Putin promete aos investidores estrangeiros que se decidirem trabalhar no Extremo Orinete da Rússia “assegurar as melhores condições no meio de outros concorrentes”. Moscou espera aumentar o volume de investimentos nos países da região asiática do Pacífico.
Uma reunião do fórum foi dedicada ao tema “O que significa para a Rússia a Região da Ásia-Pacífico”. Para além de Vladimir Putin, o evento conta com presença do presidente dos EUA, Barack Obama, do seu homólogo chinês, Xi Jinping, e do líder nipônico, Shinzo Abe.
O século XXI já foi chamado de um “século do oceano Pacífico”. A Rússia, como uma parte integrante da zona, tem de se aproveitar de vantagens que proporciona este pólo econômico, tecnológico de inovações em vias de impetuoso crescimento, salientou Vladimir Putin:
“Para a Rússia, a cooperação com os países da região Ásia-Pacífico tem tido uma prioridade estratégica. As nossas relações com a maioria esmagadora dos Estados da região tem sido caracterizadas pela dinâmica positiva. Temos em alto apreço tal tendência e pretendemos fazer os possíveis para desenvolver a cooperação bilateral e multilateral”.
Intervindo perante os participantes do Fórum de Negócios, Putin se deteve nos planos do governo russo na área econômica. Hoje, ela se encontra numa situação complicada devido à descida dos preços de petróleo e às sanções econômicas impostas pelo Ocidente. Isto levou ainda à desvalorização do rublo, apesar de o Estado russo possuir recursos suficientes para não tomar medidas extraordinárias. Não se planeja introduzir restrições ao movimento de capitais ou aumentar a dívida pública, podendo essa se situar a um nível seguro, igual a 15% do PIB.
O presidente russo se debruçou ainda sobre as medidas visando diminuir a dependência da moeda nacional russa em relação ao dólar. Uma delas se relaciona com a intensificação das trocas comerciais entre a Rússia e a China a serem calculadas em moedas nacionais dos dois países, anunciou Vladimir Putin:
O presidente russo deixou claro aos potenciais investidores: no Extremo Oriente está sendo criada uma rede de zonas de “desenvolvimento avançado” que irão gozar de facilidades fiscais e procedimentos administrativos simplificados. As empresas a se instituir ali serão orientadas para a exportação de artigos manufaturados destinados para a região da Ásia-Pacífico.
“Um dos nossos parceiros-chave na região continua sendo a China. No âmbito da cooperação com esse país nós pretendemos utilizar as nossas moedas nacionais. Já se realizam os primeiros contratos em Yuan e em rublos. Estamos dispostos a alargar tais potencialidades à custa do comércio no domínio de recursos energéticos”.
O potecnial da colaboração dos países da região da Ásia-Pacífico deve ser aproveitado para fins mutuamente vantajosos, opina Vladimir Putin. A Rússia pretende, por sua vez, avolumar para 40% as trocas comerciais com os Estados desta região.
Noat-se que, este ano, a cúpula da APEC está decorrendo com o lema “Formação do futuro através de parceria da parceira asiático-pacífica”. Vladimir Putin tem pela frente uma série de reuniões agendadas, devendo se encontrar com a chefe do FMI, Christine Lagarde, para debater com ela o processo de reforma desta entidade financeira e o programa de assistência à economia ucraniana. Um frente-a-frente com o presidente norte-americano, Barack Obama, não consta da agenda oficial, embora seja possível um encontro a sós à margem da cúpula, informou uma fonte do Kremlin.
Já há muito que a APEC deixou de ser uma mera “praça para a troca de opiniões”, oferecendo boas oportunidades para o mundo de negócios. O primeiro dia da cúpula foi assinalado com a assinatura de contratos importantes, inclusive visando a criação de uma companhia de direção conjunta junto do Fundo de Futuros Contratos e Investimentos. Ao seu abrigo, a contabilidade será realizada em yuan e rublos. O Japão propôs que a Rússia procedesse às obras de construção de um gasoduto com destino a Tóquio.
Segundo assinalam peritos, na região da Ásia-Pacífico, devido às despor porções econômicas, existe uma acérrima concorrência. Os países de grande porte são a China e os EUA. A economia chinesa em crescimento está cada vez mais ambiciosa, enquanto os EUA não querem perder sua liderança de forma alguma. Em virtude disso, Pequim poderá beneficiar da parceria estratégica com a Rússia numa base de respeito e confiança mútua, o que vem fortalecendo a união russo-chinesa, podendo atrair um grande número de partidários e simpatizantes.
Nenhum comentário:
Postar um comentário