Sede da ThyssenKrupp na cidade de Essen: silêncio como resposta aos franceses da DCNS
Por Roberto Lopes
A derrota da companhia alemã ThyssenKrupp Marine Systems na concorrência aberta pela Real Marinha Australiana para obter 12 submarinos de ataque convencionais, continua consumindo as relações da empresa com a indústria naval francesa em geral, e com o grupo DCNS – vencedor da disputa – em particular.
Nesta quarta-feira (02.05), o diário alemão Süddeutsche Zeitung trouxe declarações conciliadoras de Andreas Loewenstein, diretor de Estratégia da DCNS, acerca de um possível gesto de boa vontade na direção dos derrotados: oferecer à TKMS um espaço de cooperação com a DCNS.
“Estamos prontos para conversar, tão logo o lado alemão supere sua perda”, declarou Loewenstein, numa frase polêmica – que, muito antes de ser interpretada como apaziguamento, pareceu humilhação, e também não repercutiu bem na imprensa alemã.
Loewenstein: “estamos prontos”
Nesse momento Loewenstein parece mais preocupado com a possibilidade de a ThyssenKrupp retaliar a DCNS em uma próxima concorrência internacional.
Ruído – A TKMS se mostra inconformada com a derrota na Austrália, porque tem a certeza de que sua oferta de submarinos do modelo 216 foi sabotada pela DCNS.
Os franceses teriam agido nos bastidores de forma a convencer os chefes navais australianos que o nível de ruído produzido pelo barco alemão o incapacitava para cumprir missões especiais de Inteligência em zonas costeiras – critério da concorrência que os alemães afirmam, não estava explicitado na concorrência. Mas os franceses, de alguma maneira, conheciam por antecipação…
O projeto 216: barulhento demais, segundo os franceses
A DCNS ganhou a concorrência na Austrália com uma versão, de propulsão a diesel, do seu submarino nuclear da classe Barracuda. A imprensa especializada americana fala em um negócio de astronômicos 50 bilhões de dólares.
Segundo o Süddeutsche Zeitung, a DCNS está preparada para oferecer uma “posição estratégica” à TKMS, como forma de construir uma indústria naval europeia “viável”.
Mas há dúvidas sobre o que isso possa significar.
A reportagem do jornal não deixa claro se a oferta dos franceses se refere a um espaço de atuação da TKMS na produção dos submarinos australianos (talvez na posição de fornecedora de sistemas ou componentes estruturais) – o que, para observadores europeus, parece algo complicado.
Plano Brasil
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