Palestina – Para secretário-geral da ONU, violência por parte de palestinos é resultado de ‘frustração’; Netanyahu reagiu afirmando que comentários ‘encorajam o terror’.
O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, criticou Israel por continuar a construir assentamentos em territórios palestinos ocupados, dizendo que a iniciativa é uma “afronta ao povo palestino e à comunidade internacional”. As declarações foram feitas durante reunião do Conselho de Segurança da organização na terça-feira (27/01). Em resposta, o premiê israelense, Benjamin Netanyahu, acusou o chefe das Nações Unidas de “encorajar o terror”.
Ban também questionou o comprometimento de Israel em chegar a uma solução para dois Estados, alegando que a violência provocada por palestinos é resultado de “frustração”.
“A frustração palestina está crescendo sob o peso de meio século de ocupação e de paralisação do processo de paz”, disse Ban. “Apenas medidas de segurança [na Cisjordânia] não irão acabar com a violência. Elas não conseguem tratar do profundo senso de alienação e desespero que incita alguns palestinos — especialmente jovens”, argumentou o secretário-geral.
Ban Ki-moon também condenou os recentes casos de esfaqueamentos de israelenses por parte de palestinos, mas disse ser “da natureza humana reagir à ocupação, que geralmente serve como uma incubadora potente para o ódio e o extremismo”.
O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, condenou o posicionamento de Ban, afirmando que seus comentários “encorajam o terror”. O premiê ainda acrescentou que a ONU perdeu “sua neutralidade e poder moral”.
“Não há justificativa para o terror. Aqueles palestinos que matam não querem construir um Estado, querem destruir um Estado e dizem isso abertamente”, disse Netanyahu em declaração oficial.
“Eles querem matar judeus por serem judeus e dizem isso abertamente. Eles não matam pela paz e não matam pelos direitos humanos”, concluiu ele.
A embaixadora dos EUA na ONU, Samantha Power, afirmou durante a reunião do Conselho de Segurança da organização, cujo tema era o Oriente Médio, que Washington também se opõe à expansão dos assentamentos. “As medidas tomadas com o objetivo de avançar o programa de assentamentos israelense são fundamentalmente incompatíveis com a solução de dois Estados e levantam questionamentos legítimos sobre as intenções a longo prazo de Israel”, declarou a diplomata.
Israel aprovou na última semana a construção de 153 casas em assentamentos judaicos na Cisjordânia, quebrando um período de dois anos sem a aprovação de construções em território palestino ocupado.
Nas últimas semanas, Netanyahu e seu governo de direita têm sido criticados por várias organizações e diplomatas internacionais pela crescente opressão contra palestinos. A União Europeia, a ministra de Relações Exteriores da Suécia, Margot Wallström, e o embaixador dos EUA – principal aliado de Israel – no país, Dan Shapiro, fizeram declarações recentemente condenando as políticas do primeiro-ministro israelense em relação a palestinos, como a lentidão da Justiça nos casos de agressão de israelenses contra palestinos e a expansão dos assentamentos judaicos em território palestino, ilegais perante a lei internacional.
Israelenses e palestinos vivem uma nova onda de violência desde outubro do ano passado, com ataques a faca de palestinos contra israelenses, que por sua vez reagem matando os suspeitos das agressões. Mais de 155 palestinos, 28 israelenses, um americano e um eritreio morreram desde então.
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