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quarta-feira, 24 de setembro de 2014

Armênia a caminho da União Econômica Euroasiática: vantagens e obstáculos

Armenia, Uniao aduaneira, economia

O acordo de adesão da Armênia à União Econômica Euroasiática poderá ser assinado em Minsk a 10 de outubro. A capital da Bielorrússia irá receber os líderes dos países-membros da União Econômica Euroasiática. Segundo as pesquisas, a integração no espaço econômico eurasiático único obtém a aprovação de mais de 60% da população da Armênia.

A Rússia, a Bielorrússia e o Cazaquistão assinaram o tratado da União Econômica Euroasiática a 29 de maio em Astana. O acordo deverá entrar em vigor a partir de 1 de janeiro de 2015. Em setembro do ano passado, quando a União Econômica Euroasiática era apenas um projeto, Erevan tinha declarado sua vontade de aderir à União Aduaneira e, mais tarde, à União Econômica Euroasiática.
Neste momento a versão final do acordo de adesão da Armênia à União Econômica Euroasiática já está pronta. Erevan, Minsk, Astana e Moscou se preparam para a assinatura do tratado. Na reunião de outubro na Bielorrússia, os líderes dos países participantes irão discutir a adesão à União não apenas da Armênia, mas também do Quirguistão.
Até ao último momento a Armênia esteve enfrentando uma escolha: continuar a integração com seus parceiros históricos ou assinar o acordo de associação com a União Europeia, que Bruxelas propunha com insistência. Finalmente Erevan tomou a única decisão correta, diz o antigo embaixador da Rússia na Armênia Viacheslav Kovalenko:
“Para países pequenos como a Armênia a integração representa uma garantia de proteção de seus interesses econômicos e de um crescimento econômico a longo prazo. O processo de integração euroasiática prevê um trabalho conjunto de elaboração das regras do jogo e um respeito mútuo pelas soberanias nacionais. Uma parte considerável desse caminho já foi percorrida, restam alguns problemas na área aduaneira e tributária que estão sendo discutidos neste momento.”
Na opinião de Kovalenko, a Armênia, ao assinar o acordo, irá aceder a um amplo espaço para o desenvolvimento de sua economia nacional ao usar as vantagens da União Aduaneira. Isso abrange tanto os preços do petróleo, como o alargamento do mercado de escoamento de produtos agrícolas armênios. Não é menos importante a questão da política migratória: a adesão do país à União Econômica Euroasiática irá remover muitos obstáculos aos muitos trabalhadores imigrantes armênios que neste momento se encontram tanto na Rússia, como na Bielorrússia.
Contudo, tal como se esperava, todas essas perspetivas não agradam nada a Washington, o qual ultimamente tem cada vez menos influência no Cáucaso de Sul. As pressões exercidas não têm precedentes, os norte-americanos há muito que desistiram de toda a etiqueta diplomática, refere o analista político Andrei Areshev, especialista em questões do Cáucaso:
“Também existem problemas de caráter político. Nós compreendemos perfeitamente que a União Aduaneira e a União Econômica Euroasiática não são criadas no vazio. Nós vemos que a Rússia está numa situação bastante difícil devido à situação na Ucrânia. Há pouco tempo nós assistimos à embaixada estadunidense em Erevan ter aconselhado diretamente à Armênia a se manter afastada da Rússia. Ou seja, nós compreendemos que a linha de oposição aos processos de integração é bastante forte e consequente. Aqueles que a seguem irão usar quaisquer argumentos para travar esse processo.”
A União Econômica Euroasiática é, em primeiro lugar, um projeto econômico. Durante o processo de elaboração do acordo foram registradas certas contradições. Mas o principal é que nenhuma delas é insolúvel, sublinha o diretor do Instituto do Cáucaso e analista político Alexander Iskandaryan:
“As questões técnicas já estão praticamente resolvidas, inclusive em relação às tarifas alfandegárias. Falta apenas ajustar isso com os restantes países-membros da União Econômica Euroasiática. Aqui, além do espaço integrado, ainda existem contradições internas entre as partes, as quais, no entanto, não são tão graves que possam criar obstáculos sérios. A assinatura, a 10 de outubro, do documento para a entrada da Armênia na União Econômica Euroasiática será possível.”
O Ocidente continua pressionando Erevan. Algumas forças gostariam muito que a questão “a União Econômica Euroasiática ou a União Europeia” fosse decidida na Armênia de acordo com o cenário ucraniano. Contudo, a liderança armênia, segundo tudo indica, tenciona se orientar de acordo com seus próprios interesses e não pelas vantagens que possa obter “do tio da América”.
De resto, as vantagens desse acordo são compreendidas não apenas no espaço pós-soviético. O interesse em uma cooperação com a União Econômica Euroasiática já foi demonstrado pela Índia, pela China e por Israel.

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