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quarta-feira, 30 de novembro de 2016

Rodada Síria: Frentes Jihadistas caem aos pedaços - Egito entra na luta ao lado da Síria

Moon of Alabama

Traduzido pelo coletivo da vila vudu

O Exército Árabe Sírio (EAS) e aliados fizeram imenso progresso em Aleppo Leste. Ali e ao que parece por todo o território, as frentes jihadistas estão ruindo. Desunião na oposição, reflexo da desunião entre os patrocinadores, põe a perder todos os esforços de novas iniciativas. A campanha aérea russa por trás das linhas "rebeldes"– que a mídia-empresa ocidental oculta atentamente – reduziu significativamente os recursos dos terroristas fundamentalistas, materiais e pessoais.

Nova ajuda para a aliança síria deve chegar logo, sob o formato de forças egípcias. Com vários enclaves "rebeldes" eliminados, ou em combate ou por acordos, mais tropas sírias vão sendo liberadas e tornam-se mobilizáveis para novas campanhas. 


A Turquia foi 'informada' em termos muito claros que desista de seus planos para a Síria (e o Iraque). Com mais forças disponíveis e sob sólida proteção (aérea) pelas forças russas, as novas iniciativas do Exército Árabe Sírio em Idlib no norte do país, e também contra Raqqa no leste, já se tornam agora possíveis.


Depois de penetrada ontem a frente jihadista na parte nordeste do teatro de combates em Aleppo leste, as defesas ali ruíram totalmente. Os jihadistas tiveram de recuar e todo o terço mais ao norte de Aleppo leste que estava sob controle dos jihadistas está agora caindo ante o avanço das forças do governo sírio. A principal causa da derrota dos jihadistas é – tchã-tchã-tchã-tchãããã [ing. tadaaah*] – a "falta de hospitais":

"Os revolucionários lutam ferozmente, mas o volume do bombardeio e a intensidade das batalhas, os mortos e feridos e a falta de hospitais, todos esses fatores ajudam a explicar o colapso dessas frentes" – disse um oficial da Frente Shamiya, um dos maiores grupos dos que combatem contra Assad no norte da Síria."

A destruição do derradeiro hospital para gatos transexuais em Aleppo, por uma bomba termobárica nuclear foi o ponto de virada na luta. Acho que é a primeira vez em toda a história do mundo que tal ideia ridícula aparece como 'explicação para derrota militar total.

Na verdade, as forças sírias estão evitando mortes e têm usado o seu poder de fogo muito superior para abrir caminho antes da entrada da infantaria. Assim são demolidas quaisquer defesas que os "rebeldes" consigam organizar mesmo antes do início dos combates reais. Só tropas muito experientes e disciplinadas teriam alguma chance de manter aquelas defesas, contra fogo inimigo, e oferecer resistência real. Os tais "rebeldes" não são capazes de resistir ali.

O mapa, de Electronic Resistance, mostra o progresso do Exército Árabe Sírio hoje [clique aqui para ampliar].

Cerca de 1.500 civis escaparam de Aleppo leste na direção do Exército Árabe Sírio. (Novos relatos falam de 4 mil – o que sugere fortemente que, sim, os rebeldes mantinham esses civis presos como reféns.) Todos os números da propaganda de EUA/ONU, que insistiam que haveria 200 mil, 250 mil e 300 mil civis em Aleppo leste foram rapidamente desmentidos; jamais deixaram de ser a loucura (e o golpe de interesses financeiros) de sempre. 

As áreas recuperadas estão praticamente desertas de populações civis. Como se viu também em meados de outubro passado, o número real de pessoas em Aleppo leste não passava de 4-5 mil jihadistas (hoje, ainda menos), metade dos quais gente da al-Qaeda de linha-duríssima, e no máximo 20 mil civis, a maioria do círculo familiar mais próximo dos jihadistas. (É possível que até esses números, estimados de longe, estejam muito inflados.) 

A leste da cidade de Aleppo, um movimento turco na direção de Al-Bab foi interrompido por ataque aéreo dos sírios com cobertura e proteção de aviões russos. Os planos de Erdogan para criar uma entidade alinhada com a Turquia que incluísse pelo menos Al-Bab, Raqqa e Manbij virou fumaça. Elijah Magnier oferece excelente mapeamento dos interesses que há por trás dos vários movimentos na área: No mesmo dia, um ano depois, a Rússia obtém merecida vingança e faz a Turquia parar às portas de al-Bab e retroceder.

