A Ucrânia está negando esta informação. No entanto, segundo fontes russas, os documentos relativos a esse míssil balístico intercontinental de pequeno porte teriam sido entregues a um dos países do Sudeste Asiático.
Antes de tudo, notemos que não se deve sobrestimar o valor da documentação em si. O míssil de combustível líquido Kopie não só não foi posto em produção mas também não passou quaisquer testes sérios. Fechado ainda em uma fase inicial, o projeto poderia ser útil apenas no âmbito da União Soviética, um país possuidor do seu próprio potencial na área de desenvolvimento e produção de mísseis balísticos.
Calculava-se que o Kopie deveria se tornar uma arma extremamente perigosa. O conceito de míssil de propelente líquido permitia reduzir o tamanho do engenho, mantendo as mesmas características de alta energia. Ao contrário dos tipos de mísseis anteriores e mais primitivos, o Kopie não tinha que ser abastecido com combustível imediatamente antes do lançamento. O míssil vinha da empresa produtora já com o tanque cheio e se mantinha assim durante toda a sua vida útil. As dimensões reduzidas do lançador automotor simplificavam a camuflagem do sistema e melhoravam a sua capacidade de manobra.
O que mais interessa é a questão de país destinatário ao qual poderia ter sido passada a tecnologia relacionada ao míssil. Estritamente falando, no Sudeste Asiático não há países com programas de mísseis tão avançados que possam aproveitar um projeto similar. Conforme algumas publicações, Mianmar tinha a ambição de criar a sua própria indústria de mísseis. Ajudada pela Coreia do Norte, Myanmar tentou produzir mísseis similares ao Scud, mas é pouco provável que este país seja capaz de assimilar um projeto tão complexo como é o Kopie.
Em termos de mísseis, a única grande potência do Leste Asiático é, grosso modo, a China. No entanto, os chineses ainda na década de 1980 teriam optado principalmente pelo desenvolvimento e a produção de mísseis balísticos de combustível sólido. Apesar de uma certa quantidade de mísseis de propelente líquido, como o DF-5 e DF-4, continuarem servindo no exército, todos os novos projetos chineses de que temos conhecimento são de combustível sólido.
Entre os principais fabricantes de mísseis, só a Rússia está desenvolvendo presentemente novos mísseis balísticos de propelente líquido. Enquanto isso, na Ásia, há uma série de países em desenvolvimento, como a Coreia do Norte, Paquistão e Irã, que estão ativamente envolvidos em criação de mísseis de combustível líquido. A informação sobre o Kopie poderia ser de algum interesse para os referidos países, mas neste caso teriam de empreender enormes esforços para conduzir o projeto até a sua conclusão.
É possível ainda que o usuário final não se encontre no Sudeste Asiático e que se trate apenas de uma empresa intermediária que adquiriu a tecnologia para um terceiro. Em tal caso, a questão sobre onde foi parar definitivamente a documentação permanece em aberto.
Aliás, a possibilidade de vender tecnologias em si não deve provocar nenhuma surpresa. Na atual situação econômica da Ucrânia, com a fraqueza do poder neste país, a venda ou o roubo de informações confidenciais já não parecem ser fantasias.
As agências de inteligência ucranianas e o sistema de controle de exportações no país atingiram uma paralisação completa ainda na década de 1990, o que é evidenciado, em particular, pelos envios de mísseis de cruzeiro de médio alcance X-55 de origem ucraniana para o Irã no início do novo milênio. Na segunda metade da primeira década do século XXI, o salário médio de um funcionário do Serviço de Segurança da Ucrânia era mais de cinco vezes menor do que o do seu homólogo russo. Portanto, o tema de compra à Ucrânia de um quase esquecido projeto do míssil soviético não tem nada de impossível.
Voz da Rússia
Leia mais: http://portuguese.ruvr.ru/news/2015_01_19/A-quem-a-Ucr-nia-vende-tecnologias-de-m-sseis-2621/
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