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domingo, 23 de agosto de 2015

Letônia: Continua discriminação de russos apesar do discurso de "normalização" do governo

Riga
A Letônia, país membro da OTAN, está interessada na normalização das relações com a Rússia, disse recentemente em pronunciamento o presidente letão Raimonds Vējonis. No entanto, a despeito de sua fala a discriminação contra os cidadãos de etnia russa residentes no país ainda continua.

Raimonds Vējonis argumentou que o mercado russo é muito importante para os empresários do país báltico e que as sanções ocidentais contra Moscou representam um grande desafio para a economia da Letônia como um todo.

Ele também afirmou que seu país está interessado na normalização das relações com o seu vizinho, mas absteve-se de mencionar que a situação das minorias russas residentes lá está longe de ser normal.

Conforme relatado pelo jornal suíço NZZ, cidadãos de etnia russa, que constituem um terço da população da Letônia, são "mal integrados" e expostos à discriminação constante.

Há cerca de 270 mil dos chamados "não-cidadãos" da Letônia, quantidade que representa cerca de 14 porcento de todos os residentes do estado Báltico. Russos compõem 65,6% de todos os não-cidadãos. Estas são as pessoas que "se mudaram para a Letônia durante a ocupação soviética, entre 1940 e 1991, ou foram reassentadas pelas autoridades soviéticas", disse o artigo.

Depois de ganhar sua independência, a cidadania na Letônia foi concedida apenas aos cidadãos e seus descendentes que viviam no país antes de 1940. Cerca de 700.000 pessoas (30 por cento da população) tiveram sua cidadania negada.

O sistema é ainda mais discriminador no que se refere à situação dos filhos de "não-cidadãos" nascidos na Letônia, os quais não recebem automaticamente a cidadania como outras crianças letãs. Os pais devem candidatar-se explicitamente em um procedimento, mas muitas vezes não dão este passo por conta de um "orgulho pessoal".

Não-cidadãos não possuem a cidadania letã nem qualquer outra. Eles não podem votar ou ser eleitos ou exercer determinados cargos oficiais, como nas forças policiais, como procuradores ou notários, segundo escreveu o jornal.

A persistente discriminação contra a etnia russa não parece coincidir com as declarações de autoridades da Letônia sobre sua vontade de normalizar as relações entre os dois países. O fato da Letônia ser receptiva à implantação de equipamentos militares pesados dos EUA em seu território a partir do próximo ano também prova que os políticos do país báltico ainda não estão prontos para aliarem suas palavras à ações.

http://br.sputniknews.com/mundo/20150823/1937524.html#ixzz3jgXXWOAT

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