(14-11-2015) Menos de 24 horas depois dos atentados em Paris de 13 de novembro, vários líderes desde o Frente Nacional até o Partido Socialista, apelaram ao Ministério de Exteriores, pararevisar suas relações com Rússia, Síria, Turquia, Qatar e a Arábia Saudita. Uma chamada que repetiram os ex-primeiros ministros da França, François Fillon e Alain Juppé.
Embora a maioria dos políticos ainda esteja marcada pelo horror do que sucedeu, alguns não duvidam em ver nos fatos uma confirmação das posições que defendem desde há vários meses. Os partidários de um acercamento a Rússia e ao governo de Damasco fazem ouvis suas vozes e chamam ao governo a tirar conclusões da tragédia.
Embora a maioria dos políticos ainda esteja marcada pelo horror do que sucedeu, alguns não duvidam em ver nos fatos uma confirmação das posições que defendem desde há vários meses. Os partidários de um acercamento a Rússia e ao governo de Damasco fazem ouvis suas vozes e chamam ao governo a tirar conclusões da tragédia.
“Necessitamos que a França revise sua política exterior, sobretudo com a Síria. Creio que fizemos uma política equivocada: hoje, quem combate a jihad e o estado islâmico, está em Damasco, com o apoio dos iranianos e Rússia“, disse o deputado Jacques Myard [deputado dos Republicanos, o novo nome do partido de Sarkozy). Entrevistado pelo canal Russia Today , insistiu: “Inclusive se Bashar Assad não é um santo, deve-se escolher entre o mal menor (…). O inimigo da França é hoje o Estado Islâmico, os jihadistas da Al-Qaeda, e não o Sr. Assad”. O deputado a: “Não podemos continuar tendo fronteiras totalmente porosas com uma ilusão de que o controle está nas fronteiras exteriores” e criticou as normas de circulação no espaço Schengen.
Jacques Myard é defensor da aproximação entre Damasco e Paris, e visitou a Síria em fevereiro, em contra da opinião da presidencia francesa.
Sua opinião é totalmente compartilhada pelo deputado Jean-Frédéric Poisson [do Partido Democrata Cristão] quem visitou a Síria em outubro deste ano, e continua sendo um dos mais firmes partidários de Damasco na Assembléia francesa. “Estas críticas à política do Ministério de Relações Exteriores não são prematuras, já que desafortunadamente a diplomacia atual não produziu resultados: o Estado Islâmico prossegue seu desenvolvimento na Síria. Estamos em guerra como disse o presidente, e se requer recursos necessários para implementar e revisar nossos convênios”.
“Devemos estar mais próximos dos que lutam todos os dias contra o Estado Islâmico” defende o deputado do Partido Democrata Cristão (PDC). Perguntado sobre as boas relações de Paris com a Arábia Saudita, Turquia e Qatar, o deputado respondeu: “Agora está claro que estes países, entre eles Arábia Saudita estão financiando muitas células [terroristas] ,principalmente wahabitas. Estes países devem romper a ambiguidade. Não sei se se deve cortar laços ou aplicar sanções imediatas, mas ao menos deve ser exigido esclarecimentos”.
Em um vídeo publicado no sábado, o deputado Bruno Le Maire [ex-ministro no governo de Sarkozy] também pediu a revisão das relações com as potências do Golfo e a restauração das relações com Damasco e Moscou. Uma posição que defende há meses.
Posições comuns desde o Frente Nacional ao Partido Socialista
Uma posição similar manifestou Marine Le Pen em seu breve discurso deste sábado. Na vanguarda das medidas de emergência exigidas pela deputada do Frente Nacional também se inclui a reorientação da política exterior francesa.
“França deve, finalmente, identificar quais são seus aliados e seus inimigos. Seus inimigos, são estes países que têm relações afetuosas com o Islã radical. Também os países que têm uma atitude ambigua com os negócios dos terroristas. Todos os que os combatem são os aliados da França e devem ser tratados como tal” disse a presidenta do Frente Nacional.
