Atualmente, os sistemas russos de defesa antiaérea S-300 são copiados até mesmo pelos mais preguiçosos engenheiros, resultando em sistemas como o clone chinês HQ-9, que acabou ganhando uma concorrência na Turquia contra o original e mais capaz sistema russo S-400 Triunf. No entanto, a vitória chinesa não impediu que Moscou vendesse oficialmente à Pequim o próprio sistema Triunf.
“Quando há uma proposta de exportação de determinado material militar significa que o vendedor possui tecnologia mais avançada. Se oferecemos à China os S-400, é porque temos algo melhor”, explicou à Gazeta Russa o editor da revista “Arsenal Otchestva”, Víktor Mukharóvski.
De uma forma aperfeiçoada, o novo sistema S-500 Triunfator está sendo desenvolvido não somente para ser um interceptador antimíssil, mas para incorporar completamente o princípio de ação de um sistema global de controle e defesa do espaço aéreo, capaz de interagir com outros meios e equipamentos antiaéreos de todas as Forças Armadas da Rússia.
A ideia é que centros de defesa antiaérea sejam capazes de gerenciar uma rede composta por diversos equipamentos antiaéreos: S-400, S-300, Pantsir S-1 e Tor M-1, reunindo sob um comando unificado dezenas de lançadores com centenas de mísseis.
Equivalente
A comparação do futuro sistema russo com o complexo americano THAAD (Terminal High Altitude Area Defense) é muito significativa. Principalmente se levarmos em consideração que o sistema antimíssil americano é móvel, projetado para interceptar mísseis de curto e médio alcançe em questões de minutos antes das ogivas atingirem seus objetivos. Dos 39 lançamentos de teste conhecidos do THAAD, 31 foram bem sucedidos.
O THAAD americano possui uma característica técnica importante, denominada “interceptação cinética”: isso significa que o míssil não carrega uma carga explosiva para destruir o alvo, mas utiliza a sua própria energia cinética através de um pesado penetrador.
A título de comparação, o antigo e único sistema operacional antimíssil russo, o A-135, implantado nos arredores de Moscou, utiliza para a destruição dos alvos uma carga atômica. O funcionamento do sistema tem por base um míssil-interceptador que é lançado em direção à trajetória aguardada das ogivas inimigas, acionando sua carga atômica à uma distância razoável, detonando com o plasma gerado as ogivas e mísseis inimigos ainda no ar. No entanto, os resíduos radioativos desta interceptação nuclear caem, inevitavelmente, sobre a população local.
Por outro lado, o sistema THAAD tem por base um míssil-interceptador que desabilita as ogivas inimigas através de meios não-tóxicos, mas que, hoje, encontra dificuldades para a plena utilização operacional. Por exemplo, os radares do sistema ainda não são capazes de acompanhar alvos hipersônicos e supersônicos-limite.
“A principal dificuldade é a identificação das ogivas reais e das falsas. O A-135 resolvia isso de maneira muito simples: detonando tudo em uma determinada área com a ignição de sua ogiva nuclear. No caso de um interceptador cinético, uma série de equipamentos complementares são utilizados para que se alcance a precisão necessária”, destacou o editor do jornal “Voeno-Promishlenoi Kurier”, Mikhail Khodarenok.
O sistema de defesa antiaérea russo S-400 Triunf pode engajar até 36 alvos com seus 72 mísseis e é até seis vezes mais rápido do que os seus antecessores, incluindo o americano Patriot, devido à performance dos mísseis e à utilização de lançadores verticais.
O míssil S-400 já é capaz de receber informações não somente dos radares que estão na bateria, mas de outras fontes, como baterias e centros de defesa aérea, satélites e aeronaves de alerta aéreo antecipado.
Gazeta Russa
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