Centro da cidade de Trípoli
Três meses antes do início da guerra da guerra de ocupação da Líbia, ao percorrer de carro a distância entre o aeroporto e o hotel em Trípoli onde ficaria hospedado ao lado de outros companheiros latino-americanos, observei diversos edifícios novos, com arquitetura modernista e arrojada. Eram vários edifícios, imensas construções nas principais ruas e avenidas de Trípoli.
Ainda no aeroporto, pude ver as construções do novo aeroporto de Trípoli, que viria a ser o aeroporto mais bonito e mais moderno do mundo, construído por uma construtora brasileira, não fossem as bombas da OTAN a serviço dos estados Unidos da América que abortaram a construção. Falei com o nosso motorista que no prazo de um ano havia muitas construções na cidade, que não parecia a mesma cidade de um ano atrás.
O jovem motorista, geralmente um voluntário dos Comitês Revolucionários, disse que não era por acaso. Que havia uma decisão do governo de investir pesado em construção civil e turismo. Disse que muitas empreiteiras estrangeiras estavam investindo em Trípoli, construindo grandes projetos urbanísticos que modificariam a cidade nos próximos anos, fazendo com que Trípoli rivalizasse com Dubai em termos de beleza e destino turístico. A ideia poderia parecer um pouco exagerada, mas fazia sentido, afinal, Trípoli estava muito mais próxima dos europeus, há apenas 1 ou 2 horas da Itália, fazendo com que os turistas europeus economizassem no transporte aéreo ou marítimo. E as belezas naturais de Trípoli são muito superiores às de Dubai. Ao saber dessa decisão do governo líbio, com certeza as monarquias árabes manifestaram preocupação. A capital da Líbia tem todos os atributos e belezas naturais necessárias. Infraestrutura moderna, saneamento, água potável do Grande Rio Verde, belíssimas praias, sítios arqueológicos inexplorados ou conservados, segurança, e o melhor IDEH do continente africano.
Saif al Islam Kadafi, idealizador do Projeto Montanha Verde. Hoje está preso em condições desumanas e sem direito a defesa
Meses antes Saif al Islam Kadafi havia apresentado a investidores europeus um megaprojeto turístico chamado Projeto Montanha Verde, um projeto futurista que colocaria a Líbia em primeiro lugar nos destinos turísticos entre os países árabes, aproveitando as ruínas romanas da cidade de Cirene, além de outros espaços balneários onde os imperadores romanos passavam as férias séculos atrás, desfrutando das melhores praias do continente.
As monarquias árabes ficaram preocupadas com os novos projetos da Jamahiriya Árabe Popular Socialista Líbia, afinal, como os Estados Unidos da América permitiriam que um país considerado inimigo dos imperialistas e sionistas lucrasse com a indústria de turismo em um mundo unipolar? Não eram eles, os Estados Unidos da América, os donos do mundo? Como poderiam permitir que um país inimigo vencesse a guerra pelo turismo no mundo árabe? Este foi mais um dos motivos que levaram o governo dos Estados Unidos da América a arquitetar a guerra para destruir a Líbia e assassinar seu líder, Muamar Kadafi.
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Este texto é parte do livro que está sendo escrito por José Gil sobre a Líbia kadafista.
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