Considerações que compartem no Partido Socialista. Entrevistada pelo jornal La Montagne, Odile Saugues, Vice-presidenta da Comissão de Assuntos Exteriores na Assembléia Nacional se pronunciou “à favor de uma solução militar na Síria, e creio que acima de tudo uma solução política”. “Deve-se falar com o Irã e Rússia”, argumentou a deputada socialista. Segundo ela, para conseguir, “temos que estar de acordo e enviar combatentes sobre o terreno, a mobilização de todas as forças que podem ser deslocadas numa operação militar planejada”. “Lamento que não tomássemos em conta, desde o princípio, a importância dos sócios iranianos e russos nesta região. O problema de Bashar Al Assad, já se resolverá depois. Por agora, temos que colocar fim aos ataques do ISIS” insiste a Vice-presidenta da Comissão de Assuntos Exteriores.
Gérard Bapt, deputado socialista tinha visitado Síria em fevereiro. É presidente do Grupo Parlamentar de Amizade França-Síria e lamenta não ter sido ouvido pelo Ministério do Interior. “A meu regresso da Síria, contactei com o governo dizendo que a Síria está disposta a cooperar no campo da informação, se estamos de acordo em reabrir sua embaixada em Paris. Hoje vemos que esta cooperação poderia ser de maior interesse (…) Temos que parar este ostracismo em relação à Síria que se transformou em insustentável. Chegou o momento de levantar os fortes bloqueios do Ministério de Exteriores.”
Os ex-primeiros ministros Juppé e Fillon pedem uma nova estratégia no Oriente Médio
Convidado para a edição especial de 20 horas da emissora pública TF1 no sábado pela noite, o ex-primeiro ministro, Francois Fillon, insistiu seu desejo de “mobilizar a mais ampla coalizão global possível” e colocar em marcha uma “operação militar” para “erradicar o Estado Islâmico “. “Não estamos em guerra desde ontem senão desde o mês de janeiro, que lançamos operações militares contra o Estado islâmico. Minha conclusão é se se você faz uma guerra é para ganhá-la“, lançou.
Antes de pedir ao Executivo que “se deixe de ter ataques de histeria com a Rússia”, assinalou que ”entendemos que devemos trabalhar com o Irã e inclusive aceitar – ao mesmo tempo – alguma cooperação com o governo sírio.”
Sobre a Síria, Juppé muda de posição
Alain Juppé explicou na noite do sábado no platô 20H da emissora France 2. “É essencial aclarar os objetivos da coalizão internacional que combate o Estado Islâmico na Síria e Iraque – disse o ex-ministro de Relações Exteriores – porque sua ação até agora é “ineficaz”.
”Eu estava na linha do governo, de nem ISIS nem Bashar”, disse, sublinhando que ele tinha mudado. “Hoje em dia há hierarquias, há prioridades, devemos acabar com o ISIS. Logo veremos como organizar a reconciliação dos sírios ao mudar de equipes em Damasco “.
”Eu estava na linha do governo, de nem ISIS nem Bashar”, disse, sublinhando que ele tinha mudado. “Hoje em dia há hierarquias, há prioridades, devemos acabar com o ISIS. Logo veremos como organizar a reconciliação dos sírios ao mudar de equipes em Damasco “.
Fonte: lefigaro.fr, visto em: pajarorojo.com.ar
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Comentário do blog Caminho Alternativo
Os franceses tomaram vergonha na cara e vão deixar de ser fantoches dos anglo-sionistas de Washington, Londres e Tel Aviv?
Putin acaba de ordenar que as forças russas na Síria se juntem com os aviões franceses para atacar o ISIS e o Pentágono sinaliza disposição para ajudar. EUA e França enviaram porta-aviões para a região.
É bom ficar atento com o que os EUA, Israel e OTAN pretendem fazer no Oriente Médio, pois somente os russos possuem permissão do governo sírio para atuar em seu território.
Vale lembrar que o objetivo do eixo sionista sempre foi atacar a Síria e derrubar Assad, não vão desistir fácilmente.
Caminho Alternativo
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