O porta-voz do presidente russo Vladimir Putin, Dmítri Péskov, em conversa com repórteres, comentou o pedido recebido pelo chefe de Estado da Federação Russa, para que respondesse a uma lista de perguntas provocativas, encaminhada por um "Request Thread - Consórcio Internacional de Jornalismo Investigativo" (sic). O Kremlin respondeu que não tomaria conhecimento das perguntas, propostas em estilo de Inquisição.
"Do nosso ponto de vista, algumas ONGs e serviços de inteligência estrangeiros, bem como alguns meios de comunicação já se intrometeram na campanha eleitoral em nosso país – que ainda nem começou!", disse Dmítrii Péskov.
Para o presidente Putin, "são sempre os mesmos, com supostas 'políticas', que não passam de recursos e métodos criminosos para desacreditar o governo".
O Kremlin já se prepara para uma onda de artigos difamatórios esperados para futuro próximo a serem publicados na França, na Alemanha e nos EUA.
"Esses artigos falam da vida pessoal do presidente Putin, com informações que visam a expor a família do presidente, amigos de infância – Rotenberg, Kovalchúk –, falam de empresas offshore das quais ninguém aqui jamais ouviu falar, de grande número de empresários que Vladimir Putin não conhece – disse o secretário de Imprensa do presidente Putin.
De acordo com ele, o Kremlin decidiu divulgar especificamente esse pedido que recebeu de 'jornalistas', pois acredita que absolutamente não se trata nem de algum tipo de 'jornalismo investigativo' nem de jornalistas, mas de um ataque de guerra de informação dissimulado como se fosse 'jornalismo'.
O próprio Dmitry Peskov, exemplificou com algumas das perguntas: "É verdade que o volume acumulado de seu patrimônio chega a mais de $ 40 bilhões?", "É verdade que você é proprietário de mansões e iates?" "Que jornalismo faria tais perguntas?" -- perguntou ele.
[Ah, mas é que o Kremlin não conhece o Augusto Nunes! :-D)))]
O secretário de imprensa do governo Putin comentou também que algumas perguntas envolvem um amigo do presidente, Serguéi Roldúguin. Como, por exemplo: "É verdade que vocês, quando jovens, passavam bom tempo juntos nas ruas de Leningrado, cantando, bebendo, e, periodicamente, metiam-se em brigas?"
Fato é que a equipe desse" Consórcio Internacional de Jornalismo Investigativo" encontraria muitas dessas respostas na biografia de Vladimir Putin, de domínio público. Por exemplo, no livro "A partir da primeira pessoa". Ali, em conversas com o presidente, citam-se palavras de Serguéi Roldúguin, das vezes que viu Vladimir Putin repelir desordeiros bêbados.
O próprio presidente, em entrevista recente, lembrou-se de brigas na juventude e dos tempos difíceis da infância em Leningrado: “Há 50 anos, as ruas de Leningrado ensinaram-me uma lição: se a briga é inevitável, ataque primeiro.”
Dmitri Péskov, comentou que o serviço de imprensa não responderá o tal questionário, pois muitas das perguntas já foram respondidas, muitas pelo próprio presidente Putin.
O secretário de imprensa do presidente Putin disse que, no caso de publicação que veicule ofensas ou notícias difamantes, o governo russo tomará as medidas legais cabíveis. Dmitri Péskov também comentou que esse tipo de reação firme contra ações mal-intencionadas da mídia não é rotina do Kremlin, "mas às vezes é absolutamente necessária".
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