Petróleo iraniano poderá ser fornecido para Coreia do Norte? - Noticia Final

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terça-feira, 7 de agosto de 2018

Petróleo iraniano poderá ser fornecido para Coreia do Norte?

A visita do ministro das Relações Exteriores da Coreia do Norte, Lee Yonkho, ao Irã fortalecerá a cooperação entre os dois países em oposição às sanções econômicas dos EUA, dizem em entrevista à Sputnik especialistas sul-coreanos.
Técnico de petróleo iraniano verifica as instalações do separador de óleo no campo petrolífero de Azadegan, perto de Ahvaz, Irã (foto de arquivo)


Durante a reunião de hoje entre os ministros, no dia simbólico da retomada das sanções anti-iranianas de Trump, poderia ser alcançado um plano para uma cooperação ainda mais forte, cujo resultado será o fornecimento de petróleo iraniano para a Coreia do Norte.

"O embargo à importação de petróleo iraniano, do qual a Coreia do Sul também participa, não foi uma iniciativa das Nações Unidas, mas dos EUA e da União Europeia. Também anteriormente as sanções econômicas, com a ajuda das quais os Estados Unidos forçaram a UE, Coreia do Sul e outros países aliados a rejeitar a importação de petróleo iraniano, deu à China preferências consideráveis. Deixado sem vias de fornecimento, o Irã começou a vender petróleo para a China por um preço muito baixo", disse à Sputnik a especialista em Oriente Médio e investigadora sênior do Instituto Asan de Estudos Políticos de Seul, Jang Ji-Hyang.
Agora, em sua opinião, este petróleo barato também poderia atravessar a China para a Coreia do Norte, o que dará ao país uma oportunidade de enfraquecer o impacto das sanções econômicas.
"Numa situação em que os Estados Unidos continuam a pressionar simultaneamente o Irã e a Coreia do Norte para desnuclearizá-los, esses países irão apenas aumentar sua cooperação. No entanto, a Coreia do Norte e o Irã, em contraste com outros países, não revelam o seu potencial de cooperação através de canais abertos e oficiais, por isso, tudo se limitará a uma demonstração simbólica das relações de amizade", diz Ji-Hyang.
O especialista continua, dizendo que "a Coreia do Norte agora vai abster-se de gestos que falem de uma cooperação ativa, pois isso pode ter um impacto negativo sobre suas relações com os EUA".
No entanto, como observa a especialista, o Irã e a Coreia do Norte estão ligados por uma longa história secreta de cooperação econômica e militar. Um exemplo típico de tal troca é o pagamento pelo Irã do fornecimento de armas norte-coreanas aos rebeldes iemenitas, assim como a venda ao Irã de tecnologia nuclear e de mísseis. Portanto, após a entrada em vigor em novembro de todo o volume de sanções dos EUA, não podemos excluir a realização de acordos semelhantes sobre o petróleo.
Ao mesmo tempo, o especialista acredita que o Irã, possivelmente, não precise recorrer a tais transações secretas, porque os EUA serão os primeiros a iniciar o diálogo e, como resultado, o retorno ao embargo total será evitado.
De acordo com especialistas sul-coreanos, será difícil para Trump manter a pressão simultânea em duas frentes, por isso ele terá que desistir da norte-coreana em favor da do Oriente Médio, que é mais promissora.
Dado o fato que o presidente republicano terá que alcançar resultados impressionantes na corrida para as eleições intercalares nos EUA, que também vão ocorrer em novembro, isso será mais fácil na via iraniana: porque o levantamento das sanções do Irã provavelmente seria apoiado pelos democratas, já o das sanções da Coreia do Norte não seria.
Além disso, Teerã já demonstrou sua capacidade de negociar, enquanto Pyongyang terá que passar por todo o processo de aprovações e concessões. E se as negociações sobre um novo acordo nuclear entrarem em um impasse, a cooperação petroleira entre o Irã e Coreia do Norte provavelmente será usada pela administração republicana para fortalecer suas posições, tanto dentro dos Estados Unidos quanto nas negociações internacionais sobre a desnuclearização.

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