GUERRA DO GOLFO: O Eagle em missão - Noticia Final

Ultimas Notícias

Post Top Ad

Responsive Ads Here

Post Top Ad

domingo, 23 de março de 2014

GUERRA DO GOLFO: O Eagle em missão

Os F-15 Eagle foram os senhores absolutos dos céus do Kuwait e do Iraque na Guerra do Golfo.

O F-15 Eagle só tinha uma missão durante a Guerra do Golfo: assumir o controle dos céus do Iraque e do Kuwait. Além de ser um magnífico caça de interceptação, o seu raio de ação e a sua autonomia torna-o especialmente adequado para missões de escolta de longo alcance. Na Guerra do Golfo, o F-15 revelou-se brilhante nessas duas funções, derrubando 37 dos 40 aviões inimigos destruídos em combate aéreo pelas forças aéreas aliadas.

O domínio alcançado pelos F-15 e a habilidade dos seus pilotos altamente treinados estão bem patentes no seguinte relato do capitão Anthony Schiavi, do 582 Tactical Fighter Squadron. Em 26 de janeiro de 1991, voava com o capitão Rhory Draeger à frente de uma formação de quatro aviões, em patrulha sobre o Iraque Ocidental. “Tínhamos estado em reconhecimento a grande altitude durante quase uma hora e meia e descemos até um avião-tanque para reabastecer. Quando começávamos a afastar-nos do avião-tanque, o AWACS chamou-nos e disse: Aviões inimigos estão decolando de H2, num grupo inteiro dirigem-se para o nordeste!”.

Interceptação

Os Eagle imediatamente viraram para nordeste para a interceptação. H2 era um aeródromo situado no deserto ocidental iraquiano junto às fronteiras com a Síria e a Jordânia. Estavam longe demais do Irã para que os pilotos iraquianos tentassem voar para lá tratando de salvar-se; talvez estivessem apenas mudando de uma base para outra, como já tinham feito dias antes para tentar evitar a destruição dos seus aviões. Mas estavam a mais de 100 milhas de distância, com o mesmo rumo dos F-15. “Quando avaliei a situação, percebi que era impossível alcançá-los. Iríamos precisar de muito mais tempo e combustível do que tínhamos”. Os Eagle reduziram a distância para quase 80 milhas, mas aproximavam-se rapidamente do ponto em que as reservas de combustível os obrigaram a regressar.

Nessa altura, mais quatro jatos iraquianos decolaram de H2 e agora, os F-15 estavam na posição ideal para cair sobre eles. Schiavi estava preocupado: seria uma armadilha? Só havia uma maneira de saber…

Velocidade Supersônica

Para aumentar a sua manobrabilidade, os F-15 soltaram os tanques suplementares, conservando apenas o central. Lançando-se em voo picado dos 25.000 pés ( 7.620 m), aceleraram até ultrapassar a velocidade do som. Os pilotos norte-americanos não conseguiam ver o solo nem os seus alvos através da espessa camada de nuvens, de modo que, após dispararem os mísseis, o melhor que podiam esperar era ver um clarão no caso de terem acertado. O capitão Draeger mirou no caça do comandante inimigo. Sabia que os outros iraquianos estariam provavelmente concentrados em manter a formação, sem se preocupar com a navegação e decidiu adotar a já muito experimentada tática da eliminação do chefe de formação. Por sua vez, Schiavi atacou o caça que se dirigia para noroeste, deixando os restantes inimigos para os outros dois Eagles.

Os mísseis AIM-7 de Schiavi detectaram imediatamente o avião inimigo e estavam prontos a ser disparados. “Nessa altura já estávamos dentro do raio de 20 milhas do inimigo. Vi o míssil do capitão Draeger soltar-se do avião e vi que se dirigia para o alvo. Disparei dois segundos mais tarde. Como Bruce e Rick (os capitães Bruce Till e César Rodríguez, que pilotavam os outros dois Eagle) tinham se afastado de nós, deviam aguardar um pouco mais.

Assim que os Sparrow se afastaram, abriu-se uma clareira entre as nuvens, os F-15 mergulharam e avistaram logo o inimigo: três MiG-23 “Flogger” que voavam em alta velocidade e baixa altitude sobre o deserto. O míssil do capitão Draeger atingiu o alvo, que voava tão baixo que se podia ver o redemoinho de pó ao seu redor. Draeger gritou: ‘Centro!’ Depois olhou de novo: o avião atravessou a explosão e continuou a voar. Tinha sido atingido e estava em chamas, mas ainda não estava fora de combate. Draeger preparou-se então para disparar um Sidewinder guiado por infravermelhos, mas antes de conseguir virar, o fogo atingiu as juntas das asas do alvo, que explodiu numa gigantesca bola de fogo. “Eu fiquei tão surpreendido que quase me esqueci do meu míssil”. Depois da explosão do primeiro avião iraquiano, os outros dois deram uma guinada de 180º á direita, diretamente até nós. Não sei se nos tinham visto ou não, mas era muito tarde para essa manobra. Nesse momento o meu míssil alcançou o alvo. Voltei a gritar: ‘Centro!’ e houve outra grande explosão. “Os mísseis do número quatro tinham alguns segundos de atraso e foi o capitão Rodríguez quem causou a terceira baixa”.

Tres Explosões

“Havia uma estrada bem abaixo de nós. O primeiro avião explodiu de um lado da estrada e os outros dois estatelaram-se do outro lado, três explosões; uma atrás da outra”. Esta cena iria repetir-se toda vez que os pilotos iraquianos e norte-americanos se enfrentassem.


A capacidade dos pilotos combinada com um ótimo avião de combate demonstrou ser decisiva. Quando o momento crucial do combate se aproxima, um F-15 bem pilotado é só o melhor caça do mundo.

FONTE: Asas de Guerra #2

PESQUISA ADICIONAL: CAVOK

IMAGENS: Coleção particular e Internet

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Post Top Ad