até aqui na área da central nuclear. De acordo com os especialistas, o problema de vazamento de águas radioativas no local continua crítico.

Níveis muito altos de radiação já foram detetados em diversos terrenos nos arredores dos reservatórios para armazenamento de água na Fukushima. No território da usina, estão armazenadas agora centenas de toneladas de águas radioativas com contaminação de diverso grau. O espaço onde se produziu o derretimento da zona ativa dos reatores permanece aberto e refrigerado por água corrente, esclarece Igor Ostretsov, especialista em física nuclear e energética atômica:

"A água segue ingressando, e é preciso acondicioná-la em lugar conveniente. Na usina foram instalados reservatórios especiais. São constantemente levados para lá, em enormes quantidades, e agora o território todo, presumo, está abarrotado com eles. Naturalmente, grandes quantidades de água ficam derramadas por fora, visto que não se consegue armazenar a totalidade de água nesses recipientes. Recentemente, deu-se um incidente, os técnicos fizeram algo de maneira errada, e isso acabou em vazamento de grande volume de água. Foi construída uma barragem protetora com 100 metros de profundidade, mas os cursos das águas subterrâneas passam também a profundidades maiores. Afinal, tudo desemboca no oceano. Não sei por que motivo os japoneses não querem recorrer a medidas mais sérias. É que o Japão não será capaz por si só de lidar com a situação. Portanto, desde já é indispensável declarar um alerta internacional."

A empresa energética Tokio Electric Power (TEPCO), operadora da usina nuclear, não é capaz de administrar nem controlar o que está acontecendo na central atômica, afirma Vladimir Slivyak, copresidente do grupo ambientalista internacional Ekozaschita (Proteção Ecológica, em russo):

"Em princípio, a empresa trabalha em modo apenas reativo. Quando ocorre algo, eles começam a pensar o que fazer. Ou seja, não há dúvida alguma de eles não controlam a situação. Ali pode suceder qualquer coisa, podem surgir problemas ainda mais graves do que os atuais. Quanto ao aumento súbito de radioatividade, ele se deve, com certeza, a novos vazamentos. Em diversos lugares se vem acumulando grande quantidade de água radioativa."

A empresa TEPCO tem intenção de continuar aplicando as medidas de desativação do solo a fim de evitar o prosseguimento da contaminação radioativa das águas subterrâneas. O problema de desativação da água e do solo radioativos, assim como o de reciclagem dos resíduos radioativos, que se acumulam em grandes quantidades nas centrais nucleares, continuam sendo extremamente complexos, observa Igor Ostretsov:

"A única tecnologia é a evaporação, mas ela não é radical, pois há muitos resíduos que ficam inamovíveis. Quer dizer, não existem tecnologias absolutas. As tecnologias de desativação por aceleradores ainda estão a nível de pesquisa. Já há muito que vimos promovendo esse projeto."

Os cientistas veem a solução do problema no desenvolvimento da produção energética à base de tório, por combustão de quaisquer elementos pesados mediante aceleradores. Está previsto que os temas do setor energético futuro, bem como os problemas de mitigação das consequências do acidente na usina nuclear Fukushima serão abordados numa conferência internacional que se celebrará no final de outubro sob os auspícios da Organização Europeia para a Pesquisa Nuclear.

voz da rússia

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