A coalizão liderada pela Arábia Saudita declarou nesta terça-feira o fim de suas operações militares no Iêmen, quase um mês depois de ter lançado ataques aéreos contra os rebeldes xiitas huthis.
A coalizão “concluiu a Operação Tempestade Decisiva atendendo a um pedido do governo iemenita e do presidente Abd Rabbo Mansour Hadi”, afirmou o brigadeiro-general Ahmed al-Assiri, em um briefing à imprensa em Riad, capital saudita.
Hadi tinha pedido a intervenção da Arábia Saudita diante do avanço dos rebeldes xiitas huthis rumo a Áden (sul), onde estava refugiado, após a queda da capital iemenita, Sanaa.
A Operação Tempestade Decisiva começou em 26 de março e continuará até a meia-noite desta terça-feira.
Segundo um comunicado da coalizão, a próxima fase das operações, denominada “Restaurar a Esperança”, terá como objetivo retomar o processo político no Iêmen, o envio de ajuda e o “combate ao terrorismo” no país, onde atua um ramo sangrento da rede Al-Qaeda.
O Irã comemorou o anúncio do fim das operações militares e o considerou um “passo à frente”.
A decisão de “estabelecer um cessar-fogo e de por fim às mortes de moradores inocentes e indefesos é um passo à frente”, declarou a porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, Marzie Afkham, citada pela agência estatal IRNA.
Os Estados Unidos também saudaram o fim da campanha aérea e reiteraram seu apoio à “retomada de um processo político com a ajuda da ONU e a entrega de ajuda humanitária”.
O ministério saudita da Defesa informou que os ataques aéreos conseguiram “remover, com sucesso, as ameaças à segurança da Arábia Saudita e dos países vizinhos”.
Isto, acrescentou, foi alcançado “destruindo armamento pesado e mísseis balísticos que foram tomados pela milícia huthi e forças aliadas de (o ex-presidente) Ali Abdullah Saleh de bases e campos do exército”.
Mas, apesar do fim das operações aéreas, a coalizão continuará a impor um bloqueio naval ao Iêmen e terá como alvo quaisquer movimentos dos rebeldes huthis.
Horas antes do anúncio do fim das operações sauditas, o Pentágono estudava um leque de opções, enquanto vários de seus navios monitoravam embarcações iranianas suspeitas de transportar armas para os rebeldes huthis no Iêmen, informaram fontes oficiais.
Doze navios de guerra, inclusive o porta-aviões USS Theodore Roosevelt e os navios que o escoltam, foram mobilizados em frente à costa iemenita “em resposta à deterioração da segurança”, disse a jornalistas o porta-voz do Pentágono, coronel Steven Warren.
Warren afirmou, ainda, que os navios de guerra americanos acompanhavam de perto uma frota de nove cargueiros iranianos na região, mas não esclareceu se os interceptariam caso se aproximassem de um porto iemenita.
“Não sabemos o que a frota de navios iranianos planeja fazer, mas os estamos observando”, disse Warren. “Ao termos uma força naval americana na região, mantemos várias opções” abertas, acrescentou.
Até o momento, não houve comunicação com os navios iranianos, disse.
O USS Roosevelt tem uma tripulação de 5.000 homens, além de 60 aviões, três veículos anfíbios e dois navios varredores. Além disso, três navios de abastecimento estão na região para dar apoio às embarcações de combate.
“Estão operando no Mar Arábico e no Golfo de Áden com o claro propósito de garantir que as vias navegáveis sejam mantidas abertas, para garantir liberdade de navegação nestas águas críticas e para garantir que haja segurança marítima”, disse Warren.
Autoridades americanas da Defesa disseram na segunda-feira à AFP que havia suspeitas de que os navios iranianos transportassem armas e equipamentos para serem entregues aos rebeldes huthis. Mas as autoridades sugeriram que era mais provável que os sauditas, os egípcios ou seus aliados interceptassem os navios iranianos, se fosse necessário.
No início do mês, o Conselho de Segurança da ONU impôs um embargo de armas sobre as forças huthis no Iêmen, apoiadas pelo Irã.
Os Estados Unidos declararam que não interviriam militarmente de forma direta contra os huthis, mas deram apoio logístico e de inteligência, inclusive com o reabastecimento aéreo de combustível, à intervenção liderada pelos sauditas.
O Iêmen está mergulhado no caos desde o ano passado, quando os rebeldes huthis tomaram a capital, Sanaa.
AFP
Fonte: Terra
Plano Brasil
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