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quinta-feira, 26 de dezembro de 2013

Formando pilotos de Caça na Marinha do Brasil

Para ocupar o cockpit de uma aeronave de caça da Marinha do Brasil, o piloto passa por um longo processo de seleção, estudos e treinamento, até ser considerado apto à função de caçador. As atuais aeronaves são os Mc Donnell Douglas A-4KU Skyhawk II, de fabricação norte americana e com larga experiência de uso e participação em combate, como na Guerra do Vietnã por exemplo. No Brasil, são denominados AF-1 (Monoplace) e AF-1A (Biplace) Falcão.

Tudo começa no Colégio ou na Escola Naval, instituições de ensino médio e superior de formação de Oficiais da Marinha do Brasil. Durante este período, os alunos escolhem seguir um dos seguintes Corpos: Armada, Fuzileiros Navais ou Intendência.

Os intendentes não são selecionáveis para o curso de aviação e são poucos os selecionados entre os Fuzileiros (dois ou três, dependendo da turma), ou seja, a maioria vem do Corpo da Armada. Em cada turma, iniciam o treinamento entre vinte e vinte e cinco Oficiais-Alunos e destes, sairão os destinados ao Esquadrão VF-1 (asa-fixa) e os destinados aos Esquadrões de asa-rotativa (helicópteros).

Inicialmente todos cursam a parte de tecnologia aeronáutica do CAAVO (Curso de Aperfeiçoamento de Aviação para Oficiais) no CIAAN (Centro de Instrução e Adestramento Aeronaval Almirante José Maria do Amaral Oliveira). Os selecionados para voar asas-rotativas, através de exames médico, psicotécnicos e do Teste de Aptidão para Pilotagem Militar (TAPMIL), passam 6 meses se familiarizando com os equipamentos e simuladores, posteriormente fazem um ano de instrução de voo nos IH-6B Jet Ranger III, pertencentes ao 1º Esquadrão de Helicópteros de Instrução (HI-1) voando cerca de 120 horas de voo. Após a conclusão desse estágio, denominado Estágio Básico de Asa Rotativa (EBAR), são distribuídos entre os Esquadrões de helicópteros da Marinha.

O TAPMIL foi elaborado pelo Instituto de Psicologia da Aeronáutica e visa avaliar o potencial do candidato a aprender a pilotar uma aeronave. Os testes avaliam o raciocínio, capacidade psicomotora e consciência espacial.
Em seguida os selecionados seguem para a Academia da Força Aérea (AFA), em Pirassununga. Na AFA, farão o curso básico em aeronaves de motor a pistão no Neiva T-25 Universal e posteriormente no Embraer T-27 Tucano. Dos quatro melhores resultados, dois serão destinados o Esquadrão VF-1 e dois para o Esquadrão VEC-1, que vão voar o KC-2 Turbo Trader, nas funções de COD/AAR no NAe São Paulo. Aqueles que não foram indicados para avião serão aproveitados e irão realizar o EBAR.

Estes quatro pilotos são encaminhados para os Estados Unidos, mais especificamente para a AFB Lackland, em San Antonio (Texas), onde farão primeiramente o curso de língua inglesa no DLI (Defense Language Institute) durante seis meses, como requisito de segurança obrigatório para voar aeronaves militares nos EUA. Após este estágio, irão para NAS Pensacola, na Florida, onde farão durante três semanas o curso de sobrevivência no mar, com treinamentos de simulação de queda de aeronave no mar, simulação de paraquedas com óculos 3D e simulação de pouso com paraquedas na água (piscina), este último similar ao que há no Brasil.

Após este estágio, os Oficiais-Alunos realizam na AFB Randolph, onde farão o treinamento de centrífuga (equipamento que simula o efeito da força G) no perfil do F-18 Hornet, ou seja, até 7,5 G’s. Concluído este treinamento vão definitivamente para a NAS Kingsville, novamente no Texas, onde fazem a instrução teórica e voos em simulador de voo da aeronave T-45 Goshawk, antes de iniciar os voos na aeronave. Lá realizam cerca de 160 horas de voo nos Boeing T-45.
Ressalta-se que alguns pilotos, individualmente ou em grupo, no início dos treinamentos da Marinha para asa-fixa, fizeram seus cursos básicos no Uruguai e na Argentina, e alguns ainda fizeram nos EUA treinamento em Beechcraft T-34 Mentor e North American T-2 Buckeye, antes de ir aos T-45 Goshawk.

Este estágio é concluído com a qualificação para pouso a bordo, quando os nossos Aviadores Navais realizam operações de pouso enganchado e catapultagem, a bordo de um dos porta-aviões da US Navy. Concluída esta qualificação, os “novos” pilotos recebem a tão almejada “Wings of Gold”.

Retornando ao Brasil, antes de se integrarem ao VF-1, realizam o “Ground School” para o AF-1. Após mais esta etapa, vão iniciar os voos nos AF-1A (Biplace), concretizando o sonho depois de quase 4 anos de muito esforço e dedicação.
Feito o voo solo, inicia-se o treinamento de procedimentos VFR (Visual Flight Rules), com voos conduzidos no período diurno e com referência visual. Na sequência, partem para o voo por instrumento, ou IFR (Instrument Flight Rules). Por fim, iniciam os voos em formatura e posteriormente os de interceptação, fechando o ciclo com o treinamento de ataque ar-solo.
Durante o período em que estiveram operando em Natal, foram realizadas as requalificação e qualificação dos pilotos, sendo que para estes últimos, foi realizado um longo e detalhado briefing antes da primeira missão de ataque ao solo.

Assim são forjados os nossos pilotos de caça da Marinha do Brasil, os Falcões, defensores de nossos mares.

“IN ARE DEFENSIO MARIS”
(No Ar a Defesa do Mar)

Defesa Aérea & Naval

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