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quarta-feira, 27 de novembro de 2013

Ancara provoca confrontação entre Pequim e Washington

Pelos visto, a Turquia terá de comprar, em termos menos vantajosos em relação aos chineses, um sistema americano de defesa antimíssil promovido à força por lobistas. Foi assim que o diretor do Centro de Pesquisas Sócio-Políticas, Vladimir Evseev, comentou a recente declaração do chanceler turco, Ahmet Davutoglu, feita em Washington. O ministro salientou, contudo, que o seu país ainda “não fez a opção definitiva quanto ao sistema de defesa antimíssil chinês, podendo rever a sua decisão a favor dos EUA”.

Em setembro de 2013 a companhia norte-americana Raytheon perdeu o concurso para a empresa chinesa de maquinaria CPMIEC. Deste modo, a China obteve o direito de fornecer à Turquia complexos de artilharia antiaérea HQ-9, ou seja, uma cópia do conhecido sistema russo S-300P.

Claro que os resultados do concurso deverão ser aprovados pelo executivo turco. Esta derrota amarga veio provocar a forte pressão de Washington sobre Ancara. Os americanos lembraram que a empresa chinesa é alvo de sanções devido à colaboração com o Irã, a Coreia do Norte e a Síria. Além disso, a Casa Branca ressalvou que a criação conjunta de um sistema será incompatível com os padrões da OTAN e irá enfraquecer a força dos aliados de Ancara, podendo até abalar um dos princípios básicos da Aliança Atlântica.

Na sequência disso, o chefe da diplomacia turca anunciou que, perante uma nova proposta conveniente, Ancara irá assinar um contrato com uma companhia estadunidense ou europeia.

Ao que parece, a Turquia se viu numa situação difícil e os EUA irão fornecer-lhe seus sistemas DAM, anunciou à Voz da Rússia Vladimir Evseev:

“Muita coisa está em jogo. Se calhar, os turcos queriam, à custa dos chineses, abater o preço. Mas, tudo indica que a Turquia acabará por optar pelo sistema americano. Ao menos, devido ao fato de pertencer à OTAN.

Por outro lado, terá de, para manter as aparências, se mostrar independente e, ganhar assim as melhores condições para o contrato em causa.”

A China também está prosseguindo seu jogo, tentando tirar dividendos comerciais e políticos, adianta Vladimir Evseev:

“No essencial, a China começa a lidar com os países-membros da OTAN. Pode, pela primeira vez, propor sistemas DAM, que podem ser vendidos aos países industrializados. Tal aposta é realmente séria. A China é capaz de aceitar condições de venda vantajosas para a Turquia, prometendo-lhe benefícios no pagamento gradual. Do ponto de vista econômico, os termos do contrato, propostos pela China, são mais favoráveis em comparação com os americanos.

Todavia, os EUA têm mais possibilidades relacionadas com os lobistas políticos. Tomando em conta que os equipamentos militares turcos foram todos produzidos pelos EUA, Ancara não vai correr riscos para receber o sistema antimíssil chinês.”

Enquanto isso, Washington não tem certeza que a forte pressão política sobre a Turquia seja suficiente para suplantar a China. As empresas Raytheon e Lockheed Martin têm travado conversações intensas nos meios industriais e junto do governo norte-americano quanto à alteração de suas propostas já feitas à Turquia. O objetivo é fazer com que essas sejam mais atraentes em termos de competitividade. Calculam-se ainda projetos de produção conjuntos.

A China não logrou fazê-lo na primeira etapa. Além disso, Pequim propôs a Ancara condições vantajosas de investir os meios obtidos com contrato na economia turca. Os americanos estão tentando avançar com variantes mais aliciantes. Segundo uma fonte, a Turquia pretende obter tecnologias de lançamento de foguetes espaciais. Porém, não está claro se a administração dos EUA irá aprovar a exportação de tais tecnologias no quadro das propostas já formuladas.

FONTE: Voz da Rússia

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