Por Roberto Lopes
A Força Aérea da Índia irá ativar, nesta sexta-feira (01.07), o primeiro esquadrão equipado com a aeronave leve de combate (LCA na sigla em inglês) Tejas, em meio a uma polêmica acerca dos reais préstimos que essa aeronave está pronta a demonstrar.
A unidade será instalada na base aérea de Bangalore, com dois caças monoplace (de um só lugar) da versão Mark.1. Ela irá reviver o Esquadrão Nº 45 “Punhais Voadores” – Flying Daggers – que, em 1999, dotado de aeronaves russas Mig-21, protagonizou o último episódio de um combate ar-ar, abatendo um bimotor de reconhecimento Atlantique, da Força Aérea do Paquistão, que sobrevoava a região de Rann Kutch.
Mig-21 do Esquadrão “Flying Daggers”
Em 2002 os Flying Daggers foram desativados devido à completa obsolescência do equipamento Mig. Atualmente a Aviação de Caça indiana possui, entre as suas 42 unidades de combate, ao menos uma dezena de unidades mobiliadas com aeronaves que já ultrapassaram o seu tempo de vida útil, ou podem ser consideradas claramente antiquadas.
O esquadrão de Bangalore terá 18 aeronaves – 16 monoplaces e duas biplaces –, mas só estará completo em 2019.
Nacionalização – O programa LCA, de um caça ligeiro construído na Índia, foi iniciado em um já distante ano de 1973.
A Organização para a Pesquisa e o Desenvolvimento de Defesa do governo indiano (DRDO na sigla em inglês) afirma que 70% dos componentes do jato são de fabricação indiana, mas um relatório recente – de maio passado –, que circula entre as autoridades indianas, informa que não foi possível encontrar na aeronave um índice de nacionalização superior a 35%…
O governo de Nova Déli já deu mais de um indicativo acerca de seu convencimento de que o Tejas está aquém do que se esperava do projeto, mas a substituição dos aviões de combate obsoletos parece ser mais urgente do que as considerações sobre eventuais lacunas técnicas que o LCA não conseguiu preencher.
Em janeiro de 2015, quando o ministro da Defesa indiano Manohar Parrikar entregou o primeiro Tejas ao Comandante de sua Aviação Militar, Marechal do Ar Arup Raha, a DRDO previu que o avião receberia o seu certificado operacional final (FOC na sigla em inglês) em dezembro daquele ano. Mas isso não aconteceu.
Os dois primeiros jatos dos Flying Daggers começarão a operar com o “certificado operacional inicial” (COI na sigla em inglês), que obtiveram em 2013.
O Tejas Mark.1 na decolagem
Limitações – De acordo com o jornal indiano Telegraph, da cidade de Calcutá, a diferença entre as duas qualificações está no poder de fogo e nos aviônicos do modelo Tejas Mak.1.
Os militares indianos queriam caças Tejas equipados com radar AESA – que possibilita ao piloto enxergar seus targets a uma distância muito maior, acompanhando vários desses alvos de forma simultânea –, e armados com mísseis tipo BVR (Beyond Visual Range), capazes de alcançar seus alvos em ângulos de até 28º.
A DRDO agora assegura que o FOC do Tejas será aprovado até dezembro deste ano. Os aviadores militares seguem com dúvidas sobre essa previsão, mas receberam ordens de não rebatê-la.
Os pilotos também esperam um mínimo de quatro Tejas na versão biplace, mas já foram informados de que apenas dois se encontram na linha de produção.
Os indianos que voaram os Tejas descrevem a aeronave como uma “plataforma muito boa, muito melhor do que o MiG-21 que está substituindo”, mas também acrescentam: ele “vai ficar melhor à medida que lhes adicionamos dentes” – uma frase que resume certa frustração com a limitada capacidade de combate do novo aparelho.
O LCA Tejas alcança a velocidade máxima de 1.350 km/h – cerca de 1,4 vezes a velocidade do som –, e pode lançar bombas aéreas de 500 kg e de mil libras, e disparar mísseis ar-ar de curto e médio alcances, mas esse potencial é visto como algo já ultrapassado, que representou a modernidade na guerra aérea 20 anos atrás…
Plano Brasil
2 cor 3,5 "nossa capacidade vem de Deus", jatos contrailizando os céus.
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