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quarta-feira, 22 de junho de 2016

Piloto recém-libertada é acusada de promover interesses do Kremlin em Kiev

Após viagem ao Donbass, ucraniana que ficou dois anos presa na Rússia sugeriu negociação com líderes locais do leste ucraniano. Crescente popularidade de Sávtchenko pode estar por trás de campanha para descredibilizá-la no país.

Sávtchenko descalça em visita ao Parlamento ucraniano, após ser libertada pela Rússia Foto:Reuters

A piloto excêntrica Nadejda Sávtchenko, que voltou à Ucrânia no final de maio em uma troca de prisioneiros com a Rússia, protagonizou uma nova polêmica recentemente ao falar sobre a necessidade de negociações diretas com os líderes das repúblicas separatistas no leste do país.

A declaração da deputada (eleita para o Parlamento ucraniano, a Rada Suprema, enquanto ainda estava presa na Rússia) foi dada após viagem ao Donbass e, segundo os veículos de imprensa locais, teria “chocado” a maioria dos políticos ucranianos, que afirmam que “negociações diretas com terroristas estão fora de questão”.


Para outros deputados, bem como autoridades do governo e analistas políticos da Ucrânia, a proposta de Sávtchenko é uma boa razão para ver o “lado do Kremlin” em suas atividades, já que Moscou reforçou repetidas vezes a importância de um diálogo direto entre Kiev e Donbass.

O porta-voz do Ministério do Interior ucraniano, Artiom Chevtchenko, atribuiu as palavras da piloto a uma possível influência dos serviços especiais russos sobre Sávtchenko enquanto ela estava presa no país.

Opinião semelhante foi levantada pelo analista político ucraniano Oleksandr Paliy, que acredita que as autoridades russas poderiam ter extraído promessas de que Sávtchenko faria tal proposta a Kiev como condição para sua libertação.

Alguns políticos ucranianos sugeriram ainda que ela estaria murmurando declarações pró-Kremlin mesmo antes de sua intervenção no Donbass e criticaram os comentários de Sávtchenko sobre as atividades de deputados ucranianos, a quem chamou de “alunos escolares preguiçosos”.

“Eu acho que não há mais nada que possa feito em relação a Sávtchenko, e creio que Pútin nos empurrou uma revolta na Ucrânia”, disse o membro da Rada Vadim Rabinovitch, antes da declaração polêmica da piloto.

Teoria da Conspiração

Na Rússia, as tentativas de apresentar Sávtchenko como uma agente russa foram chamadas de “absurdas” por grande parte dos observadores.

Segundo Víktor Militariov, especialista do grupo de discussão não governamental Conselho de Estratégia Nacional, acusações contra a deputada ucraniana são uma “teoria da conspiração maluca”. “Tornou-se habitual na Ucrânia ver a ‘mão de Moscou’ em quase todo o que acontece”, disse.

O fato de que Sávtchenko passou quase dois anos em uma prisão russa deveria libertá-la de suspeitas de trabalhar para as autoridades russas, alega Pável Sviatenkov, do Instituto de Estratégia Nacional.

“Esse tipo de político – e eu já tive contato com muitos – só persegue seus próprios interesses em detrimento de outros. Por isso, ela não é uma espiã russa, não importa o quanto suas declarações individuais coincidam com o que seria desejável para Pútin”, diz o cientista político russo Stanislav Belkovski, conhecido crítico do Kremlin.

Troca de avisos

No entanto, o que parecem ser acusações absurdas contra Sávtchenko podem ter um propósito muito específico, segundo os observadores.

Para Sviatenkov, as declarações feitas pela piloto sobre a necessidade de negociar com Donetsk e Lugansk indicam que Sávtchenko está procurando estabelecer a sua identidade como política e alçar voos mais altos no futuro.

“O que ela propõe é uma alternativa ao governo de Porochenko, mas, de modo algum, um retorno às políticas de Ianukovitch”, diz o cientista. “Portanto, ela é bastante perigosa para o atual comando de Kiev”, completa.

Paralelamente, Vladímir Ievseiev, do Instituto de Países da CEI, afirma que Sávtchenko se tornou um “fator irritante” para as autoridades ucranianas. “Eles precisavam dela na prisão, mas não precisam dela em liberdade.”

As acusações de conexão com o Kremlin seria, portanto, uma espécie de aviso para Sávtchenko do poder político ucraniano, acredita Ievseiev. “As declarações sobre a ‘mão do Kremlin’ são uma tentativa de diminuir [Sávtchenko] para que ela não vá longe demais. Dessa maneira, eles fazem com que ela evite se meter em algumas áreas”, arremata.

gazeta russa.

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