Revelações: a jiade da Lafarge-Holcim - Noticia Final

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quarta-feira, 5 de abril de 2017

Revelações: a jiade da Lafarge-Holcim

Thierry Meyssan

Por ocasião do lançamento do livro de Thierry Meyssan, «Sob os nossos olhos. Do 11 de Setembro a Donald Trump», publicamos uma série de artigos desenvolvendo algumas das inúmeras informações que ele contém.

A seguir à intervenção de Jean-Luc Mélenchon aquando do debate da eleição presidencial francesa, começamos com a verdadeira história Holcim-Lafarge na Síria.

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Em  2 de Março de 2017, a sociedade Lafarge-Holcim reconheceu que a sua filial síria «remeteu fundos a terceiros a fim de conseguir acordos com um certo número de grupos armados, entre os quais terceiros visados pelas sanções, tendo em vista manter a actividade e garantir uma passagem segura para os funcionários e para os aprovisionamentos para, e desde a a fábrica» [1].
Desde logo, a cimenteira foi objecto de duas investigações. A primeira foi iniciada pelas associações Sherpa e ECCHR, a 15 de Novembro de 2016, enquanto a segunda foi lançada pelo Ministério da Economia francês. Ambos reagindo às pretensas revelações do Le Monde, segundo o qual a Lafarge pagou dinheiro ao Daesh (E.I.) em violação das resoluções da ONU.
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Importa observar que os artigos publicados a 2 de Março no Intelligence Online (boletim confidencial pertencendo ao Le Monde) e na próprio jornal Le Monde de 22 de Junho, foram redigidos por uma jornalista externa a estas publicações, Dorothy Myriam Kellou. Esta jovem mulher estudou na Universidade de Georgetown, conhecida pelas suas ligações com a CIA, e foi assessora de imprensa no Consulado francês em Jerusalém. Estes artigos foram confirmados por um livro de Jacob Waerness, Risikosjef i Syra, no qual o antigo empregado descreve a grave situação de segurança do pessoal da Lafarge na Síria. O autor prosseguiu a sua colaboração com a cimenteira após a publicação do seu livro.
As pseudo-revelações do Monde foram organizados em conluio com a Lafrage-Holcim para desviar a atenção da opinião pública e dos juízes para um pormenor : deveria ou não aceitar ser chantageada pelo Daesh.
Mas, a verdade é muito mais grave.

A preparação da guerra contra a Síria

Em Junho de 2008, a OTAN organizou a reunião anual do Grupo de Bilderberg [2], em Chantilly (Estados Unidos), no qual Hillary Clinton e Barack Obama se apresentaram aos participantes.
Entre os 120 presentes estava Basma Kodmani (mais tarde porta-voz da Coligação Nacional da Síria) e Volker Perthes (mais tarde assistente de Jeffrey Feltman na ONU, para a Síria). Durante um debate sobre a continuação da política externa dos norte-americana, eles intervieram para mostrar a importância dos Irmãos Muçulmanos e o papel que estes poderiam jogar na «democratização» do mundo árabe.
Jean-Pierre Jouyet (o futuro secretário-geral do Eliseu), Manuel Valls (o futuro Primeiro-ministro) e Bertrand Collomb (o patrão da Lafarge) estavam presentes ao lado de Henry R. Kravis (o futuro coordenador financeiro do Daech).

A Lafarge na Síria

A Lafarge é a líder mundial das cimenteiras. A OTAN confia-lhe a construção de bunkers dos jiadistas na Síria e a reconstrução da parte sunita do Iraque. Em troca, a Lafarge deixa a Aliança gerir as suas instalações nos dois países, nomeadamente a fábrica(usina-br) de Jalabiyeh (na fronteira turca, a norte de Alepo). Durante dois anos, a multinacional fornece os materiais de construção para gigantescas fortificações subterrâneas que permitem aos jiadistas desafiar o Exército árabe sírio.
A Lafarge é então dirigida pelos Norte-americano Eric Olsen que integrou na empresa as fábricas dos Irmãos Sawiris e de Firas Tlass. Este último é o filho do General Moustapha Tlass, antigo ministro da Defesa do presidente Hafez al-Assad. Ele é o irmão do General Manaf Tlass, do qual a França tinha pensado fazer o próximo presidente sírio. Ele ainda irmão de Nahed Tlass Ojjeh, a viúva do negociante de armas saudita Akram Ojjeh, a qual trabalha com o jornalista Franz-Olivier Giesbert.
As ligações entre a Lafarge e as Forças Especiais francesas são facilitadas pela amizade entre Bertrand Collomb (agora presidente honorário da multinacional) e o General Benoît Puga (Chefe de Gabinete dos Presidentes Sarkozy e Hollande).

