Xadrez da hora da verdade de Temer - Noticia Final

Ultimas Notícias

Post Top Ad

Responsive Ads Here

Post Top Ad

quinta-feira, 24 de novembro de 2016

Xadrez da hora da verdade de Temer


A Nova República termina com o golpe do impeachment. Agora se está na fase de transição. A crise está se espalhando pelos municípios, levando ao fechamento de postos de saúde e outras redes de proteção social. As próximas etapas serão de aceleração aguda da crise econômica e social, que levará a um desfecho rápido - que ainda não está no radar.
 
Peça 1 - o aprofundamento rápido da crise
 
Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul quebraram. Minas Gerais está a caminho, assim como o Paraná. Sem possibilidade de emitir títulos, a crise resultará em inadimplência com fornecedores, atrasos nos proventos dos funcionários,  com a temperatura política subindo.
 
Haverá problemas inevitáveis na saúde e segurança.
As consequências são óbvias: aumento do desemprego, dos conflitos de rua, das disputas entre os donos do poder pelos restos do orçamento. Tudo isso com o país sendo conduzido por uma junta governativa suspeita de corrupção, conduzindo um ajuste fiscal suicida, com várias disputas entre os poderes,  e um presidente da República vacilante e de pequena estatura política.
 
Pela rapidez com que a crise se aprofunda, tudo indica um desfecho rápido, complicado, com desdobramentos imprevisíveis.
 
Peça 2 – as armadilhas ideológicas
 
Mesmo os economistas ortodoxos mais sérios já se deram conta do desastre que vêm pela frente. O próprio mercado começa a levantar aspectos que impediriam a recuperação da economia - como o alto desemprego, o endividamento de empresas, o nível de capacidade ociosa da economia, a perda de ímpeto das exportações.
 
Apresentam como se fossem dados novos da economia. Desde o início eram dados da realidade que foram sucessivamente desconsiderados por Dilma-Joaquim Levy e Temer- Henrique Meirelles.
 
A marcha da insensatez prossegue por dois motivos.
 
O primeiro, pela estratégia do lado ideológico do mercado, que aposta na piora da economia como maneira de pressionar o Congresso por reformas drásticas que aprofundarão mais a crise no curto prazo..
 
O segundo, pela armadilha em que mercado e mídia se meteram, ao bater diuturnamente na falsa saída do ajuste fiscal rigoroso como maneira de recuperar a economia. Esse foi um dos motes para a aprovação do impeachment. Como admitir que foi um enorme erro?
 
Peça 3 – as pré-condições para mudar a política econômica
 
Em um ponto qualquer do futuro, vai cair a ficha sobre a  necessidade de um aumento substancial do gasto público como única maneira de reativar a economia. A questão é saber a profundidade do buraco que está sendo cavado. No limite, se terá um país conflagrado.
 
Não se trata de tarefa fácil reverter esse quadro. Choques de gastos ou reanimam o paciente, ou produzem hiperinflação exigindo, por isso, não apenas competência técnica como credibilidade política.. Há um conjunto de pré-condições, para que sejam bem sucedidos.:
 
Condição 1 - Não podem incidir sobre as despesas permanentes. 
Tem que ser focados em investimentos em setores de rápida resposta. Não haverá como não fugir das grandes obras públicas. E tem-se o setor destruído pelo trabalho da Lava Jato.
Quem se habilita a enfrentar a elite do funcionalismo público, incluindo Judiciário e Ministério Público?
 
Condição 2 – terá que convencer a Lava Jato a atuar racionalmente, permitindo reativar o setor de infraestrutura e a cadeia do petróleo e gás
 
Não será tarefa fácil.
 
Aqui no GGN fizemos o primeiro alerta, através do comentarista André Araújo, sobre a falta de sentido da Procuradoria Geral da República trocar informações com autoridades dos Estados Unidos, visando processar uma empresa de controle estatal, a Petrobras..
 
Mostramos que, dias depois da volta dos Estados Unidos, a Força-Tarefa investiu contra a Eletronuclear, depois da visita do Procurador Geral Rodrigo Janot a uma advogado do Departamento de Justiça que até um ano antes servirá ao maior escritório de advocacia que assistia o setor eletronuclear norte-americano.
 
Ontem, na audiência da Lava Jato, confirmou-se a parceria de delação firmado pelo Ministério Público Federal com o FBI, visando instruir o processo contra a Petrobras nos Estados Unidos.
 
