Centenas de milhares de pessoas no mundo assistiram à explosão. A Agência Aeroespacial Nacional dos EUA (NASA) transmitia ao vivo em seu site o lançamento do foguete. Logo após a decolagem, este pegou fogo e caiu em terra. Felizmente, o acidente não causou vítimas, tendo destruído valiosos equipamentos e prejudicado seriamente a base espacial situada na ilha de Wallops no Atlântico.
A julgar pelos vídeos transmitidos, as falhas poderiam ter tido origemno primeiro andar do motor do foguete, embora, previamente, o motor do Antares tenha sido sujeito a testes extensivos e não tenham sido detetados quaisquer problemas, disse o vice-diretor da companhia produtora, a Orbital Sciences, Frank Culbertson:
“Podemos julgar apenas pelas imagens transmitidas que foram vistas por todos vocês. O foguete deixou de subir, posteriormente vimos a desintegração do primeiro andar e, a seguir, a espaçonave caiu em terra. Não temos por enquanto acesso a todos os dados, mas, assim que houver a possibilidade, começaremos a restaurar os acontecimentos e a avaliá-los”.
Já está formada uma comissão especial que investigará as circunstâncias e causas da explosão do foguete. As causas do incidente serão discutidas em 4 de novembro num encontro de dirigentes de agências espaciais, inclusive da NASA e da Roskosmos.
Os motores do Antares são de projeção soviética. Foram desenvolvidos por Nikolai Kuznetsov nos anos 70 do século passado para o “programa lunar” soviético. Os motores foram conservados após o encerramento do programa.
Nos anos 90, o motor NK-33 foi lembrado e exposto a especialistas estrangeiros. A companhia americana Aerojet comprou 40 motores e decidiu adaptá-los a seus foguetes. Após uma séria modernização, os motores obtiveram o nome de AJ-26. Entre a Aerojet a a empresa americana Orbital Sciences foi concluído um contrato de fornecimento de 20 motores NK-33/AJ-26, dois dos quais foram instalados no Antares. A produção do primeiro andar do motor e do sistema de combustível foi efetuada pelo centro de projeção ucraniano Yuzhnoe, da cidade de Dnepropetrovsk.
A explosão do Antares pôs em causa a comercialização do programa espacial americano. Após a NASA ter renunciado a vaivéns espaciais, reconhecendo-os como muito caros, os transportes espaciais americanos foram entregues a empresas privadas.
O foguetão Antares e a cápsula não tripulada Cygnus foram construídos pela companhia Orbital Sciences. No ano passado, a empresa efetuou com êxito seu primeiro voo de ensaio rumo à EEI e a NASA assinou com ela um contrato de 1,9 bilhões de dólares para oito lançamentos espaciais. O atual foi o quarto.
Como afirma a NASA, este acidente não influirá nos trabalhos do segmento americano da EEI. A estação tem reservas de água e alimentos. Mas, em qualquer caso, os astronautas da estação ficaram muito preocupados.
Se a NASA não recomeçar em breve os voos de cargueiros americanos, os Estados Unidos terão de dirigir-se novamente à Rússia. O último lançamento da nave espacial russa Progress teve lugar quarta-feira, passadas apenas 9 horas após a explosão do Antares.
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