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sexta-feira, 3 de junho de 2016

Gazprom contorna sanções com ajuda de navio de US$ 1 bilhão


Tecnologia rara, colocação de tubos russos era feita exclusivamente por estrangeiros Foto:Aleksêi Kudenko/RIA Nôvosti

Navio de colocação de tubos reduz dependência tecnológica em relação a EUA e UE. Suporte na instalação do novo gasoduto Nord Stream-2 será primeira missão do veículo.

A Gazprom, segunda maior petrolífera da Rússia, confirmou o recebimento de um novo navio, intitulado “Akademik Tchérski”, que permitirá à empresa construir gasodutos no mar, ignorando as sanções internacionais impostas por Estados Unidos e União Europeia. Até então, o país contratava fornecedores estrangeiros para realizar esse trabalho.


“A Gazprom construiu um navio para realizar obras e o assentamento de tubulação no mar. Há agora uma oportunidade para a Gazprom”, disse o vice-presidente da petrolífera, Vitáli Markelov. “Ele pode ser usado não apenas para aplicação dos tubos, mas também como um guindaste para a instalação de estruturas pesadas”, acrescentou.

O navio, cujo preço é estimado em mais de US$ 1 bilhão, será testado em breve na placa de Okhotsk, uma placa tectônica que cobre o mar de Okhotsk, a península de Kamtchatka e a ilha de Sakhalina, no Extremo Oriente russo.

Nord Stream-2

Os navios de colocação de tubos são uma tecnologia rara, e existem apenas algumas dezenas de embarcações desse tipo em todo o mundo.

Todos os maiores gasodutos submarinos da Gazprom foram até agora construídos por parceiros estrangeiros, como é o caso do Nord Stream e do Blue Stream, ambos implantados pela italiana Saipem.

No entanto, devido às sanções econômicas, a construção de um novo gasoduto, o Nord Stream-2, que contornará o território da Ucrânia através dos mares Negro e Báltico, chegou a ser colocada em causa. Acredita-se que esta será justamente a primeira função do novo navio.

“Cabe lembrar, porém, o processo de construção do gasoduto envolve não apenas o navio. A Gazprom precisará de especialistas, tecnologias, licenças e equipamentos adicionais, e não poderá realizar o projeto sem participação de estrangeiras”, adiantou ao jornal “Vzgliád” o presidente da Associação Nacional do Serviço de Gás da Rússia, Víktor Khaikov. 

gazetarussa

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