Em um ponto qualquer do futuro, quando se recobrar a normalidade democrática - ou na hipótese de assumir alguma liderança nacionalista de esquerda ou direita - Rodrigo Janot e seus companheiros, mais a equipe da Lava Jato,  responderão por crime de traição ao país.
 
Agora, trata-se de encontrar a maneira mais rápida de apagar o incêndio que se alastra.
 
Quem se habilita a enquadrar a Lava Jato?
 
Condição 3 - Não pode conviver com o atual nível de taxa de juros.
 
Nesse caso, a dívida pública sairia definitivamente de controle. 
 
Quem se habilita a enfrentar o mercado?
 
Condição 4 – atacar o endividamento circular das empresas.
 
Teria que se valer novamente dos bancos públicos e do BNDES para permitir às empresas escapar da armadilha do endividamento circular que volta a assombrar a economia.
 
Quem se habilita a enfrentar o senso comum, de que qualquer forma de estímulo à economia pode ser criminalizado?
 
Condição 5 - teria que vir, simultaneamente, com uma desvalorização cambial, para criar um novo foco de reativação da economia nas exportações.
 
Quem se habilita a enfrentar o choque de preços com a desvalorização?
 
Peça 4 – as condições do governo Temer
 
Olhamos as cinco condições e, agora, nos debruçaremos rapidamente sobre o governo Temer.
 
Aspecto 1 – qualquer diretor indicado para o Banco do Brasil, BNDES, Caixa Econômica Federal precisa passar pelo crivo do Ministro Eliseu Padilha, da Casa Civil. Eliseu é acusado de uma série de crimes, de episódios quando era Ministro dos Transportes a maracutaias em prefeituras do interior do Rio Grande do Sul.
 
Aspecto 2 – as concessões e privatizações serão submetidas ao crivo de Moreira Franco, lídimo representante do PMDB do Rio de Janeiro.
 
Aspecto 3 – todas as negociações de benesses à base aliada são garantidas pelo ínclito Geddel Vieira Lima.
 
Aspecto 4– à frente de todos um presidente incapaz de decidir até sobre a situação de um Ministro apanhado em flagrante delito de corrupção.
 
Aspecto 5 – no Ministério das Relações Exteriores, um Ministro, José Serra, que, para se transformar na Hillary Clinton brasileira, não se inibe de dar ao maior comprador de produtos brasileiros, a Venezuela, um destino similar ao da Líbia. Além de inundar o Senado com projetos de lei malcheirosos.
 
Aspecto 6 – no Banco Central, um presidente que, com a economia caminhando para uma queda de 10% no PIB, aumenta a taxa real de juros. E uma mídia absolutamente sem noção aplaudindo a imprudência.
 
Peça 5 – a inevitabilidade de um pacto
 
O tempo político de Michel Temer é do tamanho de sua dimensão pública: minúsculo. Acabou. A grande indagação é como será a transição até 2018.
 
Não haverá como fugir a um pacto amplo, mas não será por agora, com o país conflagrado depois que a Lava Jato elegeu o direito penal do inimigo como instrumento de controle sobre a política.
 
Nem Temer, nem quem vier a sucedê-lo, terá condições de arbitrar tantos conflitos e sacrifícios se não vier respaldado em uma ampla legitimidade conferida pela adesão dos diversos setores a um pacto de salvação nacional.
 
A questão é o tempo que levará até que a crise promova o acordo ou abra espaço para alguma liderança bonapartista.
 
O primeiro general que bater o coturno em praça pública colocará todos esses golpistas para correr.

3 comentários:

  1. Este comentário foi removido pelo autor.

    ResponderExcluir
  2. Ninguém fala do papel da Maçonaria e nem da NOM, quanto mais dos banqueiros judeus. Esse cara só está enchendo linguiça, como se isso realmente fosse uma crise gerada por esta ou aquela gestão.

    ResponderExcluir
  3. Quanto mais tempo a Lava Jato durar, pior vai ser para o Brasil, pois enquanto o povo estiver entretido com ela, eles estão vendendo nossas riquezas a preço de bananas.
    Quando o povo acordar será tarde de mais, por exemplo parte da Petrobrás já foi vendida é o povo ainda nem sabe

    ResponderExcluir

Post Top Ad