A mentira do Le Monde

Num primeiro tempo, o boletim “on-line” dos mercenários anti-sírios, Zaman Al- Wasl, publica “e-mails” mostrando que a Lafarge paga dinheiro ao Daesh (EI). Num segundo tempo, Le Monde publica os seus artigos e os documentos de Zaman Al- Wasl são retirados do seu sítio Internet (no entanto, vós os encontrareis aqui no nosso site).
De acordo com o Le Monde, a multinacional abastecia-se em petróleo para fazer funcionar a sua fábrica. O que é falso porque esta instalação funciona principalmente a carvão, que continuava a ser-lhe enviado a partir da Turquia. Sem se dar conta da enormidade da sua confissão, o quotidiano admite que a Lafarge produzia 3 milhões de toneladas de cimento anualmente, destinadas às «áreas rebeldes».
Ora, durante esta terrível guerra, nada podia ser construído por civis nessas áreas.
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Soldados do Daesh na fábrica da Lafarge-Holcim em Jalabiyeh (Síria)

A construção dos bunkers dos jiadistas

Durante mais de dois anos 2,6 milhões de toneladas, isso perfaz pelo menos 6 milhões de toneladas produzidas para os «rebeldes». Eu coloco a palavra «rebeldes» entre aspas uma vez que esses combatentes não são sírios, mas vêm de todo o mundo muçulmano e mesmo da Europa.
Esta quantidade de cimento é comparável á utilizada pelo Reich alemão, em 1916-1917, para construir a Linha Siegfried. Desde Julho de 2012, a OTAN ---incluindo a França--- organizou uma guerra de posições de acordo com a estratégia descrita por Abu Mussab «O Sírio» no seu livro de 2004, La Gestion de la barbarie («A gestão da Barbárie»- ndT).
Imagina-se o número de engenheiros militares de Engenharia Civil da OTAN -entre os quais Franceses--- que foram necessários para construir este conjunto de obras.

A Lafarge, os Clinton e a CIA

No correr dos anos 1980, a Lafarge foi defendida, durante o seu processso por poluição no Alabama, por uma célebre advogada, Hillary Rodham-Clinton. Ela conseguiu reduzir a multa aplicada pela Agência de Proteção Ambiental para apenas 1,8 milhões de dólares.
Durante o mandato de George Bush Sr, a Lafarge presta serviço à CIA transportando ilegalmente para o Iraque as armas que deviam posteriormente para uma rebelião quando o Iraque invadisse o Kuwait e que a Coligação viesse libertá-lo.
Durante o mesmo período, Hillary Rodham Clinton, torna-se administradora da multinacional, função que ela deixou logo que o seu marido foi eleito para a Casa Branca. O Presidente Bill Clinton reduziu, então, para US $ 600 000 dólares a multa que a sua esposa tinha podido evitar à Lafarge. As boas relações continuam uma vez que a companhia pagou 100.000 dólares à Fundação Clinton em 2015, e que o seu novo CEO, Eric Olsen, não hesita em se deixar fotografar com Hillary Clinton.

A intervenção militar russa

Entrincheirados nos seus bunkers, os jiadistas não temiam o Exército Árabe Sírio e não tinham nenhuma dificuldade em manter as suas posições. Durante dois anos, o país encontra-se cortado em dois, tendo o Governo escolhido proteger a população e, portanto, abandonar os campos.
Quando a Rússia intervem militarmente, a pedido do governo sírio, a sua missão era destruir com bombas penetrantes os bunkers jiadistas. A operação devia durar três meses, de Setembro de 2015 até ao Natal ortodoxo (6 de Janeiro de 2016). No entanto, a extensão das construções da Lafarge-Holcim mostrou-se tão importante que o Exército Russo teve necessidade de seis meses para as arrasar.

Conclusão

Quando a transnacional Lafarge-Holcim termina a sua missão ao serviço da engenharia militar da OTAN, ela fecha a sua fábrica e empresta-a à Aliança. A fábrica de Jalabiyeh foi transformada em Quartel-General das Forças Especiais dos Estados Unidos, da França, da Noruega e do Reino Unido que ocupavam ilegalmente o Norte da Síria.
Contrariamente a cortina de fumo do Monde, não se trata pois da triste história de uma empresa de construção que negociou com jiadistas para salvar o seu pessoal. A responsabilidade da Lafarge-Holcim, é o seu papel central numa vasta operação militar de destruição da Síria; uma guerra secreta que custou a vida a centenas de milhares de pessoas.
Tradução
Alva

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