As articulações que, a partir da premissa do impeachment da presidenta Dilma Roussef, unem setores da cúpula do PSDB a peemedebistas da confiança do vice-presidente da República, Michel Temer, e a partidos que vêm, nas últimas horas, se descolando do governo federal – como o PSC, do ex-candidato à Presidência da República Pastor Everaldo Dias –, já começaram a produzir os primeiros tênues consensos acerca de futuros programas de governo e de nomes a serem considerados para um eventual ministério.
A Pasta da Defesa Nacional não aparece como prioritária em nenhuma dessas conversas – ao contrário da área econômica, do setor de Minas e Energia ou da problemática Previdência Social –, mas também não se afigura um problema.
Os principais projetos das Forças Armadas estão elencados com clareza e, até um ano atrás, vários deles vinham sendo implementados em bom ritmo.
Nesses contatos de bastidor, protagonizados em Brasília à sombra da grande luta política travada entre o presidente da Câmara Federal e o Palácio do Planalto – e debaixo do monitoramento silencioso dos setores da Inteligência Militar –, prevalece o entendimento de que, no Brasil, o ministro da Defesa deva ser, de preferência, um parlamentar com bom traquejo nos trâmites orçamentários.
Uma pessoa capaz de preservar as verbas que, neste momento, movem os pouco mais de 40 programas considerados prioritários pelas três Forças – entre eles o da colocação em órbita de um satélite de comunicações militares, o da construção de submarinos, o programa nuclear da Marinha, a aquisição de caças suecos e de jatos cargueiros Embraer KC-390 pela Força Aérea Brasileira (FAB), e o da renovação dos blindados do Exército.
Nomes – Nas circunstâncias atuais, de forte pressão da mídia pelo afastamento da presidenta, de expectativa pelas manifestações populares anti-governo marcadas para o próximo domingo 16, e da forte possibilidade de novas revelações no âmbito da Operação Lava Jato, há nos bastidores partidários uma intensa troca de ideias acerca de rumos a serem adotados para a recuperação da normalidade política, e dos nomes capazes de conduzir essas mudanças.
O repositório natural de candidatos à Pasta da Defesa é o das comissões de Relações Exteriores e Defesa Nacional das duas Casas do Congresso Nacional: Senado e Câmara. Em uma mudança de atitude inédita, elas vêm deixando em segundo plano o exame das reivindicações salariais dos militares, e se concentrando na necessidade de se evitar que os cortes orçamentários derivados do ajuste fiscal inviabilizem iniciativas estratégicas para a Segurança Nacional, como o Sistema Integrado de Monitoramento de Fronteiras (Sisfron).
Nos últimos dias, os políticos que tem arriscado conjecturar sobre um quadro político sem Dilma lembraram, para substituir o petista Jaques Wagner na Defesa, do ex-presidente da Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional do Senado, senador Ricardo Ferraço (PMDB-ES), e do ex-deputado (e membro da Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional da Câmara) Leonardo Gadelha – paraibano que pertence ao PSC e, ano passado, disputou o cargo de vice-presidente da República na chapa do Pastor Everaldo Dias.
Leonardo Gadelha, ano passado, quando ainda cumpria mandato de deputado federal
Ferraço liderou missões do Congresso brasileiro à Suécia, aos Estados Unidos e à França, para que os parlamentares conhecessem os três modelos de caças que disputavam o programa FX-2, da Aeronáutica. Mas sua intervenção pessoal m tanto espalhafatosa no resgate de um senador boliviano que se encontrava asilado na embaixada do Brasil em La Paz, o desgastou no âmbito do Ministério das Relações Exteriores.
Gadelha, que também participou das viagens relacionadas à concorrência do programa FX-2, é, hoje, professor do curso de Administração da Universidade de Brasília.
Dono de Mestrado em Administração pela Fundação Getúlio Vargas – e de cursos de extensão nas Universidades de Berkeley (Califórnia, EUA), Salamanca (Espanha) e Colônia (Alemanha) –, ele trabalha, ainda hoje, pela ampliação do pólo de indústria naval em seu estado natal.
Mais importante do que isso. Aos 40 anos de idade, exibe um predicado que se afigura cada vez mais importante para um ministro da Defesa que precisa dispensar tempo e energias para atender os compromissos organizados pelos três ramos das Forças Armadas: a juventude.
Ano passado, aos 72 anos de idade, o então ministro da Defesa Celso Amorim, exibia certa dificuldade para cumprir uma agenda que, normalmente, inclui viagens de avião e de helicóptero, embarques em diferentes navios de guerra e cansativas visitações a quartéis. Aos 64, o ministro da Defesa Jaques Wagner tem aguentado “o tranco” com muito mais desenvoltura.
Ministro da Defesa Jaques Wagner no complexo industrial-militar naval de Itaguaí (RJ), onde estão sendo construídos os quatro submarinos brasileiros da classe Scorpène, francesa
Inteligência – Wagner, aliás, não tem decepcionado à frente da Pasta da Defesa.
Ele tem conseguido defender as verbas militares da tesoura da área econômica, e se mostrado um chefe político atento às preocupações e reivindicações dos chefes militares.
Ao contrário de setores mais influenciáveis pelo noticiário da imprensa, a área de Inteligência do Exército não considera que a apreciação das contas da presidenta Dilma Roussef pelo Tribunal de Contas da União (TCU), vá acontecer a curto prazo. E nem que o eventual afastamento de Dilma Roussef represente uma chance automática de o vice-presidente Michel Temer alcançar o posto de primeiro mandatário da nação.
Caso as investigações da Lava Jato concluam de forma incontestável que os desvios de recursos da Petrobras alimentaram a campanha presidencial da chapa Dilma/Temer, os dois precisariam deixar o Poder.
No caso do julgamento das contas do governo de 2014, os ministros do TCU vão recomendar a aprovação ou rejeição desse balanço levando em conta questões delicadas como as chamadas “pedaladas fiscais” – manobra executada pelo governo que redundou no atraso de despesas obrigatórias e de repasses a bancos públicos responsáveis pelo pagamento de benefícios sociais, entre outras medidas.
Os analistas do Exército presumem que o Palácio do Planalto continue empenhado no sentido de adiar, pelo maior prazo possível, o julgamento do TCU – empurrando-o, quem sabe, para o primeiro semestre de 2016.
Plano Brasil
Os abutres fazendo o cerco de quem vai começar primeiro a devorar sua vitima, mas vão cair de seus voos de bico no chão, porque a Lula foi confiado essa missão e nenhum homem terá poder sobre ela de destruir as obras que Deus confiou as mãos de Lula e Dilma, e todo o universo conspira contra a direita reacionária no mundo todo, e o bem vencerá porque tento fé e confiança e sei que será assim!
ResponderExcluirAté quando vão querer tirar o poder de Dilma com desculpas.
ResponderExcluirAté quando vão querer tirar o poder de Dilma com desculpas.
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