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quarta-feira, 25 de dezembro de 2013

Sea Gripen:Um sonho dourado

Sea Gripen… Dizem que os “ingleses” estão a desenvolver. Apareceram fotos de maquetes do “Sea Gripen” em um convés estilizado do A-12 São Paulo, e de outra coisa, além do FX-2, não se fala…

Pois bem, vamos então analisar de forma crítica, tal “possibilidade”:

1 – A Bae desfez da sua parceria com a SAAB, no tocante ao desenvolvimento e comercialização do Gripen.Em vista do distanciamento da Bae, não cabe dizer que os ingleses estão a desenvolver uma versão embarcada.

2 – A Inglaterra teve no Blackburn Buccaneer (1962) a sua última aeronave projetada para operações embarcadas, lançadas por catapultas a vapor, CATOBAR (Catapult Assisted Take-Off But Arrested Recovery) Decolagem Assistida por Catapulta e Recuperação por Arresto. Houve uma tentativa frustrada de navalização da aeronave de ataque SEPECAT Jaguar ( consórcio entre franco – britânica), mas a iniciativa, fracassada, foi francesa.

3 – As tensões estruturais inerentes aos pousos em navios aeródromos, aos enganchamentos e lançamentos por catapultas à vapor, exigem das aeronaves o reforço estrutural concernente, para permitir que a célula resista ao estresse das operações embarcadas. Portanto, as aeronaves que operam Porta-Aviões nascem navalizadas de prancheta, ou ganham a navalização mediante o reforço estrutural, que resulta em ganho de massa, o que por sua vez acaba por impor uma remotorização da célula.

4 – Um projeto que já se apresenta justo em sua relação de peso (massa) e potência, caso do Gripen NG, que se por ventura for navalizado, terá que superar vários senões: reprojeto e fixação de trem de pouso principal e bequilha. Fixação e reforço e uma célula monomotora onde a extração do motor compromete a colocação do gancho, reforço estrutural de célula para pouso em convés, velocidade de pouso 10 nós acima daquelas exibidas pelos vetores navais em uso e um nariz proeminente, necessário para acomodar um radar volumoso: Raven AESA ES 05. Isso tudo, sem abordar o fato de que o ambiente eletromagnético em um navio aeródromo é saturado, o que exigiria uma blindagem eletromagnética na célula, que se não é impossível de ser executada, é trabalhosa, em vista de já ser a célula do Gripen NG exígua em termos de espaço.

5 – O fator custo, para a navalização de uma aeronave monomotora, que devido à massa agregada, perderá desempenho, pode tornar-se proibitivo, principalmente, quando a perspectiva de venda deste dá-se sobre um único operador, a Marinha do Brasil, que deverá dele não encomendar mais do que duas dezenas, com sorte mais, caso sejam dois os porta-aviões encomendados. Ademais, a navalização de uma nova aeronave exigirá no lançamento por catapultas a definição dos parâmetros de lançamento para cada configuração de voo da aeronave, um trabalho exaustivo e custoso.

6 – Outro fator a ser abordado é a segurança das operações sobre o oceano, que tornam a opção por uma aeronave bimotora, por óbvio, se não mandatória, desejável. Este foi um dos fatores que levaram a escolha do então promissor protótipo da Northrope, o YF-17, como candidato à navalização, resultando no F-18. A possibilidade de se colocar o gancho na estrutura entre os motores, a posição elevada do piloto e a célula robusta, tornavam-no indicado para navalização. Quando o YF-17 reapareceu como protótipo do F-18 ele havia ganhado mais do que 35% do seu peso.

Acima estão seis argumentos críticos, que procuram discutir a super propalada “navalização do Gripen NG”. O pensamento deste escriba parte de um princípio simples: todo projeto deve ter em seu escopo premissas específicas, bem como de objetivos definidos. Em se tratando do Gripen NG, estes não abordam, sequer de forma tangencial, as necessidades inerentes às operações embarcadas. Portanto, observa-se, que a opção por navalizar o Gripen NG, se por ventura for adiante, irá se revestir de necessária temeridade, algo desprovido de sentido para uma sociedade pragmática, que busca o conhecimento na área de tecnologia bélica em termos sensatos e ativos, ademais, é preciso ter em mente, que o interesse de uma empresa pode não ser, necessariamente, o mesmo da nação.

Nota do editor: Vale lembrar que, a título de curiosidade somente duas nações hoje fabricam e operam aviões navalizados e que utilizam o sistema CATOBAR.

Plano Brasil

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