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terça-feira, 14 de junho de 2016

5 RAZÕES QUE FIZERAM WASHINGTON DECIDIR IR À GUERRA CONTRA A RÚSSIA.

Deve-se esperar que Washington suba a aposta – confronto direto com a Rússia mediante os lacaios dos norte-americanos reunidos na OTAN.
Parece até que já está escrito no muro – Washington e seu sindicato de estenógrafos (mais conhecido como “mídia-empresa ocidental dominante”) estão ligados e estrategicamente posicionados. O Partido da Guerra tem ascendência e a janela de oportunidade está escancarada, embora se vá fechando devagar. O desejo longamente acalentado de domar a Rússia está agora no estágio final.

O “Excepcionalismo Norte-americano” tem de submeter toda e qualquer ameaça, real ou imaginada. Importante, ameaças fantasmas geradas intencionalmente recebem máxima atenção e máximo espaço na mídia. A Rússia está nessa categoria. As razões são patentemente óbvias:

A Rússia recusa-se a morder a isca. Desde o conflito apoiado à distância na Ossetia do Sul em 2008, à mudança forçada de regime em Kiev em 2014, e à defesa da soberania da Síria em sua luta contra terroristas apoiados pelo ocidente, a Rússia não cedeu um palmo de terreno e defendeu-se contra todas as maquinações inspiradas pelo ocidente. Naqueles três casos, fracassou a tentativa de Washington de arrastar Moscou para o confronto. De fato, o ocidente foi o lado perdedor em cada uma dessas manobras de política exterior: as três manobras acabaram em fiasco.

Resultado: deve-se esperar que Washington suba a aposta – confronto direto com a Rússia mediante os lacaios dos norte-americanos reunidos na OTAN.

As sanções do ocidente contra a Rússia também falharam: sanções que o ocidente impôs para tentar controlar o “comportamento” russo tiveram o impacto oposto. Passo-a-passo – sem chamar a atenção – a Rússia liquidou 30% de sua dívida externa em apenas dois anos. A substituição de importações continuou a passos largos, deixando estagnados vários mercados europeus, sem se ver alívio à vista, ou em pouco tempo. Claro que as sanções contra o setor bancário geraram muita dor. Mas também tiveram seu lado bom: as empresas russas estão em pleno processo de se retirarem dos setores financeiros ocidentais mais tóxicos. Quando a próxima bolha estourar, a Rússia estará a salvo de grande parte do dano que os EUA exportarão para todo o sistema financeiro global.

Resultado: Deve-se esperar mais e mais circos falsificados inspirados por mídia-empresas tipo os “Panama Papers”, tentando desacreditar finanças e empresas russas.

Ninguém que humilhe o Império se safará sem castigo: Washington e aliados não têm o hábito de receber um “não” como resposta, e não reagir. A ferro e fogo, o “Consenso de Washington” praticamente sempre consegue o que quer, à sua maneira. Quando há voz discordante, mobilizam-se vastos recursos para dobrá-la e silenciar e destruir a contestação. E a Rússia é a quintessência em matéria de Potência Contestatária no mundo Washington-cêntrico.

A Rússia já muitas vezes defendeu-se e se defenderá contra a aliança da OTAN que rasteja para perto de suas fronteiras; responderá adequadamente ao sistema de mísseis de defesa plantado para atacar suas capacidades nucleares (que existem para conter Washington e seus aliados da OTAN), defenderá a própria soberania e a soberania de outros países (como da Síria, se Moscou tiver os recursos); exigirá tratamento igualitário nos mercados mundiais de energia, e não se fará de cega ante o vício pervertido de Washington para forçar mudanças ilegais de regime em todo o mundo.

Resultado: Devemos esperar que o ocidente invente uma crise num dos Estados do Báltico. Apesar de muitos russos étnicos enfrentarem discriminação e miséria naqueles estados, muito russos vivem ali, sim, vida estável. Há zero prova de que desejem que aquela sua vida mude. Mas que ninguém jamais subestime a capacidade de Washington para gerar medo, terror, pânico!

Aqueles malditos russos recusam-se a deixarem-se isolar! Repete-se e repete-se incansavelmente que a Rússia estaria internacionalmente isolada. Mas ninguém vê o tal isolamento, se não por ter deixado de ser convidada para reuniões do G8. Mas ter sido excluída desse grupo foi, para a Rússia, uma bênção! Agora lá estão os G7 países que mais mal fazem ao mundo e mais sofrimentos geram para toda a humanidade.
Por falar nisso, quantas vezes o ministro Lavrov das Relações Exteriores da Rússia visita Washington? Interessante! Porque a impressão que se tem é que o secretário de Estado dos EUA mora no avião que, praticamente todas as semanas, o leva a Moscou para reuniões com Lavrov e/ou Putin.

Incontáveis vezes Moscou já propôs sua solução para a questão síria. É Washington que não tem estômago para enfrentar a derrota naquela luta (por mais que a derrota na Síria esteja ali, na cara de Washington, olho no olho, há anos). Historiadores futuros escreverão livros sobre como o “Consenso de Washington” se autoisolou, ilhado, num mundo que passava por transições incríveis.
Resultado: Washington continuará na sua abordagem de “quanto pior, melhor” para a Síria e o Oriente Médio, e sempre culpando a Rússia. Mas não foi a Rússia quem destruiu o Oriente Médio e desencadeou vastíssima crise de emigrados/refugiados. A Europa continuará a pagar alto preço por intrometer-se, intromissão cruel e sem sentido. De quem é a culpa? Da Rússia, claro.

Autoritarismo de Putin, ou Putin celebridade global inventada pelo ‘ocidente’, como se fosse cantor de rock? O fato simples é que não há nenhuma oposição nem política, nem social, nem de movimentos de base, interessada em iniciar levante popular para derrubar algum odiado “regime Putin”. A suposta oposição rebelde contra o establishment político atual é pura fantasia da mídia-empresa ocidental. Putin é muitíssimo popular e respeitado, embora, claro, haja os que falam abertamente contra o presidente russo. Normal. O que haveria de extraordinário nisso? Fato é que Washington & Co. ajudaram muito a fazer subir a aprovação a Putin, nas pesquisas de opinião.

Depois de dois anos de dura recessão na Rússia, não se vê sinal algum de que Putin seja objeto de críticas, ou de que seja considerado culpado pelas dificuldades. O fato de não ter se rendido ao ocidente lançou a avaliação do presidente, pelo povo russo, a patamares estratosféricos. Ainda mais importante para a maioria dos russos, o país voltou ao cenário mundial como potência orgulhosa que defende seus próprios interesses e a lei internacional. O crédito vai para Putin.

Resultado: Depois que o ocidente chama alguém de Hitler, não há como voltar atrás. A demonização continuará. Os resultados dessa política, já se sabe, são perigosos e contraproducentes.

Autor: Peter Lavelle
Traduzido para publicação em dinamicaglobal.wordpress.com

Fonte: The Saler.is

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