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segunda-feira, 2 de outubro de 2017

Independência da Catalunha: Cinco aspectos a considerar, por Toni Cartalucci

 Toni Cartalucci, Land Destroyer Report

Manchetes e comentaristas na imprensa planetária, oriental e ocidental, focaram a independência catalã e a ação da polícia espanhola e os esforços do governo espanhol para impedir a votação.

Traduzido pelo coletivo da vila vudu

Mas bem pouco se disse sobre as reais consequências que podem advir da independência catalã. O que o governo e políticos catalães favoráveis à independência planejam fazer da Catalunha livre, se chegarem lá? Criarão afinal uma Catalunha que vise aos interesses do povo catalão? Ou porão a Catalunha livre a serviço da União Europeia e da OTAN, com muito mais empenho, eficácia e interesse do que alguma Espanha unida jamais faria?
Há cinco pontos que todos que acompanham esse conflito devem saber e ter sempre em mente enquanto se sucedem os eventos:

1. A Catalunha tem poderosa economia industrializada, mais poderosa que qualquer outra região da Espanha, com PIB e população superiores a, por exemplo, da Escócia ou Cingapura, e pode conseguir e sustentar sua independência da Espanha.

2. OTAN dá sinais claros de grande interesse na independência e de que consideraria muito bem-vinda o que espera que seja uma robusta capacidade militar, para ajudar em suas guerras de agressão global.

Artigo publicado em 2014 pelo Conselho Atlântico – think-tank da OTAN mantido pelas 500 maiores empresas listadas em Fortune – intitulado "The Military Implications of Scottish and Catalonian Secession" [As implicações militares da secessão da Escócia e da Catalunha], diria:


Catalunha tem 7,3 milhões de pessoas, com PIB de mais de $300 bilhões. Gasto de apenas 1,6% disso na Defesa provê $4,5bilhões anualmente, ou praticamente o orçamento da Dinamarca, que tem forças armadas respeitadas e eficientes. Os planos militares da Catalunha são mais vagos, mas, até aqui, têm havido ênfase na Marinha. Com excelentes portos em Barcelona e Tarragona, a Catalunha está bem posicionada como potência naval de pequeno porte, ‘com o Mediterrâneo como nosso ambiente estratégico e a OTAN como nosso contexto' – como diz othink-tank dos 'nacionalistas' e sobre Defesa. Os planos ainda não detalhados exigem um grupo de segurança para o litoral de algumas centenas de marinheiros, para começar. Depois de poucos anos, a Catalunha assumirá plena responsabilidade como "um ator protagonista no Mediterrâeo", com base terrestre de aviação de patrulha marítima e pequenos combatentes de superfície. Eventualmente, a ambição nacionalista pode incluir um grupo expedicionário, com uma nave leve de assalto e centenas de marinheiros, para assumir papel sério na segurança coletiva.


A mesma peça do Conselho Atlântico conclui enfaticamente que:


Se acuradamente caraterizada pelos poucos documentos que já vieram à tona, a posição dos separatistas sugere valiosa e estimulante visão de especialização na defesa coletiva: construir uma Marinha comparativamente focada em influenciar eventos em terra.


3. Políticos catalães pró-independência parecem apoiar com entusiasmo a integração da Catalunha à OTAN.


…quando chegar o próximo Afeganistão, também correrá sangue catalão.


Em artigo de 2014 intitulado "Catalan PM confirms OTAN membership, commitment to collective security" [Primeiro-ministro catalão confirma integração à OTAN, para segurança coletiva]:


Primeiro-ministro Artur Mas confirmou explicitamente que a Catalunha busca integrar-se como membro da OTAN. Em entrevista recente ao diário italiano La Reppublica, o primeiro-ministro catalão Artur Mas explicou que uma Catalunha independente vê-se a si mesma instalada no coração da OTAN. É ideia que se alinha com o compromisso da Catalunha com a comunidade internacional, com o princípio da segurança coletiva, com a lei internacional e com o primado da lei do mar.


O mesmo artigo diz também:


A Catalunha busca a independência, não para se negar a responsabilidades inescapáveis que andam de mãos dadas com ela, mas para exercer plenamente aquelas responsabilidades, ombro a ombro com seus parceiros e aliados. Os catalães compreendem plenamente que liberdade nunca chega sem custos, e que, ao mesmo tempo em que a independência implica governo do povo, pelo povo e para o povo, não algum poder de fora, ela também singinica que o povo não poderá virar o rosto diante de alguma crise ou desafio. Os catalães compreendem que quando chegar o próximo Afeganistão, também respingará sangue catalão.


Em essência, tudo isso significa que os políticos catalães mostram-se dedicadamente comprometidos, não só com a OTAN, mas com todas as guerras de agressão que a OTAN promove, e já prometeram o próprio sangue do povo catalão para ajudar a OTAN.

4. Alguns políticos catalães já começaram a planejar a integração da Catalunha 'independente' à OTAN.

O Grupo de Trabalho para Política de Defesa da Assembleia Nacional Catalã declarou em documento de 2014 intitulado "Dimensions of the Catalan Defence Forces: Naval Forces (Executive Summary)" [Dimensões das Forças de Defesa Catalãs: Forças Navais (Sumário Executivo)], que:


O Mediterrâneo: nosso ambiente estratégico. OTAN: nosso contexto

Catalunha deve participar no SNMG2 (Standing OTAN Maritime Group 2; antes, Standing Naval Force Mediterranean) [Grupo Marítimo 2 da OTAN a postos; antes Força Naval Mediterrânea a postos], componente da NRF (NATO Response Force) [Força de Resposta da OTAN].

Também seria conveniente participar no SNMCMG2 (Standing NATO Mine Countermeasures Group 2) [Grupo 2 da OTAN caça-minas a postos].



5. Como no "Curdistão", qualquer tipo de "independência" significará zero, se o estado resultante for completamente dependente, subalterno e paralisado sob a hegemonia do ocidente e das instituições que a mantêm – especialmente com sacrifício dos estados membros e de seus agentes à distância – sejam curdos ou catalães.

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