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segunda-feira, 10 de novembro de 2014

Rússia e Ásia vão enfraquecendo dependência de sua economia do dólar

APEC, política, internacional, encontro, Rússia, Ásia

O presidente da Rússia, Vladimir Putin, está participando de uma cúpula do Fórum da Cooperação Econômica Ásia-Pacífico (APEC) que decorre em Pequim.

Putin promete aos investidores estrangeiros que se decidirem trabalhar no Extremo Orinete da Rússia “assegurar as melhores condições no meio de outros concorrentes”. Moscou espera aumentar o volume de investimentos nos países da região asiática do Pacífico.
Uma reunião do fórum foi dedicada ao tema “O que significa para a Rússia a Região da Ásia-Pacífico”. Para além de Vladimir Putin, o evento conta com presença do presidente dos EUA, Barack Obama, do seu homólogo chinês, Xi Jinping, e do líder nipônico, Shinzo Abe.
O século XXI já foi chamado de um “século do oceano Pacífico”. A Rússia, como uma parte integrante da zona, tem de se aproveitar de vantagens que proporciona este pólo econômico, tecnológico de inovações em vias de impetuoso crescimento, salientou Vladimir Putin:
“Para a Rússia, a cooperação com os países da região Ásia-Pacífico tem tido uma prioridade estratégica. As nossas relações com a maioria esmagadora dos Estados da região tem sido caracterizadas pela dinâmica positiva. Temos em alto apreço tal tendência e pretendemos fazer os possíveis para desenvolver a cooperação bilateral e multilateral”.
Intervindo perante os participantes do Fórum de Negócios, Putin se deteve nos planos do governo russo na área econômica. Hoje, ela se encontra numa situação complicada devido à descida dos preços de petróleo e às sanções econômicas impostas pelo Ocidente. Isto levou ainda à desvalorização do rublo, apesar de o Estado russo possuir recursos suficientes para não tomar medidas extraordinárias. Não se planeja introduzir restrições ao movimento de capitais ou aumentar a dívida pública, podendo essa se situar a um nível seguro, igual a 15% do PIB.
O presidente russo se debruçou ainda sobre as medidas visando diminuir a dependência da moeda nacional russa em relação ao dólar. Uma delas se relaciona com a intensificação das trocas comerciais entre a Rússia e a China a serem calculadas em moedas nacionais dos dois países, anunciou Vladimir Putin:
O presidente russo deixou claro aos potenciais investidores: no Extremo Oriente está sendo criada uma rede de zonas de “desenvolvimento avançado” que irão gozar de facilidades fiscais e procedimentos administrativos simplificados. As empresas a se instituir ali serão orientadas para a exportação de artigos manufaturados destinados para a região da Ásia-Pacífico.
“Um dos nossos parceiros-chave na região continua sendo a China. No âmbito da cooperação com esse país nós pretendemos utilizar as nossas moedas nacionais. Já se realizam os primeiros contratos em Yuan e em rublos. Estamos dispostos a alargar tais potencialidades à custa do comércio no domínio de recursos energéticos”.
O potecnial da colaboração dos países da região da Ásia-Pacífico deve ser aproveitado para fins mutuamente vantajosos, opina Vladimir Putin. A Rússia pretende, por sua vez, avolumar para 40% as trocas comerciais com os Estados desta região.
Noat-se que, este ano, a cúpula da APEC está decorrendo com o lema “Formação do futuro através de parceria da parceira asiático-pacífica”. Vladimir Putin tem pela frente uma série de reuniões agendadas, devendo se encontrar com a chefe do FMI, Christine Lagarde, para debater com ela o processo de reforma desta entidade financeira e o programa de assistência à economia ucraniana. Um frente-a-frente com o presidente norte-americano, Barack Obama, não consta da agenda oficial, embora seja possível um encontro a sós à margem da cúpula, informou uma fonte do Kremlin.
Já há muito que a APEC deixou de ser uma mera “praça para a troca de opiniões”, oferecendo boas oportunidades para o mundo de negócios. O primeiro dia da cúpula foi assinalado com a assinatura de contratos importantes, inclusive visando a criação de uma companhia de direção conjunta junto do Fundo de Futuros Contratos e Investimentos. Ao seu abrigo, a contabilidade será realizada em yuan e rublos. O Japão propôs que a Rússia procedesse às obras de construção de um gasoduto com destino a Tóquio.
Segundo assinalam peritos, na região da Ásia-Pacífico, devido às despor porções econômicas, existe uma acérrima concorrência. Os países de grande porte são a China e os EUA. A economia chinesa em crescimento está cada vez mais ambiciosa, enquanto os EUA não querem perder sua liderança de forma alguma. Em virtude disso, Pequim poderá beneficiar da parceria estratégica com a Rússia numa base de respeito e confiança mútua, o que vem fortalecendo a união russo-chinesa, podendo atrair um grande número de partidários e simpatizantes.

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