Essa é uma batalha de tirar o fôlego, realmente bela, e aqueles de nós que estamos na linha de frente, fazendo filmes, escrevendo para ou falando nas ondas de radio das redes anti-imperialismo estamos completamente determinados para dar o nosso melhor, e se necessário, até arriscar as nossas vidas!
As novas redes de televisão poderosas, baseadas na América do Sul, na Rússia, na China e no Irã, estão trancadas naquilo que só pode ser descrito como uma batalha épica contra a propaganda Ocidental onipresente e as redes de doutrinação propagandista.
Alguns de nós estivemos muito perto da morte, nos bairros pobres mais resistentes da África, da Ásia e da América Latina, ou nos campos de batalha, nos cantos do mundo onde quase ninguém realmente se atreve a ir. Confrontamos o Império. Alguns fizeram aquele passo extra, cruzaram a linha invisível, e caíram; nunca mais voltaram. Os outros conseguiram voltar, somente para serem cuspidos por aqueles que nunca saíram do sofá, para não ir “a trilha toda”, para a sobrevivência, para de alguma forma conseguir não morrer.
Exija o seu teleSUR, RT, PressTV, e CCTV!
Por que estou escrevendo isto?
Porque muito já foi feito, muito foi sacrificado! Eu só deixei a América do Sul, e parti do meu continente querido, um continente pelo qual estou lutando, cujas revoluções são também minhas. E embora, desta vez, tenha trabalhado muito febrilmente no Equador, no Brasil, e no Paraguai e brevemente na Argentina e no México, eu percebi que aqui, de todos os lugares, nós – os nossos meios de comunicação – ainda não estão conseguindo influenciar as pessoas tanto quanto esperávamos.
Como pouco de RT, PressTV, CCTV, mesmo Telesur atinge as pessoas comuns, quase toda a distribuição a cabo e por satélite está nas mãos da “oposição” globalizadora.
Mesmo no Equador de Correa, apenas tropecei sobre aqueles canais! A cobertura de notícias de língua inglesa foi totalmente abandonada para a CNN e a FOX! E este foi o caso em todos os hotéis onde eu tinha ficado. Não surpreendentemente, encontrei situação idêntica no Paraguai, e também, surpreendentemente, no Brasil, que é um dos principais países do BRICS.
Imperialista O Globo está, literalmente, em todos os lugares, e as estações de televisão e rádio de orientação oposta estão longe em comparação. A cobertura no idioma Inglês é reduzida a CNN e FOX, em todos os lugares que eu fiquei: São Paulo, Manaus, Belém, Recife, Fortaleza e Salvador na Bahia. Não há Telesur nos principais hotéis onde me hospedei, e nem RT!
Para piorar ainda mais, os gerentes de hotéis que eu solicitei, não faziam idéia alguma do que eu estava falando. RT? CCTV? PressTV? Eu tive que soletrar, anotar e explicar o que são.
Seus programas podem ser vistos em todo o globo, e eles têm vindo a mudar drasticamente a vida de milhões na África, América Latina e Oriente Médio, mesmo em alguns hubs do próprio Império, como Nova York e Londres. As mentiras da demagogia colonialista e imperialista são meticulosamente desafiadas. Aqueles que costumavam ser surdos agora estão sendo claramente ouvidos.
Quando eu estava em trânsito no aeroporto de Lima, Jorge Chavez, a CNN em Espanhol estava radiante pela cobertura de apoio a alguns da “oposição” da Venezuela em greve de fome.
Eu fiz o caminho completo – Convoquei os gestores de topo do aeroporto e alertei-os de que cometiam um ato hostil contra a Venezuela, promovido pelo imperialismo dos EUA que patrocinou tentativas de derrubar um governo democraticamente eleito no país sul-americano. Eu consegui assustá-los. Eles se desculparam (embora eu senti que eles estavam totalmente confusos, sem idéia do que eu estava falando). Eles mudaram o canal imediatamente – a FOX esporte!
Tivemos uma breve conversa sobre RT (eles não tinham qualquer idéia do que era isso), sobre a CCTV (câmeras de circuito em close?) E o PressTV (“press” soava familiar para eles). Eu exigi que eles emitissem TeleSUR em todas as telas colocadas em áreas públicas. Eles responderam que gostariam, mas não é parte do seu pacote básico da TV à cabo! Um deles perguntou se ele vem da Patagônia?
Claro que todos nós sabemos o que está acontecendo. Ouvimos isso milhares de vezes, e escrevemos sobre isso uma e outra vez: as revoluções latino-americanas estão sendo neutralizadas pelas “elites” e pela sua tóxica pró-ocidental, mídia imperialista. Isso tem acontecido na Venezuela desde o início, no Equador e na Bolívia, mas também no Brasil, Chile e Argentina.
