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sexta-feira, 24 de janeiro de 2014

Putin vai ao Irã: EUA estão muito preocupados

Estão sendo finalizados os preparativos para a visita do presidente russo Vladimir Putin ao Irã. Segundo fontes russas e iranianas bem informadas, a viagem terá lugar num futuro próximo. Muito provavelmente, a visita será realizada após a Olimpíada de Inverno em Sochi, que irá decorrer de 7 a 23 de fevereiro.

Os EUA estão cada vez mais preocupados com o “vector iraniano” da política russa: Washington claramente não quer que a Rússia comece a restaurar todos os laços econômicos com Teerã e faça concorrência às empresas norte-americanas. Desde 20 de janeiro, o Irã começou a implementar acordos sobre a limitação do seu programa nuclear. Em contrapartida, a União Europeia e os Estados Unidos parcialmente suavizaram o regime de sanções contra Teerã.

Um dia antes do início da conferência de Genebra sobre a Síria, o chanceler iraniano Javad Zarif veio a Moscou. Ele se encontrou com o seu homólogo russo, Serguei Lavrov, e o presidente Vladimir Putin. “Esperamos vê-lo no Irã proximamente”, disse Zarif a Putin. Em dezembro de 2013, o ministro do Exterior russo Serguei Lavrov já havia visitado Teerã.

Em janeiro, soube-se que a Rússia está pronta para começar a comprar ao Irã 500.000 barris de petróleo por dia. Provavelmente, tal acordo está previsto para ser assinado durante a próxima visita. Diplomatas russos, em resposta às acusações dos Estados Unidos, têm afirmado repetidamente que Moscou reconhece apenas as sanções do Conselho de Segurança da ONU contra o Irã. E não considera as sanções unilaterais dos EUA sobre as compras de petróleo e transações financeiras com o Irã juridicamente vinculativas para si.

Os Estados Unidos não têm relações com o Irã há quase 34 anos, desde a tomada da embaixada dos EUA em Teerã em novembro de 1979. Moscou tem – por direito de vizinho e pela contribuição para a resolução de questão nuclear iraniana – todas as razões para agir em relação ao Irã sem tomar em conta qualquer outro país e em pleno acordo com seus próprios interesses nacionais, acredita o analista do Instituto de Estudos Estratégicos russo Vladimir Novikov:

“A maior parte do “trabalho bruto” sobre o dossier nuclear iraniano foi feita pela Rússia. Além disso, a Rússia, ao longo de toda a última década de busca de uma solução, desempenhou o papel de primeiro mediador e principal “calmante” para ambos os lados (Ocidente e Irã). Nós não estamos interessados no agravamento da situação junto de nossas fronteiras do sul, perto do Cáucaso. Nós entendemos o papel do Irã na região do Cáucaso e da Ásia Central, na região do Oriente Médio. As relações de boa vizinhança com o Irã são muito importantes para nós”.

O negócio de petróleo planejado entre Moscou e Teerã suscitou uma reação não totalmente adequada dos Estados Unidos. O ministro das Finanças Jack Lew, sem falar especificamente de Moscou, ameaçou que Washington irá utilizar medidas punitivas contra quaisquer empresas que tentem contornar o embargo norte-americano contra o Irã:

“Para as principais empresas do mundo será um grande erro sobrestimar o grau de abertura do Irã para negócios. O plano unificado de ação do “sexteto” de mediadores e do Irã prevê a flexibilização de sanções específicas, limitadas. Toda a arquitetura de sanções de petróleo e financeiras permanecem em vigor. Qualquer empresa que empreenda ações que violam estas sanções pode ser sujeita a medidas punitivas, e nós temos a intenção de acompanhar atentamente a implementação do regime de sanções”.

Moscou está convencida de que, se a Rússia esperar até que os EUA e a UE cancelem as sanções iranianas, os parceiros ocidentais terão tempo para dividir o mercado iraniano entre si. Teerã precisa de meios financeiros, produtos e tecnologias. E Moscou, justamente, tem dinheiro e possibilidades de satisfazer a fome de seu vizinho do sul em tecnologias e produtos.

A Rússia calculou a altura corretamente, e mais uma prova disso foi a cúpula econômica de Davos, onde teve lugar, com lotação esgotada, o discurso do novo presidente do Irã, Hassan Rohani. A sala estava repleta de delegados de grandes empresas da Europa e dos Estados Unidos. O presidente iraniano disse que, com a flexibilização das sanções, Teerã está disposto a construir relações de parceria com os países ocidentais.

Na Suíça, Rohani se encontrou não com políticos, mas com dirigentes das principais empresas mundiais do setor de energia. E convido-os a regressarem ao Irã e investirem seus capitais em sua economia. Dirigentes da italiana Eni, da francesa Total, dos gigantes transnacionais britânicos BP e Shell quase que fizeram fila para se encontrarem com o presidente iraniano. A componente econômica do levantamento das sanções não é menos importante para a Europa do que para o Irã. Segundo as estimativas mais conservadoras do Ministério da Finanças dos EUA, a “porta” para o Irã abrirá o mercado para bens e serviços num valor de pelo menos uns 60-70 bilhões de dólares adicionais. E isso significa dezenas de milhares de novos empregos.

Só a Alemanha, o principal parceiro comercial do Irã antes das sanções, espera, caso estas sejam levantadas, levar em dois anos as suas exportações para o Irã aos 10 bilhões de euros, como acontecia antes das sanções. Mesmo agora a Alemanha fornece ao Irã mercadorias não proibidas pelas sanções. Mas devido aos bancos europeus não fazerem quaisquer operações com Teerã, todo o comércio é feito exclusivamente com dinheiro em numerário. E com tais transações o volume de comércio não pode exceder um determinado nível.

Mesmo empresas norte-americanas, antes dos acordos de Genebra, começaram a enviar emissários ao Irã para investigar onde podem competir com os concorrentes europeus. Empresas dos Estados Unidos estão se preparando para suprir o Irã com automóveis, equipamentos de extração de petróleo e gás, produtos de engenharia, equipamentos de construção, produtos químicos e assim por diante.

Voz da Rússia

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