No sul da Síria, em torno de Damasco, dois enclaves "rebeldes" menores renderam-se e firmaram acordos de paz com o governo sírio. Combatentes que declarem que querem morrer no campo de batalha recebem uma chance de mudar-se para Idlib onde adiante serão dispersados (ou de onde, mais provavelmente, fugirão para a Europa).

O bolsão de jihadistas em Ghouta leste foi muito reduzido nas últimas semanas e está reduzido a uma cidade de tamanho médio e algumas vilas desertas. A área será varrida nos próximos dias. Numa tentativa dos Jihadistas de abrir saída para um bolsão Jihadista em Goutha oeste fracassou:

Qalaat Al Mudiq @QalaatAlMudiq - 3:49 AM - 26 Nov 2016
Rebeldes começaram nova batalha na província #Quneitra, para romper o sítio de #Ghouta oeste. Está em curso bombardeio preventivo.
...
[vários tuítos de "avanços" e "sucessos"]
...
Qalaat Al Mudiq ‏@QalaatAlMudiq - 6:53 AM - 27 Nov 2016 
@QalaatAlMudiq Batalha suspensa depois de desentendimento entre grupos envolvidos no plano de romper sítio de #Ghouta oeste & em poucos minutos começará evacuação de Khan Ash Sheikh.

Forças egípcias, principalmente nas forças armadas, deslocaram a Fraternidade Muçulmana para fora do governo. A FM apoiava os jihadistas na Síria e na Líbia, e o grupo estava andando em direção cada vez mais radical. O movimento do Exército do Egito foi decidido depois que os sauditas o exigiram. Ofereceram grandes quantidades de ajuda econômica para um novo governo. A FM era vista como uma ameaça contra Riad. Depois, as prioridades dos sauditas mudaram. Os wahhabistas repentinamente se entenderam com os ideólogos do Islã político da FM. Juntos com a FM os wahhabistas governaram a Turquia e o Qatar, apoiador da FM, e os governantes da Arábia Saudita aprofundaram uma campanha para implantar governo islamista na Líbia, Iraque, Síria e Iêmen.

Tudo isso modificou a situação para o Egito. Turquia e Qatar tornaram-se inimigos e também suas respectivas forças 'avançadas' que lutavam na Líbia. Quando os sauditas pediram oficialmente ao governo Sisi no Egito que apoiasse a Fraternidade Muçulmana, a aliança chegou ao fim. A FM é **O Inimigo** para o governo egípcio, e de modo algum poderia ser ajudada a chegar ao poder novamente fosse onde fosse. O Egito também rompeu com os EUA, que apoiara a FM por toda parte. E em vez disso tudo, o processo resultou na renovação de relações amistosas com a Rússia.

O Cairo acredita que a instalação de qualquer tipo de governo islamista na Síria sempre porá em perigo o Egito. (Israel poderia facilmente transferir os jihadistas que Israel ativamente apoia nas colinas do Golan, para a península do Sinai.) O Cairo também crê que, até o final de 2017, o atual regime saudita já estará rachado pelas disputas internas. Tudo isso considerado, o Egito hoje oferece ajuda consistente à Síria, na luta contra seus inimigos.

Há poucas semanas uma delegação militar egípcia de alto nível esteve na Síria para discutir a entrada do exército egípcio nos combates, sob comando sírio-russo. Há notícias de que aviões e helicópteros egípcios foram transferidos para um aeroporto sírio em Hama. O Egito tem grande exército de infantaria e acesso aberto por mar até a Síria. Pode e com certeza fornecerá soldados e recursos de campo muito consideráveis.

A França fabricou duas naves anfíbias de assalto classe Mistral por encomenda da Rússia, mas, por causa das sanções contra a Rússia pela questão da Ucrânia, não pode entregá-las aos russos. Em vez disso, as duas naves anfíbias foram vendidas ao Egito. No Egito, foram equipadas com helicópteros e sistemas eletrônicos russos. E há rumores de que operam sob comando russo.