O resultado é que as pessoas em nossos países revolucionários sabem quase nada sobre os nossos próprios aliados, incluindo a Rússia, a China, o resto da América do Sul e Irã. E o que eles sabem é exatamente o que é propaganda, o que está sendo divulgado pela mídia ocidental, em todo o mundo. Quase todos os jornais locais estão contando com a EFE, Reuters, AFP, AP e outros fabricantes ocidentais da narrativa “excepcionalista”.
A voz do BRICS quase que totalmente não se ouve, por todas as partes da América Latina. É extremamente alarmante!
E mesmo quando a informação chega através da internet, por blogs do RT e Telesur, os sites não são coordenados de forma eficaz, e como resultado; e comentaristas controversos bem organizados e bem pagos estão fortemente infestando a mídia.
Precisamos que o nosso povo ouça sobre a China diretamente do povo chinês, e não a partir da mídia de propaganda ocidental. Precisamos ouvir os russos se explicarem, agora que eles estão combatendo pesadamente a ofensiva do imperialismo ocidental. Precisamos do Irã falando com nossos telespectadores sobre o Oriente Médio e o povo muçulmano, e precisamos dos sul-africanos nos contando sobre um enorme derramamento de sangue que está ocorrendo em todo o continente Africano, sob as terríveis botas dos neo-colonialistas ocidentais!
Em vez disso, está novamente o Ocidente, dizendo-nos o que pensa sobre o mundo! Até mesmo aqueles da esquerda: Intelectuais latinos americanos ainda confiam muito mais algumas personalidades do extinto ramo pseudo esquerdista na Espanha ou nos Estados Unidos, e a seguir os seus camaradas chineses, russos, iranianos ou africanos! Cuba é mais provavelmente uma exceção.
Precisamos dos nossos aliados falando! Não aqueles que querem dividir para reinar, não aqueles que colonizaram e devoraram o planeta inteiro por muitos séculos. Não aqueles que abandonaram as batalhas sem ter lutado de verdade.
Telesur está fazendo um enorme trabalho, explicando a América Latina para o mundo, e transmitindo onde é possível, para as pessoas em toda a América Latina.
Mas muito mais precisa ser feito! Os grandes meios de comunicação fraternais devem ser promovidos. Ele é imenso; é divertido, e de alta qualidade. RT está ultimamente eclipsando alguns canais de propaganda ocidentais, como BBC e CNN até mesmo nas maiores cidades do Império. PressTV está competindo com sucesso com o big-Gulf-buck, al-Jazeera. CCTV tem mais espectadores do que a japonesa NHK.
Posso assistir Telesur no Líbano, então por que não no Brasil!
El Mercurio tinha formado sua aliança com Comercio e outros como eles. Então, se El Mercurio pode fazê-lo, por que não Telesur, RT, PressTV e outros?
Vamos todos protestar, vamos exigir! Se uma pessoa pede um dia no aeroporto de Quito para assistir a Telesur, eles não vão ouvir. Se dez exigirem, eles teriam de cumprir.
O mesmo acontece com os hotéis! Todo mundo que lê este ensaio: as pessoas, sempre que se hospedarem em qualquer hotel na América Latina que não transmite Telesur em seu “menu”, que não “brinca” com RT, PressTV, CCTV, ser uma praga; exijam! Vamos reclamar!
Caso contrário, nós nunca vamos ganhar esta batalha, este combate ideológico.
Caso contrário, nada vai realmente mudar! Teremos governos progressistas, com certeza (pelo menos por algum tempo), mas as pessoas vão continuar passando pela lavagem cerebral da propaganda imperialista ocidental (chamada de “educação”)! Dirão aos latino-americanos como perceber o seu próprio continente. Os ocidentais continuarão dizendo ao povo chinês como julgar seu próprio país. Serão propagadas ao mundo mentiras sobre a Rússia, e até mesmo alguns do povo russo vão começar a acreditar nelas.
Vamos ajudar os nossos meios de comunicação a competir! Vamos contar nossas próprias histórias. Nós não precisamos de alguém em Londres ou Nova York para definir quem somos!
Nossos canais de televisão são agora muito melhor do que os produzidos no Ocidente. Aqueles que os vêem; aqueles que têm a oportunidade de vê-los, passam a amá-los! O único obstáculo é esse ‘défice’ ridículo criado pelas “elites”, através da distribuição.
Exijam! “Ou você transmite TeleSUR ou desligue a sua operadora à cabo!” Ou: “Dê-nos a RT ou não vamos mais pagar pelo seu satélite!”
E vamos continuar arriscando nossas vidas, trabalhando dia e noite, a fim de dar o nosso melhor, aos queridos telespectadores. Mas, assistam-nos! Insista para que nossas vozes, não apenas aquelas do Império, sejam verdadeiramente ouvidas, “em casa” e em todo o mundo!
Autor: Andre Vltchek
Traduzido para publicação em dinamicaglobal.wordpress.com
Fonte: Global Research.ca
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