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sexta-feira, 8 de janeiro de 2016

ESPECIAL: Marinha e DCNS selecionam empresa gaúcha para fornecer as válvulas de casco dos submarinos previstos no PROSUB

SubmarinoMaquete do “Álvaro Alberto”, primeiro submarino brasileiro movido a energia nuclear

Por Roberto Lopes*

A Marinha do Brasil aprovou, no final do ano passado, o projeto candidato a fornecer as válvulas de casco dos submarinos previstos no programa de nacionalização do Programa de Desenvolvimentos de Submarinos (PROSUB).

O projeto selecionado foi o da empresa gaúcha Micromazza, do município de Vila Flores, que atua no desenvolvimento de projeto de válvulas com índice de conteúdo nacional próximo a 100%.

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A equipe da Micromazza apresenta alguns de seus produtos

A Micromazza foi escolhida por atender os requerimentos de um plano original da empresa francesa DCNS, responsável pela transferência de tecnologia no âmbito do PROSUB.

Agora a capacitação dos técnicos da Micromazza será feita por meio de um treinamento especial que acontecerá em duas etapas: a primeira a ser realizada na França, nas dependências da companhia Issartel, e a segunda na própria sede da Micromazza.

A realização deste empreendimento representa um avanço tecnológico e abre as portas para a fabricação, no território nacional, de válvulas de casco dedicadas a submarinos e a navios de superfície, contribuindo para a consolidação da Base Industrial de Defesa brasileira.

Petrobras – A produção por empresas brasileiras de peças, equipamentos, materiais e sistemas que façam parte do pacote de Material Nacional dos Submarinos Convencionais previstos no PROSUB, permite que, ao final do processo de nacionalização, elas sejam capazes de produzir componentes de forma independente e autônoma. Muitos desses itens têm uso dual, podendo ser empregados em outros setores da indústria.

O grupo Micromazza fabrica válvulas de uso naval na sua unidade Wenmazza, de 7.400 m² de área construída, em um perímetro de 100.000 m² de Vila Flores.

A empresa começou a funcionar em 2005 com o objetivo de incorporar tecnologia e novos produtos ao segmento de peças para as indústrias de óleo e gás, química e petroquímica, e papel e celulose. Logo no ano seguinte a Wenmazza obteve a certificação de fornecedora da Petrobras.

Caixa de mar – No final do mês de agosto de 2013, o grupo Micromazza recebeu a visita de uma equipe de oficiais da Coordenadoria-geral do Programa de Desenvolvimento de Submarino com Propulsão Nuclear (COGESN), que contratara a empresa francesa DCNS para assisti-la no desenvolvimento do Álvaro Alberto, primeiro submarino atômico brasileiro – cuja entrega à Marinha está prevista para a metade final da próxima década.
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A visita dos oficiais da Marinha à Micromazza, em agosto de 2013: ao centro (de suéter) está o contra-almirante Neves

O grupo de visitantes era formado pelo contra-almirante Engenheiro Naval Sydnei dos Santos Neves, então gerente do COGESN, pelo capitão-de-mar-e-guerra João Domingos Talon, gerente de nacionalização do programa de construção dos submarinos convencionais enquadrados pelo PROSUB, e o capitão de corveta (EN) Marcelo Raposo Ribeiro.

A negociação para que a Micromazza pudesse figurar como participante desse projeto, teve início no começo daquele ano.

Especialistas da DCNS realizaram uma auditoria e elaboraram um relatório acerca da qualificação da companhia gaúcha para o fornecimento das caixas de mar dos cinco submarinos – quatro convencionais classe Scorpène e um nuclear – a serem construídos no complexo industrial-militar de Itaguaí (RJ).

A caixa de mar é uma abertura feita no casco de uma embarcação, abaixo da linha de flutuação, destinada a suprir água do mar para os condensadores, bombas e outros equipamentos a bordo.

Admitida no navio por essa “caixa”, a água segue, através de redes de condutos e de válvulas, até filtros de proteção.

A caixa de mar também é usada para descarregar água dos vários sistemas do navio. Sua estrutura é fundida ou montada, possuindo meios de fixação. A empresa gaúcha Micromazza enxergou no serviço para a Marinha do Brasil a oportunidade de obter visibilidade na área de defesa mundial, como fornecedora certificada pelo grupo DCNS.

*Com informações do Centro de Comunicação Social da Marinha e do site da Micromazza.

Plano Brasil

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