A quadrilha resiste no Planalto - Noticia Final

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quinta-feira, 3 de agosto de 2017

A quadrilha resiste no Planalto

Do blog Viomundo:

O Centrão assumiu diretamente o poder, sem intermediários, pela primeira vez desde os mandatos de FHC, Lula e Dilma.

Foi consequência da votação desta noite, em que Michel Temer obteve os 172 votos necessários a barrar a denúncia da Procuradoria Geral da Justiça contra ele no Congresso.

PSD, PP, PR, PTB, Pros, SD e PSC lideraram o bloco que salvou Michel Temer, além do PMDB.


O autor do relatório que salvou Temer foi o deputado Paulo Abi-Ackel, do PDSB mineiro, que pretende ser o herdeiro político de Aécio Neves.

O ex-presidente do PSDB, acusado ao lado de Temer nas delações da JBS, jogou pesado nos bastidores para salvar o ocupante do Planalto - e abater as acusações feitas contra ele pela PGR.

A rachadura desmoraliza os tucanos: Aécio conseguiu os votos da veterana Yeda Crusius e da novata Bruna Furlan a favor de Temer, mas não os de Mara Gabrilli e do pernambucano Daniel Coelho, por exemplo.

A sessão teve poucos momentos risíveis em comparação àqueles da votação que abriu processo de impeachment contra Dilma Rousseff.

O deputado Marco Feliciano, por exemplo, votou em favor do relatório argumentando que a derrota de Temer significaria “a volta do PT ao poder”.

O deputado Victório Galli, do PSC de Mato Grosso, votou por Temer e contra a “identidade de gênero” nas escolas.

O deputado Ezequiel Teixeira, do PTN do Rio, votou “contra o comunismo”.

Apoiadores de Temer tentaram ressuscitar o surrado antipetismo para defender a quadrilha que ocupa o Planalto.

Grande parte dos que votaram para enterrar a denúncia argumentaram pela “estabilidade econômica”, num momento em que o Brasil tem 14 milhões de desempregados, rombo recorde nas contas públicas, cortes nos direitos sociais e quebradeira generalizada.

Discursaram como se a recuperação econômica fosse um fato, desconhecendo o desejo expresso em pesquisas por mais de 90% dos entrevistados: o de que Temer deve ser investigado.

Segundo o jornalista Fernando Rodrigues, do Poder 360, já prevendo a vitória o Centrão articula lançar o ministro da Fazenda Henrique Meirelles como candidato do grupo em 2018.

Temer obteve os 172 votos necessários à rejeição da denúncia às 20h30m, com 145 votos contra e 13 ausências àquela altura.

O placar final foi de 263 votos pró-Temer, 227 contra e 21 abstenções.

A decisão da Câmara deve aprofundar a crise econômica, política e social e colocar Temer cada vez mais no colo das bancadas fisiológicas que dominam o Congresso, a começar do Boi, Bala e Bíblia.

altamiroborges

Um comentário:

  1. Os judeus não deixaram o Temer sair, porque ele será substituído em 2018 por Álvaro Dias.

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