Cada uma dessas naves anfíbias pode transportar um batalhão completo, de 400 a 900 homens e respectivo equipamento, até a praia. Com as duas naves egípcias revezando-se em turnos de Suez até Latakia, em poucos dias a Síria pode receber uma brigada completa de infantaria. Os helicópteros russos a bordo das Mistrals garantirão apoio aéreo. E a frota russa no Mediterrâneo ocidental poderia cobrir toda a movimentação.

Seria uma unidade militar com dimensões de uma brigada perfeitamente organizada e capaz de combater de modo organizado e eficiente, para o qual está treinada. Esse tipo de unidade é muito mais valiosa que as forças xiitas irregulares que os iranianos contrataram para ajudar na Síria. Aquelas forças tinham de receber apoio logístico e toda a estrutura de comando do Exército Sírio. Os egípcios podem, recebida a missão, se auto-organizar e autocomandar. Por razões geopolíticas (também conhecidas como "Canal de Suez"), nem EUA nem Turquia se atreverão a tocar nos egípcios.

Há atualmente na Síria cerca de 4 mil iraquianos e 4 mil milicianos xiitas contratados pelo Irã. 400 oficiais do Corpo de Guardas Revolucionários do Irã [ing. IRCG] lá estão também para funções de aconselhamento e comando. O Hizbullah enviou cerca de 2 mil soldados das unidades Ridwan de suas Forças Especiais. A Rússia têm, além de elementos de força aérea e de defesa aérea, elementos de suas Forças Especiais e elementos de comando em solo. A força egípcia, de cerca de 4 mil soldados, não acrescentará tanto em números, mas será importante acréscimo como unidade de combate organizada. E o apoio político que essa unidade simboliza tem o mesmo valor, se não valor ainda maior.

A França, que fervorosamente apoia os terroristas na Síria, ficará em situação terrivelmente embaraçosa se esse movimento dos egípcios se confirmar. De fato, a posição dos franceses estará entre as mais ridículas: obrigados pelos EUA a aplicar sanções contra a Rússia, mas já tendo vendido Mistrais 'egípcios', que lá estarão, para apoiar o governo sírio, sob comando dos russos.

Se esse movimento dos egípcios acontecer, uma campanha síria na direção de Raqqa passará repentinamente a ser não apenas possível, mas realmente provável. O Exército Egípcio tem alguma experiência em combate contra jihadistas no Sinai. Não se acanhará de atacar, e os egípcios odeiam os terroristas fundamentalistas. Poderá facilmente reforçar as próprias unidades em campo com quantos mais soldados ou armamentos se façam necessários. Se o Egito for sério nessa questão, o ISIS são favas contadas e os planos dos EUA, para inventar um "principado salafista" no leste da Síria e oeste do Iraque estarão em frangalhos.

Com tudo o que acima expus, e um presidente Trump que com alta probabilidade tirará o apoio que os EUA dão a terroristas na Síria, o fim da guerra começa a aparecer no fim do túnel. Ainda que Qatar e outros mantenham o apoio como prometem, aos terroristas, eles já não terão chance contra a aliança muito mais bem organizada em torno do governo sírio.

O Conselho Europeu para Assuntos Externos fortemente influenciado pelos EUA acaba de distribuir novo relatório sobre a Síria, dirigido a governos dentro da União Europeia: The First Trump Test - European Policy And The Siege Of Aleppo. [O primeiro teste para Trump – Política Europeia e o Sítio de Aleppo, ing.]

À guisa de subtítulo, lê-se:

Fato é que já não há qualquer esperança real de depor Assad. Cabe à Europa trabalhar na direção de um acordo feio que consiga resgatar alguma coisa para o povo sírio.

Melhor título seria: Como a União Europeia ferrou-se e se arrebentou escandalosamente, de tanto seguir caninamente a insanidade dos EUA e sua oposição doentia a Assad e à Rússia.

A União Europeia está tão desunida e sem perspectiva ou visão de futuro, que não consegue lidar sequer com a chantagem e tunga que lhe aplica o autoproclamado Sultão da Turquia. Bloquear os créditos na União Europeia e pôr fim a qualquer apoio à economia turca levaria o governo de Erdogan à bancarrota, em poucos meses. Putin já mostrou como lidar com o cara-lá. Como é possível que ninguém em Bruxelas (ou em Berlim) tenha aprendido coisa alguma das lições de Putin?

blogdoalok

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