NOVA BRIGA EMBRAER – PILATUS

Parece “replay” de partida de futebol. Numa recente declaração Oscar Schwenk, CEO da suíça Pilatus, admitiu que a Embraer pode se valer do recente contrato firmado entre a SAAB e o Governo do Brasil para negociar um contrato reverso e colocar os treinadores “Super Tucano” na disputa para substituir os atuais treinadores Sk-60 da Força Aérea da Suécia. Caso isso ocorra, a maior prejudicada seria a própria Pilatus que disputa a mesma escolha com seus aviões PC-21.

Se isso acontecer, será mais um capítulo na antiga disputa entre a Pilatus e a Embraer, briga comercial que começou quando a Embraer lançou no mercado seu treinador “Tucano” que passou a concorrer com o PC-7 da Pilatus. Anos depois o PC-9 bateu o “Super Tucano” do fabricante nacional na concorrência para equipar a USAF e a US Navy. E posteriormente as qualidades do “Super Tucano” levaram-no à escolha como aeronave leve de ataque pelos norte-americanos e ressaltaram sua liderança comercial sobre o PC.21 (um PC.9 avançado) vencendo meia dúzia de outras concorrências nas Américas, Ásia e África.

Mas a briga não para ali. Além do contrato com os suecos também está em jogo uma concorrência dos austríacos, que breve terão de substituir seus próprios Sk-60. E há pelo menos mais dois outros contratos em que as mesmas aeronaves estão disputando.

É muito dinheiro em jogo, tanto mais que a cada escolha mundial uma aeronave ganha prestígio para obter novos clientes. Foi o tipo de lucro que a Pilatus teve quando a norte-americana Beechcraft licenciou seu PC.9 para vende-lo como vencedor do concurso JPATS nos Estados Unidos.

Tecnicamente as duas aeronaves tem qualidades inegáveis e industrialmente os dois fabricantes são respeitados. Mas como nesse mercado cada lance é importante, nada mais compreensível a preocupação do CEO da Pilatus. Essa “partida” Tucano/Super Tucano x PC.7/PC.9/PC.21 ainda não acabou e pode ainda ter outras surpresas!

Fonte: Aerobusiness/plano brasil