POR QUE A POLÍTICA EXTERNA DE TRUMP PODE RESULTAR EM 25 ‘CHERNOBYLS’ NA ÁSIA-PACÍFICO. - Noticia Final

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quinta-feira, 21 de setembro de 2017

POR QUE A POLÍTICA EXTERNA DE TRUMP PODE RESULTAR EM 25 ‘CHERNOBYLS’ NA ÁSIA-PACÍFICO.

A política externa dos EUA pode levar a um pesadelo nuclear na Ásia-Pacífico, em comparação com o qual o desastre de Fukushima é um “foguete”, disse um especialista ao Sputnik, acrescentando que, em seu discurso da ONU, Donald Trump repetidamente se contradisse ao invocar as nações para manter sua soberania, ao mesmo tempo que ameaça destruir a Coréia do Norte.


A ameaça do presidente dos EUA, Donald Trump, de “destruir totalmente” a Coréia do Norte no caso de os EUA serem “forçados a se defender ou a seus aliados” significa um potencial Armagedon atômico para a península coreana, Konstantin Sivkov, analista militar russo e presidente da Academia para Problemas Geopolíticos, disse à Sputnik China.
    “Nós devemos ter em mente o que um ataque na República Popular Democrática da Coréia (RPDC) pode resultar”, disse Sivkov. “Se os EUA decidirem iniciar uma guerra total contra a Coréia do Norte, isso significará apenas uma coisa: 25 reatores nucleares na Coréia do Sul serão destruídos por um ataque de retaliação da RPDC. Isso equivale a 25 desastres de Chernobyl na Península da Coreia.”
É fácil adivinhar quais serão as conseqüências, observou o especialista: a Península da Coreia, partes consideráveis ​​da China e da Rússia, sem falar a maior parte do território do Japão se transformará em uma “zona morta”.
    “Em comparação com isso, a catástrofe nuclear de Fukushima pareceria uma fogueira”, afirmou Sivkov. “De fato, Trump está empurrando [a península] em direção a uma colisão nuclear, e deve ser percebido que, se um ataque nuclear for lançado contra a Coréia do Norte, é improvável que a China e a Rússia permaneçam ociosas”.
Neste contexto, o apelo do presidente dos EUA para enfrentar as ameaças à soberania nacional parece bastante hipócrita, disse o especialista, referindo-se a Trump dizendo: “Devemos rejeitar as ameaças à soberania da Ucrânia para o Mar da China Meridional”.

No entanto, Trump não especificou quem representa exatamente uma ameaça à soberania da Ucrânia e às águas do Mar da China Meridional, deixando a questão aberta. Nos olhos de Pequim, a ameaça aos seus direitos soberanos na região marítima vem dos EUA. Portanto, o comentário de Trump poderia ser interpretado como um chamado para proteger a soberania da China dos próprios EUA, observou o especialista.

De acordo com Sivkov, ao mesmo tempo em que pronunciou o seu discurso na Assembléia Geral das Nações Unidas na terça-feira, Trump se contradisse.
    O especialista chamou a atenção para o fato de Washington não ter uma posição clara sobre sua política externa: por um lado, Trump proclama a inviolabilidade da soberania, enquanto, por outro lado, declara sua determinação em interferir nos assuntos internos de outras nações.
Sivkov observou que a dura orientação do presidente dos EUA em relação à China apenas acelerou a aproximação sino-russa e a cooperação militar-estratégica. De acordo com o especialista, a decisão da Organização de Cooperação de Xangai (SCO)de se concentrar mais nas questões da cooperação político-militar e da luta contra o terrorismo veio como uma resposta aos “jogos políticos” de Washington.

O especialista destacou que a luta contra as “guerras híbridas” também permanece no topo da agenda da SCO e com uma boa razão: “Uma guerra híbrida é a principal maneira de realizar operações norte-americanas contra outros países”.
    A Declaração de Astana dos Chefes de Estado da SCO, assinada em 9 de junho de 2017, convida seus membros a se unirem para “combater os desafios e ameaças comuns de segurança, aprofundar o diálogo e a cooperação para garantir uma segurança abrangente, principalmente na luta contra o terrorismo, incluindo o ciberterrorismo, o separatismo, o extremismo, o crime organizado transfronteiriço, o tráfico ilícito de drogas”.
Segundo Sivkov, a adoção da declaração indica que os Estados membros da SCO se uniram contra a agressão potencial do Ocidente e dos EUA em particular.

Falando ao Sputnik, Zhou Yongsheng, pesquisador do Centro de Estudos de Relações Internacionais da Academia Diplomática da China, compartilhou a posição de Sivkov de que o discurso de Trump era contraditório desde o início até o fim.

Por um lado, o presidente dos Estados Unidos convidou a comunidade internacional a respeitar o princípio da soberania do Estado e, por outro lado, ameaçou alguns países com ações decisivas, incluindo a destruição total, os acadêmicos chineses notaram que se referem à ameaça de Trump de destruir a Coréia do Norte.

Segundo Zhou, “o discurso de Trump … demonstra uma falta de cultura política”.
Na terça-feira (19), o presidente dos Estados Unidos, Trump, emitiu seu primeiro discurso na Assembléia Geral das Nações Unidas que ameaça vários países, incluindo a Coréia do Norte, o Irã, a Venezuela e Cuba, e exortou os Estados membros da ONU a “confrontar aqueles que nos ameaçam com o caos, turbulência e terror”.

A delegação da Coréia do Norte saiu da sala de conferências antes de Trump dirigir-se à reunião e não o ouviu chamando o líder da RPDC de “Rocket Man“. No entanto, depois, o ministro dos Negócios Estrangeiros da RPDC, Ri Yong-ho, comparou o discurso do presidente dos EUA com “latidos de cães”.

Por seu lado, o ministro venezuelano de Relações Exteriores, Jorge Alberto Arreaza, declarou que Trump não é de modo algum o presidente do mundo, acrescentando que cada país tem seu direito soberano de manter o sistema que ele escolhe.
    “Este é o retorno ao mundo frio, por um momento, não sabíamos se estávamos ouvindo o presidente Reagan em 1982 ou o presidente Trump em 2017”, observou Arreaza.
A China defendeu Caracas: o ministro das Relações Exteriores da China, Wang Yi, sinalizou para seu homólogo venezuelano que Pequim acredita que o governo venezuelano e as pessoas vão conseguir resolver seus problemas dentro de um quadro legal, informou a Reuters.

Comentando o primeiro discurso de Trump na Assembléia Geral da ONU, o presidente iraniano, Hassan Rouhani, chamou de “retórica ignorante, absurda e odiosa”.

“Ao violar seus compromissos internacionais, a nova administração dos EUA só destrói sua própria credibilidade e mina a confiança internacional na negociação com ela ou aceita sua palavra ou promessa”, disse Rouhani ao abordar a Assembléia Geral da ONU.


Traduzido para publicação em dinamicaglobal.wordpress.com

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