Ao mesmo tempo, as tentativas do Japão e da China de enviar um aparelho espacial para Marte falharam. A Índia também se tornou o primeiro país a conseguir colocar o aparelho em órbita de Marte na primeira tentativa.
O primeiro-ministro da Índia, Narendra Modi, chamou o avanço para Marte um evento histórico. Em suas palavras, este é um exemplo perfeito do que pode alcançar a nação indiana.
O presidente do país, Pranab Mukherjee, enviou seus parabéns à Organização Indiana de Pesquisa Espacial (ISRO). Na Rússia também estão satisfeitos pelo sucesso dos indianos, disse Alexander Rodin do Instituto de Pesquisas Espaciais da Academia de Ciências russa:
“Estamos acompanhando este projeto. Ele é um enorme sucesso, primeiramente da Índia como potência espacial emergente. E o que é muito importante, a particularidade do programa espacial indiano é que ele não é tão pragmático como seria de esperar de uma potência espacial recuperando seu atraso. A Índia está investindo muitos esforços em pesquisas fundamentais.
Quanto à parte científica do voo, aqui, talvez, não se deva esperar nenhumas descobertas marcantes, pois Marte está muito bem estudado e quase todos os nichos lá estão fechados. Mas o próprio fato de que a Índia desenvolveu um tal projeto por conta própria e, esperemos, irá implementá-lo com sucesso, é, naturalmente, um enorme sucesso. Aproveito esta oportunidade para felicitar os colegas indianos, e espero uma colaboração muito frutuosa”.
A missão Mangalyaan vai recolher dados sobre condições climáticas em Marte. Vai também ajudar a responder à pergunta do que aconteceu com a água que outrora existiu neste planeta em grandes quantidades. Além disso, o aparelho de pesquisa irá procurar na atmosfera marciana traços de metano. Ela está intimamente ligado à história de surgimento da vida.
O foguete PSLV (Polar Satellite Launch Vehicle) com a sonda Mangalyaan a bordo foi lançado ao espaço em 5 de novembro do ano passado. O aparelho partiu para Marte em 30 de novembro. A distância mais próxima a que o Mangalyaan estará da superfície do planeta vermelho deve chegar aos 377 quilômetros. O caminho do Mangalyaan para a órbita de Marte levou cerca de 300 dias. Durante este tempo, o dispositivo superou 780 milhões de quilômetros.
O voo da sonda para Marte reforçou a credibilidade da Índia como “membro do clube espacial” e acresceu seus atributos de uma grande potência, acredita Igor Afanasiev, editor da revista Notícias da Cosmonáutica:
“Neste caso, estamos falando muito provavelmente de coisas relacionadas com as ambições da Índia como potência espacial. Os cientistas indianos mostraram, em primeiro lugar, que o seu aparelho espacial pode operar por um tempo muito longo em voo. E após o voo estará operacional em órbita de Marte, e eles poderão controlá-lo, receber informações dele. Assim, eles demonstraram as capacidades de seu programa de mísseis e espaço e o potencial do complexo de comunicação espacial remoto”.
Segundo o especialista, a sonda Mangalyaan colocou a Índia em frente na competição com a China no domínio de investigações espaciais. A China concentrou-se em estudos da Lua, tem planos de sua conquista não menos ambiciosos do que a Índia tem para Marte. O primeiro aparelho espacial lançado pela Índia para o espaço interplanetário também foi para a Lua, em 2008. A sonda lunar indiana Chandrayaan-1 encontrou sinais de presença de água na Lua, e em geral realizou com sucesso a sua missão de pesquisa.
Mas recentemente, surgiu a informação de que a Índia está considerando a possibilidade de enviar uma missão lunar tripulada até 2020.
Voz da Rússia
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