De acordo com o jornal americano “The New York Times”, EUA pedem ajuda à China para bloquear futuros ataques cibernéticos por parte de Pyongyang. Coreia de Norte afirma estar preparada para enfrentar Estados Unidos.
Após o ataque de hackers contra a Sony Pictures, atribuído à Coreia do Norte, os Estados Unidos pediram apoio ao governo chinês para que bloqueie futuros ataques cibernéticos por parte de Pyongyang, informou neste domingo (21/12) o jornal The New York Times.
Segundo o jornal, uma cooperação com Pequim tem importância decisiva, já que praticamente todas as telecomunicações da Coreia do Norte passam pelas redes operadas pela China, escreveu o New York Times, citando um funcionário do governo americano.
No entanto, o jornal informou que ainda não está claro se a China vai prestar ajuda, já que entre Washington e Pequim também existem tensões em torno de ataques cibernéticos.
Em maio último, o Departamento de Justiça dos EUA processou cinco hackers por haver roubado dados importantes de empresas americanas. Esses hackers teriam trabalhado, possivelmente, para os militares chineses.
Obama mais reticente
Após o ataque cibernético e ameaças terroristas contra salas de cinema, a Sony Pictures cancelou a estreia de uma sátira em que dois jornalistas eram contratados para executar um complô de morte contra o líder norte-coreano, que no filme não se chamava Kim Jong-un, mas se parecia exatamente com o atual ditador.
Em entrevista à emissora CNN neste domingo, o presidente americano, Barack Obama, classificou o ataque de “vandalismo” por parte da Coreia do Norte, mas não de “um ato de guerra”. “Eu não acho que foi um ato de guerra, acho que foi um ato de cibervandalismo”. Com vista ao cancelamento da estreia do filme A entrevista, Obama declarou que o ataque teria sido “muito caro”. “Levamos isso muito a sério”, completou.
Na sexta-feira, o presidente americano havia responsabilizado diretamente a Coreia do Norte pelo ciberataque, anunciando “uma resposta adequada ao ataque cibernético”. Neste domingo, Obama mostrou-se mais reticente: “No mundo digital, Estados e atores não estatais têm a capacidade de atrapalhar de todas as maneiras as nossas vidas”, declarou.
Reação norte-coreana
Neste domingo, a Coreia do Norte acirrou o tom contra os EUA. Em Pyongyang, a Comissão de Defesa Nacional advertiu que “as Forças Armadas e a população estão preparadas para um confronto com os EUA em todas as frentes de guerra, inclusive do ciberespaço bélico, para explodir essas cidadelas.”
De acordo com a declaração divulgada em inglês pela mídia estatal norte-coreana, a contramedida se dirige abertamente contra a Casa Branca, o Pentágono e todo o espaço continental dos EUA.
A Coreia do Norte reiterou não ter nenhuma relação com o ciberataque à Sony Pictures. A declaração deste domingo é uma resposta às acusações americanas de que Pyongyang estaria envolvido no ataque cibernético.
CA/dpa/afp
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