O diretor da filial italiana da organização internacional Médicos sem Fronteiras (MSF) Gabriele Eminente não considera que o bombardeio do hospital no Afeganistão tenha ocorrido por acaso.
No sábado (3), às duas horas da madrugada (horário local) um hospital em Kunduz, no norte do Afeganistão, foi atacado. Nele estavam na altura cerca de 200 pessoas. Segundo os últimos dados, morreram 19 pessoas (12 deles eram pessoal médico da MSF, 3 eram crianças) e 37 foram feridas. Mais de 30 desapareceram.
Segundo a agência Reuters, representantes da Força Aérea americanas admitiram que tinham realizado ataques aéreos “perto” do hospital da organização internacional.
No entanto, a MSF disse que alguns meses atrás deram as coordenadas do hospital aos militares americanos, segundo a Reuters.
“Todos sabiam as nossas coordenadas, elas foram comprovadas no início das ações militares. A última mensagem é de 29 de setembro. É a nossa prática habitual: todos devem saber onde trabalhamos e o que fazemos”, disse Gabriele Eminente na entrevista à edição italiana Diritti Globali.
O diretor sublinhou que o hospital foi bombardeado durante uma hora algumas vezes, embora perto haja outros edifícios.
“O avião bombardeava, desaparecia e voltava para outro golpe”, disse Gabriele Eminente.
Agora a MSF está retirando os seus funcionários da cidade de Kunduz, no norte do Afeganistão depois do bombardeio do hospital, disse a representante na organização Kate Stegeman.
“O hospital dos Médicos sem Fronteiras em Kunduz deixou de funcionar. Alguns dos nossos funcionários trabalham em dois outros hospitais para onde foram levados os feridos”.
Ontem a organização afirmou que o bombardeio pode pôr ao perigo toda a atividade humanitária no Afeganistão.
No entanto, a organização não pretende suspender a sua atividade no Afeganistão.
Por enquanto, Washington está realizando uma investigação.
“A Secretaria da Defesa iniciou uma investigação aprofundada e vamos esperar por resultados antes de tirar conclusões quanto às circunstâncias da tragédia”, disse no sábado (3) à noite o presidente americano Barack Obama.
O líder americano também transmitiu as suas condolências às famílias dos mortos e feridos em resultado do bombardeio e assinalou que os EUA continuarão apoiando as autoridades afegãs na área da segurança.
http://br.sputniknews.com/mundo/20151004/2319551/bombardeio-hospital-afegao-nao-acidente.html#ixzz3ndCndDsi
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