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terça-feira, 28 de outubro de 2014

Gripen E não salvaria a Força Aérea Argentina

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Argentina manifestou interesse em comprar 24 caças Gripen E a partir do Brasil.

Acordo Brasil-Suécia permitirá ao país sul-americano a fabricação de suas próprias cópias do novo caça monomotor da SAAB.
“A nossa vontade de cooperar com a Argentina, nosso vizinho e aliado, é total”, disse o ministro da Defesa do Brasil, Celso Amorim.
Se você é britânico, não tem com o que se preocupa. Poucos Gripens mal darão para começar a restaurar o empobrecido braço aéreo argentino, que perdeu um terço dos seus 409 aviões de guerra durante dois meses de luta brutal com as forças do Reino Unido sobre as Ilhas Falklands/Malvinas, em 1982.
Nos 32 anos desde que perdeu a guerra do Atlântico Sul, a Fuerza Aérea Argentina e as asas do exército e da marinha argentina conseguiram adquirir apenas algumas dezenas de aviões, muitos deles de segunda mão, como os caças-bombardeiros A-4, e atualizar algumas aeronaves existentes para fazer frente as suas perdas de 1982.
E, devido à falta de verbas e má gestão, mais da metade dos cerca de 270 aeronaves atuais da Argentina caíram na irrelevância militar ou mesmo no abandono total.
A frota da força aérea inteira não tem aviônicos e sistemas modernos, e ainda usa equipamento analógico”, escreveu Santiago Rivas na revista Combat Aircraft. “As aeronaves perderam seus equipamentos de auto-proteção, incluindo receptores de aviso de radar, chaff/ flare e assim por diante.”
Mísseis e bombas da força aérea argentina são antiquados.
Apenas os A-4 tem uma capacidade de reabastecimento aéreo e há apenas dois aviões-tanque. Aeronaves de alerta aérea antecipado é um recurso inexistente”, acrescentou Rivas,“apesar do fato de que o controle do espaço aéreo de um país tão grande é uma tarefa importante e vital.”
A-4AR da Fuerza Aerea Argentina (Imagem: FAA)
A-4AR da Fuerza Aerea Argentina (Imagem: FAA)
Mesmo se a Argentina não acabar comprando os Gripens ou uma centena de outros aviões, há muitas razões que provavelmente não tornarão a FAA uma força aérea moderna, capaz de se contrapor ao Reino Unido ou a outro grande rival na batalha.
Royal Air Force, por exemplo, pode ser menor do que era em 1982, mas ainda assim possui centenas de aviões modernos, incluindo caças Typhoon, bombardeiros Tornado atualizados, aviões Sentry de alerta antecipado, novos navios Voyager e uma série de aviões espiões, incluindo drones.
O Gripen E, uma grande atualização do sueco Gripen C, é alimentado por um motor General Electric F414 produzido nos EUA. A Legislação de exportação dos EUA dá poder de veto a Washington sobre qualquer venda do motor, mesmo como parte de um avião de guerra estrangeira.
Então, se aliado tão próximo dos EUA, o Reino Unido poderia cancelar a venda do Gripen do Brasil para a Argentina. Na verdade, Londres já se interferiu várias vezes com seus aliados em não vender caças para Buenos Aires.
Nos últimos dois anos, a Grã-Bretanha diplomaticamente barrou a tentativa da Argentina de comprar caças usados Mirage F.1 da Espanha, bem como a proposta dos argentinos para contratar uma empresa francesa para atualizar seus aviões de ataque Super Etendard.
Argentina tem estado em conversações para adquirir caças Kfir desativados de Israel, mas como os Gripens, estes jatos possuem motores americanos, dando, assim ao Reino Unido uma forma de bloquear qualquer transferência.
Agora, só porque a América poderia deter uma venda do Gripen a pedido da Grã-Bretanha, não significa que os EUA definitivamente farão. Os EUA e a Argentina não são hostis uns aos outros. Ainda recentemente, em finais dos anos 1990, Washington aprovou a transferência de três dezenas de aviões de ataque A-4 de segunda mão para a Fuerza Aérea Argentina.
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Mas, mesmo assumindo que não há interferencia nem veto para uma venda do Gripen e também assumindo que Buenos Aires pode pagar os cerca de US$ 1 bilhão, o braço aéreo argentino ainda será uma força aérea quebrada.
Afinal, duas dúzias de caças não fazem uma força aérea. Os caças precisam de aviões-tanques para reabastecê-los; precisam de aviões de radar de alerta aéreo antecipado para ajudá-los contra alvos pontuais; precisam de aviões de transporte para apoiar seus empregos e precisam de aviões de treinamento para obter o melhor de seus pilotos.
Eles precisam de armas boas e modernas.
As forças aéreas são organizações complexas e que requerem uma gestão profissional. Especialmente quando o dinheiro é curto e as opções de compras são limitadas.
Na força aérea argentina, não houve planejamento consistente”, escreveu Rivas. E até que isso mude, novos Gripens não vão começar a salvar a Fuerza Aérea Argentina…
FONTE: medium.com – Tradução e edição: CAVOK

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