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segunda-feira, 12 de novembro de 2018

(B)RIC(S) depois de Bolsonaro, por Ghassan Kadi

Ghassan Kadi, The Saker Blog

Traduzido pelo Coletivo Vila Mandinga

A sigla BRICS designa a ‘aliança’ que inclui Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul. Mas, e com todo o respeito por Brasil e África do Sul, BRICS resume-se efetivamente a RIC ou IRC ou CRI e outras fórmulas [(B)RIC(S)].

Com Rússia, Índia e China, não interessa em que ordem, aí está o futuro da Eurásia; setor praticamente nunca mapeado onde vive 1/3 de toda a população do planeta; vasta porção de massa terrestre, rica em recursos, não só recursos humanos, e só esperando o melhor momento para pôr sua marca na história.


A chamada “Rota da Seda”, na realidade rotas da seda, foi tradicionalmente a rede de trilhas de caravanas pelas quais andavam antigos mercadores em suas jornadas de oriente a ocidente, conectando mundos em grande parte desconhecidos um do outro, desde muito antes das viagens fartamente documentadas de Vasco da Gama.

E, se as culturas ancestrais de Índia e China floresceram por direito próprio, exceto quando conquistadas por Alexandre, e subsequentemente por muçulmanos e mongóis, houve pouca interação geopolítica histórica entre o Extremo Oriente e o Oriente Médio; e nenhuma com a Europa. A vasta extensão congelada dificultou qualquer interação, mesmo para os mais valentes de coração, que se arriscassem a fazer a jornada de Pequim a Viena. As tentações que atraíam para a viagem, não cancelavam as dificuldades que paralisaram os viajantes apenas moderadamente motivados.

Mas tudo isso está prestes a mudar. A nova “Rota da Seda”, rede de super rodovias que as nações RIC dedicam-se a construir vão mudar essestatus quo e encurtar as distâncias por terra.

A ferrovia Transiberiana é via russa, e uniu Vladivostok e Moscou, mas nunca visou a unir China e Europa. No máximo, reforçou o isolamento da URSS. Mas o novo projeto “Rota da Seda” virará de pés para cima o mapa de transportes do mundo, de uma vez por todas.

A determinação de construir essa massiva rede de estradas jamais precisou, para coisa alguma, de Brasil ou África do Sul.

Tudo devidamente considerado, temos de ser realistas e declarar que a vitória eleitoral do candidato Bolsonaro no Brasil absolutamente não afetará, nem de longe, a “Rota da Seda”. 

As repercussões dessa eleição afetarão muito mais gravemente o Brasil, que qualquer outro país. Com certeza e expressamente, as políticas de Bolsonaro afetarão negativamente o clima global, mas essa é outra questão. As decisões do novo governo, no campo fiscal e internacional, podem pôr o Brasil sob a esfera de influência dos norte-americanos. Também isso pode afetar e com certeza afetará muito negativamente o próprio Brasil, mas o dano ficará limitado ao Brasil, nada além disso.

Com Brasil ou sem, os (B)RIC(S) podem sobreviver. Mas para que a ‘aliança’ sobreviva e faça diferença, terá de se tornar mais séria, na condução dos próprios negócios.

O primeiro passo na direção de a aliança tornar-se mais proativa dará resultados melhores se se estabelecer adequado grau de confiança e conciliação entre os três grandes atores: Rússia, China e Índia.

blogdoalok

Um comentário:

  1. No lugar do B de Brasil coloque T de Turquia. Brics acabou agora é TRICS

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